terça-feira, 31 de março de 2009

freudianamente incorrecto

bolinho para mim!



Ariana torta, vivo de amor profundo.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Vinícius, sempre e para tudo

Poema enjoadinho

Filhos...Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como o queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filho? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Frases cretinas

Costumo considerar "frase cretina" aquelas que apontam o problema ou dão uma sugestão sem o how-to. A minha frase cretina de eleição era o "reduza o stresse", tão apreciada pelos médicos. COMO, idiotas??? Há alguma fórmula? Ai, não? Então calem-se.

Hoje o meu rótulo "frase cretina" vai para:
NÃO HABITUES AO COLO.

Não me atrevo a mexer

Onde dorme, onde fica.

De meninos e meninas, parte II

Resolvi seguir o conselho da best friend Sara que, para manter alguma sanidade durante a licença, saía com o meu afilhado gatão todos os dias, mesmo sob o frio do Inverno londrino. Ora então que lá vou eu, TVguia no sovaco e óculos de sol na cara, tomar o pequeno-almoço promocional do Pingo Doce com o meu pequeno filho no seu bólide.
Lá chegando, enquanto eu fazia o meu pedido, perco o carro do Gabi de vista, pois foi virtualmente engolido por uma horda de adolescentes lindas do liceu cá do bairro.
- Ele é lindo. Ele é a coisa mais linda.
- Vou ser a primeira memória dele.
- Não, eu é que vou.
- Mas ele vai achar-me mais gira.
- Que rapagão lindo!

E eu lá, toda inchada, enquanto o Gabriel as ignorava olimpicamente do alto do seu soninho. Até que me lembrei disto e quase engasgo. Gentilmente, disse-lhes que estava na hora do leitinho do menino e me retirei a suar frio. Uma mãe tem de proteger a sua cria desde cedo.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Chamem-me o que quiserem

Mas isto não é trabalho para uma pessoa só. Dormir três a quatro horas durante dias a fio enquanto ele chora desalmadamente sem razão aparente não é para uma pessoa só. O raciocínio começa a falhar e dormita-se em qualquer lugar. Não se come, não se lava, não se nada.
Não entendo como só um dos pais tem direito a quatro meses de licença.

Das duas uma: ou as mulheres têm algum apoio da família quando a coisa fica preta ou, se não, eu realmente sou menos mulher do que todas.

Pela primeira vez desde que soube que estava grávida, sinto o que é não ter mãe.

(Tenho amigas lindas que me têm feito ofertas extremamente generosas. Obrigada, gente, em especial à Tatas, mas ainda vou tentar mais um bocado, sob pena de me sentir ainda pior no futuro por não ter conseguido. Podem ser só maus dias, quem não os tem.)

quarta-feira, 25 de março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

O que anda a fazer o meu filho adolescente

Só está bem é no marsúpio;

Só está bem é a chatear;
Só está bem é a comer;
Já berra;
Troca o dia pela noite.

domingo, 22 de março de 2009

É hoje

que o tranco num armário.

sábado, 21 de março de 2009

O tio

Reclamou que não havia nenhuma referência a ele no blog.
Ora bem, ei-lo.
Babado como todos nós.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Educação Musical

O Hugo tirou-me do meu armário musical, assim assumo aqui em público que adoro as canções mexicanas bregas dos anos 80.
O Gabriel torce o nariz, mas será uma questão de tempo. Isto entranha bem.

Dia do Pai

É sexta à noite, depois de a pobre mãe ter passado cinco noites em claro para que o homem da casa descansasse o suficiente para ir trabalhar em condições e precisar claramente de umas boas oito horas na cama, sem ouvir choro.

Um mês

Não, não parece que foi ontem.


o pai, sempre brilhante, faz o apanhado. A mãe tem sono.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Qualquer dia desato aos tiros parte I

Vocês não detestam quando aquela-malta-mais-velha-que-acha-que-sabe-tudo-de-bebés (pais, sogras, tios...) nos passam julgamento enquanto fingem brincar com o bebé?

"Ó tão fofinho do tio, mas estás cheio de fome, não é, pequenino? Ninguém te dá de comer..."

"Ó, não chora, bebé, está na cara que é cólica mas só o vovô entende..."

"Estou todo assadinho, mãe, porque é que não passas halibut nas minhas dobrinhas?"

terça-feira, 17 de março de 2009

Cara a cara

Sob a luz do meio dia que entrava cómodo adentro, nós defrontámo-nos pela primeira vez em muito, muito tempo. Ela olha-me de soslaio, sem querer gastar olhar comigo. Não me mereces, parece dizer. É o que eu, angustiada pelos tempos de ausência, oiço.

Ainda dou meia volta para sair, olhos postos no chão, indigna. Oiço a sua gargalhada, os seus comentários: "Olha-me aquela a pensar que... Meu Deus, nem consigo dizer o que queria ela, de tão absurdo. Vocês não acreditariam..." E gargalha o seu gargalhar novamente. "Mas quem era aquela", perguntam-lhe, "Uma pobre diaba", responde, "com expectativas muito altas. Igual a todas, portanto, não vale a pena, ignorem-na, ela vai encontrar o que procura noutro lado." E muda de assunto.

É aqui que ergo ligeiramente os olhos do chão. É aqui que surge uma voz dentro de mim que diz "vira-te, tu consegues". Eu tento ignorar a voz, mas ela insiste. "Vira-te. Enfrenta-a. Tu consegues."

E foi o que fiz. De indigna a indignada, voltei-me e agarrei-a com força, não a deixando abrir a boca. Com coragem, fiz o que tinha a fazer há já algum tempo. Humilhando-a, domei-a como a domara há tempos. Triunfei.

Foi assim que vesti as minhas calças pré-gravidez e elas fecharam.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Primeira noite sem Hugo/Perguntinha horrorosa

Hoje o Hugo voltou a trabalhar, pelo que o sistema-maravilha de turnos foi pelo cano. Mesmo com um pequeno bem comportado, a verdade é que ele tem de comer de 3 em 3 horas, as refeições e muda de fralda duram uma hora o que me restam umas parcas duas horas para dormir. Um merdum. Tou morta. Quero que o Estado me devolva o Hugo urgentemente.

Como solução, estou a tentar aplicar as rotinas da Gina Ford, a nazi dos bebés.
Como o Gabriel é um bebé bonzinho, sinto-me mal em aplicar-lhe ainda mais regras, pelo que estamos numa base de "se quiseres, segue, se não quiseres, caga."

Por falar em cagar, a perguntinha horrorosa: o que fazem às fraldas com cocó? Tiram o cocó na sanita? mandam a fralda pela janela? É que a minha casa a modos que cheira a merda.

domingo, 15 de março de 2009

Vejo-me por vezes a perguntar

Como é que uma gaja tão estabanada, tão sem regras, e um gajo tão cabeça no ar conseguiram juntos fazer uma coisinha tão perfeitinha, com os dedinhos todos das mãos e dos pés e perfeitamente funcional. :)

sábado, 14 de março de 2009

Primeiro passeio




Quinta da Alagoa, com patos. Dormiu quase o tempo todo, snobando a boa vontade dos pais.
A logística de carrinho, ovo, mantas, mala, pilhas, etc revelou-se um inferno autêntico, mas deve melhorar, já que o que não faltava no parque eram jovens pais com carrinhos.

Estou de parabéns

Fui ao cinema com o Hugo e amigos e deixei o Gabriel com papai e Isabel, e não lhes telefonei nenhuma vez.
Tá, mandei um sms, mas não conta.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Uma questão de liberdade

O meu filho não mija na fralda de pano que lhe pomos a tapar a pilinha quando lhe tiramos a fralda descartável.
Só mija quando lhe tiramos a dita fralda, para cima, para os lados, em todas as direcções, num manifesto muito pessoal de liberdade.

terça-feira, 10 de março de 2009

Uma questão de higiene

O meu filho recusa-se a cagar numa fralda com chichi.
Tem de ser numa fralda impecável.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Post delicodoce

Ele acorda de quatro em quatro horas, aproximadamente. Uma hora antes, já estou cheia de saudades, sou pura antecipação.

Lembram-se da raposa do Principezinho?



(Saindo do delicodoce: na verdade, gaja dada a resmunganços como sou, sempre detestei a cena do "és responsável por aquilo que cativas". A citação passou à posteridade incólume, sem ninguém ver a carga de cobrança e maldade nela contida. Acho que temos de segurar a nossa onda quando nos apaixonamos, somos nós os responsáveis pelos nossos sentimentos, e não o alvo deles. Não faltava mais nada, agora ser eu responsável pelo feioso do 8º ano que jurou que eu era o amor da vida dele.)

domingo, 8 de março de 2009

Aliados

- caixas de lenços de papel em todo o lado.
- biberão Dr. Brown's - bastante melhor do que os da Chicco.
- termo que a Tatas emprestou.
- almofada de amamentação - pensava que ia ser inútil mas tem sido o anjo da guarda das minhas costas, e serve também para o biberão.
- Swaddle Me - quando ele está muito agitado, só tirando aqueles bracinhos de polvo da equação temos algum resultado.
- As canções da minha infância ou de folclore nordestino.

Às vezes...

Só apetece enfiar-lhe a chucha na boca e dar-lhe três voltas de fita-cola à volta da cabeça.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Amor, meu grande amor

Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões
E as palavras...

Me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo
Ou se sou água...

Amor, meu grande amor
Me chegue assim
Bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir
O que não sente...

Pois tudo o que ofereço
É o meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim, até o começo...

Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira...

Enquanto me tiver
Que eu seja
O último e o primeiro
E quando eu te encontrar
Meu grande amor
Me reconheça...

Pois tudo que ofereço
É o meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo...

Amor, meu grande amor
Que eu seja
O último e o primeiro
E quando eu te encontrar
Meu grande amor
Por favor, me reconheça...

Angela ro-ro e Ana Terra

Novela

A Ana diz no blog dela que a escrita da nossa novela terminou hoje. Para mim, terminou há 15 dias: deixei de acompanhar a equipa cerca de 10 horas antes do Gabriel nascer, já com contracções.

Mesmo tendo parado antes, inicio hoje com eles o processo de despedida das personagens. Foi a minha primeira novela e não imaginava que fosse um processo tão intenso.

Espero encontrar-vos, Ana, Manel e Tomás, à volta daquela mesa cheia de papéis mais vezes. Foi tão divertido quanto esgotante, e fica aqui o meu agradecimento em público por tudo que aprendi convosco.

A má educação

O Hugo não pode ouvir o Gabriel dar um pio na alcofa que vai lá tirá-lo, destruindo todo o meu trabalho de acostumar o menino ao berço.
Mas ficam tão bem juntos, que não digo nada. A educação começará mais logo! :)

quarta-feira, 4 de março de 2009

Um dia bom

Primeira consulta no pediatra - um querido, adorámo-lo - e temos quase o peso do nascimento. O Gabriel portou-se lindamente e transpira saúde por todos os poros. Como se portou tão bem, fomos à conservatória registá-lo. Ele agora já existe oficialmente.

Eu e o Hugo alterámos o esquema dos turnos mais uma vez. Como estava muito frio ontem e só temos um aquecedor - os outros foram pifando por exaustão - resolvemos deixar o Gabriel a dormir na sala já aquecida. Desta vez fiquei eu com o Turno do Inferno - das 20h30 às 02h00, que correu muito bem. O Hugo ficou com o turno bom. Neste esquema conseguimos dormir cerca de seis horas seguidas cada, e chega-nos, porque o Gabi costuma portar-se muito bem entre refeições.

Enfim, nenhum problema a reportar nesta frente! :)

terça-feira, 3 de março de 2009

Prova de amor

Às dez da noite bateu-me a Grande Exaustão. Tombei a cabeça para trás durante o biberão, o Hugo disse-me para ir dormir a sesta ao quarto.
Fui.
A meio da minha sesta, comecei a pensar: que bebé lindinho que eu tenho, não chora nem nada, tenho aqui o Hugo ao lado que também é lindinho e não ressona nem nada.
Mesmo em quase fase REM, achei muitíssima fruta, aquilo. Acordei.

Eram quatro da manhã.

Corri desvairada para a sala, onde encontrei o meu filho na alcofa a resmungar as suas resmunguices e o pai a ressonar no sofá. Toquei-lhe no ombro.

Tou podre, ele disse.

segunda-feira, 2 de março de 2009

O meu primeiro fã

Ele adora isto.
Cantado por mim, versão timbalada, em loops de 40 minutos até adormecer.
Que emoção. Acho que depois desta tento mesmo entrar para um coro.

Quando o pai me rendeu contei-lhe da façanha e disse-lhe para fazer o mesmo. Claro que a sua versão do tema do Dartacão substituindo "dartacão" por "Gabriel José" dito bem rápido não fez metade do sucesso.

domingo, 1 de março de 2009

Update - amamentação

Agora, depois de afastado o stress, o puto anda a pegar a mama durante 5, 10 minutinhos antes do biberão.

O Hugo perguntou-me outro dia: porque é que não tentas tirar o leite e dar-lhe no biberão? Ora, a pergunta desarmou-me. Não tinha pensado em tal coisa. A resposta caiu-me como um tijolo na cabeça no segundo a seguir: não tinha pensado em tal coisa porque queria dar o peito, não o leite. Ou seja: era algo que, em última análise, estava a tentar POR MIM.

Foi um momento duro e fundamental.

Tenho um filho no percentil 5 de peso, as prioridades tiveram de mudar. Ao mudarem, por incrível que pareça, ele lá me está a fazer o gostinho de me permitir a experiência do aleitamento. Sem crise, sem choro, sem expectativa.

Ele adora


Quando o pai o amarra com uma manta do IKEA ao peito da mãe.

O meu menino grande

Perdeu o cordão umbilical hoje. Quis guardar, o pai olhou-me como se eu fosse o Hannibal.

Do que ele gosta ainda não sei

Mas, sendo filho meu, já tem uma data de ódios de estimação:

- trocar fralda.
- tomar banho.
- perder chucha.
- fazer cocós rijos.