domingo, 27 de fevereiro de 2011

Máquina do Tempo

Em noite de Óscares, pensei que, se há uns anos já houvesse dez filmes nomeados em vez de seis, o fabuloso Ratatui teria estado na lista. Para mim, põe o Toy Story 3 no bolso. Aliás, foi o meu filme preferido do seu ano. Que Paris tão linda, e tanto respeito pela comida. Amo, mesmo.
Além do Remy a invocar os aromas dos cozinhados de olhos fechados, uma cena que morará para sempre no meu coração é a da viagem instantânea no tempo feita pelo crítico Ego à primeira garfada de ratattouille. Quem viu, não se esquece: o homem é remetido da sua pomposidade actual para a meninice, que era quando comia a tal mistelada de legumes.

Hoje tive um momento assim, enquanto o Hugo montava o triciclo novo do Gabriel: no momento em que vi o brinquedo de pernas para o ar, com a roda e pedais para cima, PUMF PA ZUUUUUNG, Melissa em 1980, sentada na sua motoca de cabeça para baixo, girando os pedais com as mãos, brincando de "fazer pipoca".

"Fazer pipoca"? Ora, sim. Os pipoqueiros do Brasil têm uma espécie de manivela que sai para fora do carrinho, com a qual vão girando o milho enquanto este explode, exalando aquele cheirinho bom - girar os pedais era bastante parecido. As pipocas estavam, supostamente, dentro da roda preta.

Foi um momento tão bom. Partilhei com o Hugo, que disse um humfp, pois estava há horas a montar o triciclo e queria era despachar-se.
Tudo bem, a viagem já fora feita, e já tinha sido muito boa.

Para completar, acabei de fazer umas pipocas à antiga para mim, no tacho, mesmo.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

à babyblog

Hoje, na primeira ida ao zoo, a dois palmos do cu do hipopótamo-pigmeu, que, só para que saibam, caga a roçar-se a um pau:

- COCÓ POTA! COCÓ POTA!!!

Achei ridiculamente brilhante.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pequena nota suburbana

Sempre que tento fazer compras num hipermercado tipo Continente ou Jumbo, desisto ali mais ou menos pela altura dos congelados. Abandono o carrinho (com sorte, sem moeda), e bazo, entorpecida e confusa.
ODEIO hipermercados. Absolutamente e por inteiro. São gigantescos, barulhentos e gigantescos. Só entro neles se preciso de UMA SÓ coisa que não pode esperar mesmo, ou uma promoção localizada - e tem de ser muito boa.

De resto, viva o Pingo Doce, o Minipreço, o Modelo Bonjour e o E.Leclerc (mas este último já é grandinho, guardo-o para dias de especial ímpeto de atletismo).

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Te amo, te amo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dr. Freud, over here, please

Jogo dos amigos, na volta da creche.

- Elsa!
- Esha!
- Cristina!
- Tina!
- Tomás!
- Mashh!
- Gabriel!
- Não há cá.

- Sofia!
- Fia!
- Patrícia!
- Tichia!
- Carlos!
- Caushh!
- Pedro!
- Peto!
- Gabriel!
- Não há cá.
- Pedro!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Duas curtinhas

- O bom de ir sozinha deixar alguém querido ao aeroporto é poder chorar abertamente depois de a pessoa desaparecer na sala de embarque, e continuar chorando pelos corredores até ao estacionamento e todo o caminho de volta sem ninguém a tentar fazer upa upa.

- Há cartazes espalhados pelas redondezas a dar conta de que se encontrou um São Bernardo, com a respectiva foto. Quem é que perde um São Bernardo?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Para não me esquecer do que tinha dito

Sou grata por (sem ordem nenhuma)

- Ter mãos e garra para trabalhar.
- Ser inteligente e articulada.
- Ter quatro homens absolutamente estupendos na minha vida: cheios de talento, genica, beleza, criatividade, emoção, sentido de humor, bondade; não conheço outros iguais.
- Ter amigas de causar inveja a muita gente: adoro a humanidade de cada uma.
- Ter uma casa num bairro que adoro.
- Ter um carrinho pequenino que me leva e me traz.
- Morar perto da praia.
- Alguns livros que já li.
- Algumas canções da minha infância.
- Ter tido mãe durante tempo suficiente para nunca me esquecer dela.
- Ter uma sogra que se revelou uma mulher fantástica nas últimas semanas.
- Ter tido uma gravidez saudável, apesar dos prognósticos.
- Ter escrito uma telenovela com a Cê, realizando um sonho de adulta.
- Ter uma boa pele numa família de má pele.
- Ter mulheres na família que bem podiam ter saído da pena da Isabel Allende, de tão românticas, e unidas, e amigas, e protectoras.
- Ter jeito para cozinhar e adorar fazê-lo.

Peço:

- Determinação e clareza para atingir os objectivos pessoais e profissionais a que me proponho.
- Gosto pela casa.
- Falar menos e fazer mais.
- Escrever menos e fazer mais.
- Sair da Internet e fazer mais.

Amor de Índio

Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar

Tudo, viver a teu lado
Com o arco da promessa
No azul pintado pra durar
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for e ser tudo

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor

A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor

Lembra que o sol é sagrado
E alimenta de ouro horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor e ser tudo
Sim, todo amor é sagrado, sim.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Canções e filmes: sinergias da cabeça da Melissinha (sem drogas)

Para quem anda sempre com folmes na cabeça - filmes no sentido "merdas dramáticas" do termo - como eu, às vezes é giro parar e tentar reconstituir os passos até a génese da ideia X ou Y. Sei lá, a inspiração pode vir realmente de muitos lados. Os meus filmes nascem, na maioria das vezes, de canções pop.

Há filmes que vêm de interpretações de canções, a maioria. Ontem falava com o Joanão e a Ana Vasques sobre uma canção ("Sonhos", do Peninha), em duas interpretações: a do Caetano e a do Paulinho Moska: a do Caetano é uma canção dolorosa de amor, cheia de aceitação, resignada, seguindo a letra. A do Moska é um grito de dor desesperado, que chora tudo que a letra não diz, cheio de raiva. Tão lindo, isto, a mesma letra poder dar duas canções tão diferentes. Fiz logo dois filmes diferentes.

Há filmes que vêm de tons de canções: ando a ouvir um álbum do Kanye West há alguns dias, aquele cheio de modulações (808 e qualquer coisa) e também há ali momentos em que a própria modulação me lança em processo criativo, e upa, que lá vem outro filme.

Há filmes que vêm do ambiente da canção: eu e a Cê andamos (prefiro pôr no presente, Cê, nunca se sabe) de volta de uma ideia que tomou forma, na minha cabeça, a partir da canção "Amor", dos Secos e Molhados. É uma canção que, para mim, não tem só letra e música. Tem também cores e textura (granulada, já agora). Aconteceu-me várias outras vezes.

Há filmes que vêm de uso de canções em filmes (filme, agora filme mesmo, e séries de TV também), e aqui entram os clichés do costume: Romeu + Julieta, Moulin Rouge, Glee... Lembro-me especialmente de um momento muito especial e delicado da segunda série do Nip/Tuck que usa "Rocket Man", do Elton John, e quem viu a série lembra-se de certeza. É uma cena muito forte, corajosa e inspiradora.

Resta-me dizer que os tais filmes não são ideias acabadas. Às vezes, são. Às vezes, são só um cheirinho de filme. Mas divertem-me sempre. Seeeempre, e quanto piores são, mais me divertem.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Correcções

Um prazer inesperado que tenho sentido de uns anos para cá, mais intensamente nos últimos meses, é o de fazer a revisão no meu trabalho. Que prazeiroso que é aquilo! Procurar a melhor colocação, repetir em voz alta para ver se bate bem, ver continuidade (quando é o caso)... Um gozo, mesmo, curtido com tempo e calma.

Acho que toda a feminilidade que não emprego em vestuário e decoração, direcciono para as minhas revisões. É uma actividade estética, para mim. Dá-me prazer artístico.

Não estou a dizer que saem primores, atenção. Claro que dou grandes argoladas. Não falo da qualidade do trabalho final (que espero sempre que seja bom, claro), mas da actividade decorativa. Se houvesse um Ikea de palavras, lá estaria eu, a passar horas, sem me sentir oprimida como no Ikea dos candeeiros e cortinas.

Tenho tanta pena que revisão, para muita gente, seja sinónimo de escrutínio, como alguém munido de algodão branco a passá-lo microscopicamente pelo texto. Tenho pena que, em muitos casos, revisores e escritores não estejam do mesmo lado - o do bom resultado final.

Em todo o caso, odeio rever posts dos blogues, por isso, yap, são sempre cheio de merdices e gralhitas.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Boas modas urbanas

Fora as corridas, vejo outra moda, modinha, ainda pequenina, a surgir pela cidade fora, tão saudável quanto o cooper mas muito mais enternecedora: as hortas urbanas.

Se antes eram só as velhotas que aproveitavam os seus quintais para plantar couves do tamanho de pinheiros, agora parece que a coisa chegou à malta mais nova. Espero que seja coisa para durar (mais do que as corridas), pelo menos até eu encontrar aqui um talhito de terra para plantar uns quiabos.

O Hugo descobriu que uns colegas insuspeitos têm um site sobre o assunto.
É o www.ruralidades.pt.

Que queridice, isso das hortas.

(Pois, ando sem inspiração nenhuma para escrever).

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011