sábado, 30 de junho de 2012

mais sobre FOMO

Retirado do blog Zen Habits, via Naná, gostei tanto deste post que quero guardá-lo aqui, espero que o autor não se importe.

The 39th Lesson

Post written by Leo Babauta.
(...)
You’re not missing out.
Our lives are often ruled by the Fear of Missing Out, or FOMO. (Never heard of FOMO? You’re missing out.)
Some ways we let the fear of missing out rule us:
  1. We check email, Facebook, Twitter and other social networks often, in case we’re missing something important.
  2. We try and do the most exciting things, and are constantly in search of exciting things, because we’re worried we might miss out on the fun that others are having.
  3. We constantly read about what other people are doing, and try to emulate them, because it sounds like they’re doing something great that we’re not.
  4. We often want to travel the world, because it seems that other people are living amazing lives by traveling all the time.
  5. We miss what we don’t have, miss places and people who we aren’t with.
  6. We work constantly, because we think if we don’t, we might miss out on opportunities other people will get.
  7. We feel like our own lives are poor in comparison with the great lives others are leading, and so feel bad about ourselves.
I could go on and on, but I have a birthday breakfast to eat (Eva and the kids are baking something delicious), so I’ll stop there.
We fear missing out, but why?
(...)
You can breathe, and let go of all that fear of missing out, and be happy with what you have. Be grateful, and each moment think not about what you’re missing, but what you’ve been given.

Adorei. Mais em zenhabits.net.

Pessoas com blogs de moda, beleza e looks*

Não, não vou meter a faca nem chamar nomes a ninguém, mas vejam só que maneira excelente de pôr o vosso bom gosto a serviço de gente que (provavelmente) precisa muito mais dos vossos conselhos/roupas que já não usam do que a carneiragem do costume. Se eu soubesse conjugar mais do que uns crocs e uma t-shirt, arregaçava as mangas. Que projeto FIXE.

* supondo que haja alguma que venha cá parar - provavelmente por engano.


sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mais uma do meu blog preferido

O SEU SANTO NOME
(Carlos Drummond de Andrade)

Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda a razão (e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão
de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra
que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.

Crónicas do Encolhimento - o regresso

Não, por incrível que pareça, ainda faltam as tais 300 g para os 17 :D Os deuses do emagrecimento têm sentido de humor.

O que eu queria partilhar é simples e bastante universalizável (sim, escrevi "universal" algumas vezes, mas pareceu-me nariz empinado e blablabla, mas acho, sim, que seja universal). 

Comer para matar a fome não engorda, seja em versão light ou deep-fried.
Comer quando não se tem fome engorda, seja em versão light ou deep-fried.

O desafio não é escolher a dieta certa. Não se o que se procura é um modo de vida sustentável, de longa duração. O desafio é aprender a parar de comer quando bate a saciedade (e a vontade de comer continua, ou o resto do pessoal continua a comer, ou ainda há comida na mesa, etc etc etc).

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Apanhado na rede


"...Retrato nítido de uma angústia incessante, provocada por termos tanto acesso à vida virtual dos outros, por sabermos tanto o que nossos amigos estão fazendo --e, talvez, nem sempre curtindo nossas próprias escolhas e vivências reais.
Essa angústia tem nome: fomo, sigla em inglês para fear of missing out..."








quarta-feira, 27 de junho de 2012

Troco uma canção pelo teu medo*



* E o anão de jardim da minha lareira também.

Das coisas que não gosto de consumir e dos meus compromissos patéticos

Como já disse, apanhei um pó considerável dos grandes grupos de distribuição depois da insanidade do primeiro de maio no Pedê. Já não gostava muito delas por ouvir o que os pobres feirantes (alguns fornecedores) contam sobre prazos de pagamento e pressões, e depois foi só somar.

Não, não passei a comprar na mercearia da esquina ou simplesmente radicalizar e passar a consumir apenas frescos (na verdade, a praça tem tudo que precisamos. Só nunca vi lá leite, de resto, tem tudo). Para manter-me minimamente fiel à minha posição, passei a comprar frescos no talho e praça.

(Caca. Nem dá para ser simbólico).

Outra coisa que não gosto mesmo nada é de ter seguro de saúde. A única forma de um sistema público de saúde funcionar é tendo pressão de todas as classes sociais. Se a classe média foge para o sistema privado, como fugiu, o sistema público vai-se transformar num sistema de pobres. Vão ao Brasil para mais informações do que é um sistema público de saúde de pobres.E o de cá - acreditem - ainda é muito bom. E vai piorar por muitos motivos, e a minha fuga para o privado será um deles.

O meu meio termo patético: faço a parte de planeamento familiar/prevenção toda no centro de saúde.

(Caca. Nem dá para ser simbólico).

domingo, 24 de junho de 2012

Nasci onde as pessoas passam férias





Mamãe era do Ceará, e papai, de Alagoas.

sábado, 23 de junho de 2012

Leitura em duas fases

Comecei a ler Holy Cow quando o meu pai e o meu irmão o trouxeram de sua viagem à Índia, aí há coisa de dois anos, e passei cerca de 100 páginas às gargalhadas, fosse em casa, na rua, nos cafés, no metro e até mesmo quando não estava a ler - bastava lembrar-me de qualquer coisa. Nunca tinha lido - nem nunca li - nada tão engraçado quanto o começo da vida da Sarah, uma tipa como qualquer uma de nós, vai viver para a Índia com o marido. Ela é cáustica, impaciente e vai relatando tudo aquilo que eu própria suspeito da Índia sem nunca ter lá metido os pés.

E aí o livro desapareceu durante mais de um ano e voltou às minhas mãos. Lembrava-me mais ou menos de onde estava e continuei a ler.

A transformação, ou melhor, a "rendição" da Sarah é algo bonito de se ler. Percebendo que terá mesmo de ficar ali, decide tirar o máximo de partido da estada e embarca numa viagem de descoberta de todas as religiões e grupos. Continuamos a rir, sim, e muito (o Hugo que o diga), mas aqui a ternura e a compaixão são bem maiores e, mesmo das situações mais estranhas, a protagonista consegue aprender coisas e crescer. Além dos N tipos de hindus, passa algum tempo com muçulmanos de Kashmir, budistas, judeus indianos... E ainda há muito mais por vir, pois mal passei da metade do livro.

Uma leitura muito gostosa e, para mim, esclarecedora, pois fazia uma confusão de todo o tamanho com as espiritualidades daquelas bandas. Seis leitoras, se as meninas lêem bem em inglês, encomendem uma cópia usada à Amazon, vai-vos sair por três ou quatro eurinhos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Filosofia de botequim nº não sei bem, perdi a conta.

E quando nos dá saudades? Assim, sem complemento indireto, só saudade, mesmo, como "dor de dente"?
Sem um lugar ou uma pessoa em mente, só uma "pena de estar longe", como disse Saramago, no meio do peito, totalmente indiferenciada.

Já experimentaram isso?
Ou terá sido o jantar que me caiu mal?

quarta-feira, 20 de junho de 2012

dando uma de gralha

Querida Melissa de nove anos, há uma coisa ou duas que queria dizer-te e vou fazê-lo por tópicos, porque quero que retenhas tudo e aos nove anos tens coisas mais giras para fazer, especialmente se estiveres a viver na Amazônia.

- A primeira de todas é que esta fase vai passar. O que os teus colegas acham estranho agora vai ser o que te vai valer no futuro para fazeres o que mais gostas. Aguenta aí e não te vendas. A sério, és do caraças e ficaste linda com o chapéu de penas que levaste para o colégio. Com as luvas, também. Sim, mesmo nos 35 graus de Fortaleza. Não tens de mentir a dizer que tens muitos irmãos e que os teus pais têm carros caros. Tu TENS os pais mais fixes e jovens e inteligentes e fixes de todo o colégio.  E não vais ser filha única por muito tempo.
- O coro é estúpido. Caga no coro.
- Quando te disserem pela primeira vez que estás gorda, ri-te, ri-te muito. E diz-lhes para pentear macacos. Se esqueceres tudo o resto, não te esqueças disso. Aí por daqui a um ano e durante toda a tua vida, vais-te habituar a medir o teu valor pelo teu peso, porque é o que te foi transmitido e livrar-se disso é difícil.
- O Renato vai-te convidar para dançar quadrilha no 5º ano. Sim, terás de esperar dois anos para que o teu amor se manifeste, mas vai acontecer. Relaxa. Ah, e a Germana? Não lhe contes nada. NUNCA.
- Os teus pais não vão para o inferno por não irem à missa, digam o que disserem os padres. Caga nisso, relaxa, menina.

Tenho mais umas coisas a dizer-te, mas digo no ouvido, tá certo?
De qualquer forma, acredita, porque é um adulto que te diz: és linda, inteligente, original, criativa, diferente, independentemente do que te façam crer. E é assim que vais crescer. Se eu vier a ter uma filha um dia, quero que ela seja igualzinha a ti, egotrip das egotrips. Mais tarde vais perder 2/3 da graça que tens agora, por isso, brilha já.  Se puderes abrir os olhos já e não te achares uma aberração pelos anos que se seguem, seria muito bom.

Com os melhores cumprimentos,

Tu própria, já com os erros explicados.


Habitar o presente, para mim, tem sido mais ou menos assim


Olá, Melissa, esse incómodo aí abaixo do peito que estás a sentir? Sou eu, a frustração/cansaço. Não é fome*, pelo menos não é fome de comida*. Como não é fome de comida*, não adianta comer comida* para a matar. Deixa-te estar a sentir-me. A resistência só me intensifica. Comer* também.

Respira fundo e aprende a sentir-me. 
Em 20 minutos, vou-me embora. Ou menos, até. E acredita que vais estar inteirinha logo a seguir.

* substituir por fuga de eleição.

terça-feira, 19 de junho de 2012

A minha cara

"[T]hose who insist they've got their 'shit together' are usually standing in it at the time".


Stephen Levine

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Post contínuo: as minhas cenas de séries preferidas

Hoje comecei a compilá-las no carro. Dei-me conta de que só encontrei momentos sublimes na tragédia. Vou começar por três, em ordem decrescente de popularidade: da que toda a gente viu para a que só eu e o Hugo vimos :)

 - Sexo e a Cidade, 5a temporada, quando a Samantha conta às amigas que tem cancro da mama no casamento da Miranda. A câmara sai do restaurante deixando as amigas entregues à sua privacidade e vemos, de fora, o amor de irmãs ali presente. Acho sublime e inesquecível.

- Nip/Tuck, 2a temporada - quando o Christian ajuda a namorada a suicidar-se ao som de Rocket Man- em termos de pudor, é justamente o contrário da cena anterior, como, aliás, é toda a série (caneco, que série). Tinha perdido a mãe há relativamente pouco tempo e aquela coisa  real (e honesta) fez-me pedir ao Hugo que parasse o DVD. Chorei durante uma boa hora, alto e em bom som, e tive uma enxaqueca brutal. Não é uma cena pornográfica, é muito linda e bruta e inesquecível também.

- Skins, 2a temporada - Quando Sid conta a Tony da morte do pai. Sabemos que Sid precisa de ajuda, não disse nada o dia todo e, por fim, durante o concerto, é no melhor amigo que se reconcilia, que se entrega e desaba. Também chorei baba e ranho, mas desta vez de puro alívio. Skins é a série que quero escrever um dia. A doçura e a dor absolutamente equilibradas num texto de luxo, com um elenco jovem de luxo. Eis a cena.

Vou pensar em cenas felizes inesquecíveis.

Mosaico ou caldeirão?

No que a amizades toca, não sou de fundir todos os meus amigos numa grande massa amigalhaça. Gosto de ter assuntos diferentes, atitudes diferentes, programas diferentes e níveis de à-vontade diferentes conforme as pessoas com que estou. Adoro o meu mosaico de amigos, todos assim muito juntinhos uns dos outros sem se misturarem, a formar uma imagem concisa se visto de cima. Adoro as cores todas - as minhas também.

sábado, 16 de junho de 2012

A minha manhã de sábado acaba quando as vossas começam (ou passo-a-passo de umas horas perfeitas para mim)

9h00 - deixo o Gabriel e o Hugo à porta da natação e vou ao talho. A carne do talho tá linda, compro carne para muitos e muitos dias e dois bifes muito bonitos para o fim-de-semana. Um saltinho a casa para pôr a carne no congelador.
9h40 - Vou buscar os dois à natação, ainda apanho uns mergulhos do Buchas - que adora me ver pelo vidro - e vamos à praça. O Hugo, que não costuma vir comigo, descobre que grelham couratos às dez da manhã e vê Deus. Já tenho companhia para as próximas 20 mil idas aos frescos. Descubro uma banca que vende rúcula fresquíssima a 80 cêntimos o molho e tomate olho de boi a 1,50 o quilo. Também há uns coentros perfumadíssimos. Também vi Deus. Fora isso, trago ameixas, morangos, cerejas, beterrabas, batatas, bananas, brócolos, beringelas e courgettes e gastei 11 eur. Como a praça voltou a ser um prazer depois de um mês - além de muito económica, acho que vou pôr a ideia das cestas de parte por ora.
11h00 - Quinta da Alagoa para nós bebermos café e o Gabriel brincar um bocado. Aproveito que os dois estão entretidos para ler um cadito um livro que tinha desaparecido quando eu ia a meio dele e agora voltou.
11h40 - Chegamos à praceta e há confusão na rua, ficamos um bocadinho a ver e a tomar partido. 
12h00 - O arroz integral e o meu chilli de soja já estão perfeitamente descongelados. Juntos os tais coentros pequeníssimos ao chilli, parto o tomate olho de boi e salpico-lhe orégãos. Refogo couve de caldo verde com alho e temos um almoço mesmo muito bom.
13h02 - escrevo este post já com soninho. Quando a maioria das pessoas vai agora sair para almoçar, casa dos avós, etc, nós provavelmente vamos dormir uma sesta. A vida é boa aos sábados. A vida é boa pela fresquinha.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mais das minhas leituras correntes e coisas que me fazem bem

É por causa de trechos como este que decidi fazer as pazes comigo mesma - é difícil, muito mais difícil do que a segurança da contagem de calorias. Mas não quero sair deste caminho, porque há anos que sei que é o único possível.
Habitar o presente.

Fui buscá-lo para levar ao meu pai, caiu aberto e vi este trecho

All negativity is caused by an accumulation of psychological time and denial of the present. Unease, anxiety, tension, stress, worry - all forms of fear - are caused by too much future - and not enough presence. Guilt, regret, resentment, grievances, sadness, bitterness, and all forms of non-forgiveness are caused by too much past - and not enough presence. 

Eckhart Tolle, The Power of Now


Adoro.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

(Inspirado na Silvina) Canções que me trouxeram de volta à vida

Tenho algumas canções que apareceram no momento em que eu precisava de um sinal a indicar-me o caminho. Volta e meia, lembro-me de algumas. Esta mostrou-me que, no fim de 1999, a minha vida não fazia sentido nenhum. E resolvi virar a mesa. Foi a melhor coisa que fiz. Ninguém me dá os anos anteriores de volta, mas, pelo menos, pude seguir em frente.


Você não sabe
O quanto eu caminhei
Pra chegar até aqui
Percorri milhas e milhas
Antes de dormir
Eu nem cochilei
Os mais belos montes
Escalei
Nas noites escuras
De frio chorei...

 A vida ensina
E o tempo traz o tom
Pra nascer uma canção
Com a fé do dia a dia
Encontro a solução
Encontro a solução...

Quando bate a saudade
Eu vou pro mar
Fecho os meus olhos
E sinto você chegar
Você, chegar...

Meu caminho só meu pai
Pode mudar
Meu caminho só meu pai
Meu caminho só meu pai...

Rapidinha provavelmente demasiado cedo

Em Mulheres, Comida e Deus, a Bíblia aqui da moça, a autora levanta questões (aparentemente) simples como: "porque comerias de qualquer outra forma que não a melhor possível? Porque comerias de qualquer outra forma que não a que te dá energia?".

Para a comida, continua a ser um desafio a vencer refeição após refeição, mas, curiosamente, nos últimos dias esta máxima tem-me valido para a monstra Procrastinação. Porque não trabalhar da forma que me dá mais energia, da melhor forma possível, aquela que liberta tempo para o que importa?

(Tem corrido bem, essa parte fulcral para a minha felicidade. E isto é dizer depois de fazer, por isso, ainda está nos conformes com as resoluções de ano novo).

terça-feira, 12 de junho de 2012

A minha costela Oprah*

I feel a little peculiar round the children. For one thing, they grown. And I see they think me and Nettie and Shug and Albert and Samuel and Harpo and Sophia and Jack and Odessa real old and don’t know much what going on. But I don’t think us feel old at all. And us so happy. Matter of fact, I think this the youngest us ever felt.





* Alice Walker também me ensina muito sobre superação e perdão em praticamente tudo que escreve, especialmente nos contos. Para quem não conhece, isso aí em cima é o último parágrafo de The Color Purple. Li na adolescência e, obviamente, não conseguia ver quão feliz é este final, já que tudo que eu queria era crescer e ter liberdade e viver grandes dramas. Ainda bem que me ficou na memória, pois hoje em dia recorro muito a ele. Também eu, depois de muitos e muitos anos, nunca me senti tão nova. 

Tão bom!

Sonhar com a dona Melânia ao volante de um chevette velhíssimo, só nos as duas a passear pela praia do Futuro, pelo Caça e Pesca, pelo Catolé e por tantos lugares que o meu tempo enterrou, e ela saudabilíssima, nem um traço, nem um vestígio da maldita doença - e ao contrário de todos os outros sonhos, neste, ela nunca tinha morrido.

Esta é a praia do Caça & Pesca, onde o rio encontra o mar. Chama-se assim porque tem, ou tinha, o clube de Caça & Pesca de Fortaleza mesmo ao pé, co-fundado pelo meu avô. O meu avô caçava, pescava, bebia, aventurava-se. Era um homem à Hemingway.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Crónicas do Encolhimento - Um enorme prazer

Comparar, quando as encontro, porque arranjava sempre forma de me esconder,  fotografias de até há seis meses e as de agora. Ahhh, se eu soubesse como era bom, teria feito aqueles "antes e durante" em ângulos absurdos, só para ficar comparando.

Fútil, eu sei, mas tão absolutamente BOM, como comida nunca foi.
Podia pôr aqui, né? Vou ver se aprendo a borrar caras.

Ei-las, fotos apanhadas pelo namorado psicopata:

São assim quase 17 quilinhos, senhores. Sabem a metade do caminho andado.

Culpa da Gralha

Levei, há dez minutos, o portátil moribundo ao senhor dos portáteis. Ele pede-me - educadíssimo, um gentleman, o senhor - para abrir um ficheiro qualquer. Ora bem, curiosa com a série Girls, recomendada pela nossa Gralha, tinha-a sacado ontem e e ali estava no meu PC mesmo à mão de semear. Abro o ficheiro.

Um casal em plena e ardente cópula.

Agora vamos ver se crasha, diz o senhor.
Ok, digo eu.
E olhamos para o monitor.

E não crasha. E a cena prossegue.

E aguento cerca de 40 segundos de fornicanço com o homem que arranja os computadores ao lado antes de dizer um "que horror, isto não é o que parece, é uma série que uma amiga me recomendou não sei bem porquê". E fechei aquela merda.

Passámos o resto da conversa a tentar conter as gargalhadas. Mais valia ter-me escangalhado toda ali, porque agora estou para morrer de vergonha, aquelas vergonhas inultrapassáveis, tipo de quando damos um sonoro pum à frente de quem menos convém, e o pior é que a loja do senhor é mesmo no caminho do café do Manel e caramba, como eu preciso dum café neste momento.

Roubado do Facebook da minha blogger preferida

Uma arte

(Elizabeth Bishop, tradução de Paulo Henriques Britto)

A arte de perder não é nenhum mistério;
tantas coisas contêm em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.

Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subseqüente
da viagem não feita. Nada disso é sério.

Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Perdi duas cidades lindas. E um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
tenho saudade deles. Mas não é nada sério.

— Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo
que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério
por muito que pareça (Escreve!) muito sério.

One Art
(Elizabeth Bishop)

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

— Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.
 Se estivesse no FB, enchia isto de coraçõezinhos. Bateu fortíssimo.

domingo, 10 de junho de 2012

O lado bom das novas partilhas e os novos desafios

Nos blogs, mergulhamos nos diários de outras pessoas e deixamos que penetrem nos nossos. Em vez de ilhazinhas perfumadas com cadeadinhos chineses - que muitas de nós ainda mantemos - criamos este espaço delicioso de perspetiva.
(Há uns dias li o meu diário de 1990, 91. Meu Deus, quanta dor, quanta revolta, quanta solidão e incompreensão por ali anda. Se eu tivesse Casacas, Joaníssimas, Anamês, Silvinas, Gralhas, Gingubas, Irinas e todas vocês a lerem e comentarem as minhas cacas na altura, teria sido uma adolescência bem mais fácil. Se o Gabriel for de expressão escrita como os pais, vou mostrar-lhe as maravilhas de ter um blog).

Já o Facebook condensa o meu mundo, que tem dois continentes, num só. Aproximou-me de gente que me é preciosa, apresentou-me outras. Permite-me dividir a vida com a minha família praticamente em tempo real, e só tenho a agradecer ao puto Zuckerberg por isso.
(Falo do principal, porque depois há a partilha de informação e cultura, que também me enriquecem, e a aparvalhação pura e dura que acalmam um pouco o isolamento de quem teletrabalha e para quem isso (isolamento) é um problema).

O desafio é não deixar que essas facilidades substituam o contato olho no olho. É difícil, pois algo que essas novas partilhas permitem é a gestão da socialização dentro do nosso próprio tempo e segundo as nossas próprias regras editoriais - o que não nos agrada, fica de fora, o que é impossível no contato humano direto. Não sei que influência esse poder de editar a vida terá na nossa capacidade de relacionamento no futuro. Desde que tenho o telefone esperto que me apanho muitas vezes a usá-lo enquanto estou com outras pessoas, que é coisa que detesto, mas o fascínio de ter as nossas próprias regras editoriais é enorme.

Enfim, agora podia aqui acabar com uma grande frase megatudo, do tipo "estamos a viver no limiar de um novo tipo de relações humanas, os nossos filhos que resolvam essas angústias fronteiriças", mas não vou dizer nada disso, vou mas é procurar uma TED talk que acho que todos nós devíamos ver.

Sim, eu sei, são vinte minutos. Duvido que, ao começar, parem de ver. Há coisas para todos. E vão fazer ouch algumas vezes.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Mais coisas de amigas novas II

Jantar com a Silvina e com a dona Gralha - que saiu especialmente do filme Dirty Dancing para dividir uma piza com a Casaca. Desta vez, não tenho nenhum dramaturgo ou artigo do Guardian novo: elas trouxeram-me emoções, gargalhadas, partilha, perda completa de noção do tempo e provavelmente a ira da babysitter (I LOVE YOU, MINHA XÉU BÉU).

QUE BOM ter tantas mulheres assim na minha vida. Sejam bem-vindas e, por favor,  fiquem por aqui.

Mais coisas de amigas novas

Este artigo do Guardian, partilhado pela também recente amiga Eliana (a do Kevin), bateu num pontinho cá dentro. Eh pá, nunca tinha formulado o que diz a Suzanne, mas sinto - SINTO! - a mesmíssima coisa. Estou farta de espertalhices e negatividade, está tão visto, tão velho. Cansei. Também acho que esse humor snob é nothing but conservative.

Para não deixar a coisa incompleta, a Eliana ainda me mandou um excerto dum stand-up da Ellen Degeneres que já tínhamos visto há uns anos (quando o então recém-criado MOV passava comédia às sextas à noite e não íamos para a cama às 22h). É fresco, para cima, pé-no-chão e recomendo a todo mundo que precise de umas gargalhadas boas. Ei-lo.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Crónicas do encolhimento - a saída do plateau

Saí do plateau há coisa de uma semana. Agora sempre que me peso, estou com um pouco a menos. E estou a 300 gramas dos 17 quilos perdidos.
Afinal o segredo para sair do plateau era... comer um bocadinho mais.

A verdade é que já não me considero de dieta. Depois de quase cinco meses, isto não é mais dieta, é como são as coisas. Não há sacrifício nem plano: como quando tenho fome, paro quando deixo de ter - ao fim e ao cabo, o que os livros dizem está certo: quem come para matar a fome não engorda. A fome que engorda é a fome emocional. É o que há para saber sobre o assunto.

Claro que paro muito para traduzir os sinais, se é fome, se é tédio, se é vontade, se é raiva, se é o quê. E já percebi que o (meu) segredo está aí: identificar o que sinto e não tapar tudo com comida.

É como eu falava com a Ana Lopes aqui pelo blog, não me lembro em que post: viver com o buraco. Há que viver com o buraco. Quando deixo o buraco quieto, vejo que o buraco não é fome e não como. Aguento a merda do buraco. It's on, buraco.

E pronto, agora é esperar o próximo salto do meu belo sapo, que tenho a certeza que será durante a próxima semana.

Quando chegar aos 20 quilos, publico uma foto nua.

Talento nacional

Das coisas fixes que a Paula trouxe para a nossa recente-porém-muito-fixe amizade foi o Tiago Rodrigues, ator e dramaturgo. Há uns largos meses, a amiga Paula ofereceu-nos bilhetes para o maravilhoso "Tristeza e Alegria na Vida das Girafas":

que, me envergonho de dizer, foi a primeira peça portuguesa de raiz que fui ver. Caramba, nós adorámos. Que energia, força de viver, entusiasmo... e tristeza, dores de crescimento, silêncio, morte. É uma peça clássica, acessível, que podia ser vendida para qualquer país. Como é que só esteve três dias em cartaz em Lisboa é algo que me ultrapassa mesmo a sério.

Há uns dias, fomos ver a fabulosa "Três Dedos Abaixo do Joelho", feita a partir de colagens de textos de censores de peças de teatro (e nada mais). Como a outra, também é cheia de força, música, entusiasmo - e gargalhadas. Também passou apenas uma semaninha em cartaz, quando tanta porcaria emperticada passa meses e meses.

Enfim, o post vem dizer duas coisas: Tiago Rodrigues rocks e sempre que virem qualquer coisa dele em cena corram a comprar, porque o mais certo é que esteja apenas três dias em cartaz.

Ah, e que a Paula é fixe. Já são três.

Pairar sobre o mundo - III

... Estou em crer que passei anos a apontar pontos fracos na minha vida também de forma a estar fora do jogo. O pior é que, mesmo tendo esta queda discretíssima para a autocrítica e superanálise, era quase sempre da boca para fora. Como de vez em quando rebento por aqui, a verdade é que tenho a perfeita noção de que tenho uma família do caraças e estou muito orgulhosa do que temos conseguido, entre mortos e feridos. Acabaram-se os queixumes só para que outras pessoas se sintam bem consigo próprias ou para mostrar que não sou ameaça nenhuma, pobre de mim.

Onde é que andei com a cabeça estes anos todos, meu Deus?

terça-feira, 5 de junho de 2012

Presentes inesperados

Eu acredito, sim, que Deus fala com a gente o tempo todo. No meu caso, tenho um código muito próprio há muitos anos para falar com Deus (na verdade era para falar com a minha avó e, mais tarde, com a minha mãe. Ponho "Deus" para encurtar, porque é a mesma coisa). Como será a minha próxima tatuagem, falarei dele na altura.

Isto para dizer que adoro prendas :) Acho sempre que um presente-surpresa é Deus (avó, mãe) a sussurrar qualquer coisa a alguém no momento certo, e que a gentileza e generosidade dessa pessoa são o seu veículo perfeito.

Há uns dias tive um dia absolutamente de merda - o dia em que escrevi 17 posts sobre procrastinação. Arrastei-me depressiva até às seis da tarde, fui buscar o Gabriel à creche e fomos ao parque esperar pelo Hugo. Não tinha falado com ele o dia inteiro, pois prefiro evitar pessoas quando estou mal - tenho o blog, duh. Pois que o Hugo me chega com um dos presentes mais Melissa de toda a galáxia.  um livro para fazer várias listas de filmes durante toda a nossa vida, com ilustrações maravilhosas. Não concordo com quase nenhuma escolha do ilustrador, mas que o livro é giro, é. Eu estava TÃO na merda quando o livro chegou para me lembrar que sempre terei os filmes. Obrigada, Hugo. Obrigada, quem o inspirou.


Hoje foi o contrário: foi um dia de tomada de consciência. Pensei em muitas coisas boas que acontecem todos os dias por escolha nossa e senti-me orgulhosa delas. Estava mesmo feliz. E neste dia de felicidade, chega-me outra prenda da amiga mais bem sucedida que alguma vez já tive e quem disse que dias bons não merecem prémios? Merecem, sim. E soube-me pela vida, especialmente por uma característica que esta prenda (e já agora, a outra também) tem que eu simplesmente adoro: eu nunca a compraria para mim. Para a ter, teria de ser uma oferta. Sei que as pessoas costumam ter sentido prático e gostar de receber o que lhes faz falta, mas, nisso, eu sou justamente o contrário: adoro ser surpreendida com coisas que mostrem como as pessoas me vêem. É o meu tipo de presente. Obrigada, Irina, por me veres tão cor-de-rosa e feminina. E não precisava de ter chegado nos anos da dona Melânia, chegou no dia que tinha de chegar.

Tenho saudades de quando comprava prendas, também. Se calhar foi algo que o Facebook roubou, porque agora até as prendas (gifs, frases giras e tal) são virtuais. Vou tentar ver disso.

E sim, sei que ando muito cheia de Deus para aqui e Deus para acolá. Sim, é o que parece: neste processo de "reinvenção" que é o emagrecimento, estou a tentar resgatá-lo -  embora seja dificílimo. Sendo dificílimo,  deixo que me chegue como tem chegado, nos presentes, nos sinais, no meu filho, no meu marido, nas tomadas súbitas de consciência de que a felicidade mora aqui. Corny, but true. 

Porque tem de ser dito de vez em quando

Eu adoro a nossa vida.
Adoro tudo que fazemos, menos limpar a casa.
Adoro as nossas opções. Adoro ir ao parque ou à praia todos os dias, adoro não voltar nunca diretamente para casa. Adoro os fins de semana. Adoro que o meu marido ainda se ria de mim depois de tantos anos. Adoro os moldes do meu casamento e da minha família. Adoro a segurança do meu filho. Adoro estar com os meus amigos e adoro quando eles dizem que sim a programas estapafúrdios que encontro.  Adoro descobrir os meus novos amigos.

Adoro as nossas opções.

Só faltava o meu pai viver mais perto.

Yup. Mesmo cheia de dramas dietéticos e de luto tardiamente feito, vivo muito, muito bem.

O meu blog preferido neste momento

Não sou leitora de blogs. Sigo os das amigas e leio na diagonal alguns dos que estão na blogroll ao lado, além de umas visitinhas ocasionais a blogs de esquerda e, claro, a alguns blogs imbecis só para despertar a bílis. Nem sequer tenho reader.

Mas sigo este de perto. E tem o melhor nome de sempre.
É tão bom ver mulheres com cérebros a mil como a Juliana - especialmente depois das visitinhas ocasionais a blogs imbecis.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Pequeno e muito económico post

Não tinha carne em casa e estava com preguiça de ir ao talho, por isso, deixei feito um enorme empadão de soja para o meu irmão/babysitter ontem. Sempre que faço soja, faço logo em quantidades astronómicas, porque é baratíssimo. Fiz o equivalente a dois quilos de bolonhesa, usei 1/3 e congelei o resto.

Hoje, toda partida do concerto de ontem, pensei: não faço jantar, vou buscar um frango ao detestável Pingo Doce. Lá trouxe um galináceo de três euros e pensei: caneco, tenho ali pitas. Jantamos pitas, não dá trabalho nenhum. Desossei o frango (parte chata) e piquei-o na picadora (parte cagativa). Resultado: um pequeno Evereste de pó de frango. Metade, misturado à salada, dá para as pitas todas, e a outra metade vira arroz de frango amanhã ou depois.

Tenho lombinhos de pescada no congelador.

Ou seja, assim num instantinho, adiei a ida ao talho por mais quase uma semana.
Adoro.

Update: consegui esticar a salada de frango para mais duas pitas, ou seja, amanhã o Hugo leva pitas para o trabalho (SALVO SEJA) em vez de empadão. Assim sendo, amanhã só preciso de fazer uma embalagem de lombinhos de pescada, porque não preciso de contar com a marmita do Hugo para o dia seguinte, pois ele levará o empadão. Sopeiro, very sopeiro, mas adoro. 

Devaneio pequenino e inconsequente

Sonhei com a casa mais linda que já vi. Tinha vários andares e era toda de madeira e ferro. Estava coberta de hera. Era um bocado perigosa, tudo rangia e as divisões eram ligadas por pontes muito estreitas. Era verde, verdigris e cor de ferrugem e passei lá a noite de ano novo com alguns amigos e primos aleatórios. A dona da casa alugava os quartos e contou a história da casa - nada de especial, comprou-a em ruínas e estava a arranjá-la.
Que casa linda.
Cheia de fantasmas, provavelmente.

domingo, 3 de junho de 2012

Dois livros que me mudaram para bem melhor

Ismael é mesmo uma aventuda da mente e do espírito, nada menos. Respondeu a várias ânsias que tive naquilo que considero o começo da minha vida adulta (2005, mais ou menos - quando o Hugo veio viver comigo). Alegrou-me o coração e a alma, e sou uma pessoa muito mais feliz desde que o li. Daniel Quinn é o meu guru e presto muita atenção ao que ele diz. Ismael é o primeiro livro de uma trilogia - Ismael, a História de B. e Meu Ismael - os três fascinantes e cheios de novidades. Sim, serei assim tão vaga porque quero que procurem (há de graça na Internet, em cópia legal - a edição portuguesa esgotou há muito tempo, acho). Pode não mudar o vosso modo de pensar como mudou o meu porque podemos não ter as mesmas perguntas, mas acho que há novidades para quase todo mundo. A mim, mostrou-me esssencialmente que a liberdade é possível. Para as fanzocas do Eddie Veder, saibam que Yield é inspirado neste livro. 


O outro livro que mudou tudo foi este milagre, a ser lido por todas as mulheres, especialmente as obcecadas por comida de alguma forma (seja muita, muitíssima, pouca, pouquíssima). É um presente de liberdade e amor e entendimento e paz. A primeira vez que o li, fi-lo em lágrimas das primeiras às últimas páginas. E preciso voltar a ele de vez em quando para me lembrar de voltar a mim mesma.

Há uns dias, levei-o no comboio para o emprestar a uma amiga, e comecei a relê-lo. Depois de o entregar, acabei por comprar outra cópia para mim, tal era a urgência.

Sei que já falei dos dois N vezes, e falarei N vezes mais, pois eles não terminam. 

Aniversário - II



Eu não posso entender
Essa vida tão injusta
Não vou fingir que já parou de doer
Mas um dia isso vai acabar


Eu não consigo me convencer
Que essa vida não foi injusta
Tanta falta me faz você
Queria ver você em casa

Mãe
O amor que eu tenho por você é seu
Mãe
O amor que eu tenho por você é seu
Como é seu
O meu aniversário

sábado, 2 de junho de 2012

Aniversário

- Sabes quem faz anos amanhã?
- O Vasco.
- Isso foi hoje. Amanhã faz a vó Mel.
- A avó?
- Sim, a vó Mel, que não conheces porque mora no céu.
- puquê?
- Porque foi para lá viver.
- Vó Mel. E vamos à festa?
- Não, não vamos à festa porque o céu é longe, mas podemos fazer uma festa aqui.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

True Story

A subir a Av. X em direção ao Saldanha, 35 graus mais coisa menos coisa, e sinto um delicioso ventinho gelado nas costas. Ahh, tão bom passar em frente a lugares com AC, pensei eu. E pouco depois outra vez. E outra. E outra.

Foi quando me dei conta de onde estava: não era em frente a um centro comercial ou a um banco, mas sim, em frente ao prédio em ruínas onde os Gémeos fizeram um dos melhores trabalhos de grafiti do mundo.

O ar gelado vinha das janelas partidas da cave. Um sopro por cada uma das janelas.

E não me venham cortar o barato com explicações científicas, porque tenho a CERTEZA que é o Outro Mundo a entrar em contato com a futura Mestra do Horror Nacional - eu.