sábado, 29 de setembro de 2012

O resto da casa está devidamente feng-shuizada

Mas a porta do meu frigorífico continua a ser assim uma Rotunda do Marquês energética.


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

De uso diário

Gosto de me lembrar deste presente que a Cátia me deu há uns anos não só em períodos que pedem resignação e humildade mas quando estou em paz, também. Imagino que pareça um elogio à passividade a muita gente - mas não a mim.

1. A PESSOA QUE CHEGA É A PESSOA CERTA.
2. O QUE ACONTECE É A ÚNICA COISA QUE PODIA ACONTECER.
3. EM QUALQUER MOMENTO QUE COMECE É O MOMENTO CORRETO.
4. QUANDO TERMINA, TERMINA.  



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Em cinco minutos

Descobri que me tinham cortado a água, que não havia pão, que o tomate e a rúcula e o coentro estavam podres, parti um copo e enchi a cozinha de fumo.

Sentei-me a ler a Time Out e vi uma sandes de 18 eur. 18 eur por uma sandes. E pensei: que belo tema para um bash: a Festa do Clone da Sandes Mais Cara do Mundo. Vou ver datas com as pessoas do costume.

Deixei cair o pacote de leite aberto.

Há mais: o Hugo perdeu a aliança, íamos a Madrid e já não vamos e as passagens não são reembolsáveis, precipitei-me a pagar o Hotel em Madrid e só me devolvem o dinheiro em crédito groupon, o que não seria mau se a Gralha não me tivesse dito que os groupons vão falir e ainda aconteceram mais algumas merdices, mas caramba, por algum motivo recuso-me a me deixar abater pelo que não tem remédio. Contas feitas, a rentré está sendo estupenda na mesma. Por algum motivo.  


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Como juntar valor ao momento

Se for pela esquerda, chego mais depressa.
Mas, se for pela direita, vejo o mar.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Para quando, Disney,

Um herói que queira desafiar todas as regras, tal como fizeram as 125 princesas até agora, e lute por ficar em casa a cozinhar, limpar, brincar aos vestidos e aos bebés e ser aceite por todos como um honorável e bravo príncipe na mesma?

Sim, é o derradeiro desafio de guionismo, eu sei. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A quinta coisa boa

Que não é boa, é maravilhosa: A Letícia, irmã da Cecília, é 100% compatível. Habemus medula, e tento pensar que notícia se troca por uma dessas, mas não há, isto é o top dos tops!

Três coisas boas

 - O meu irmão voltou da sua viagem de cinco semanas pelos quatro cantos da Europa. Gastou menos de 100 eur da sua conta. O resto, foi ganhando e trocando pelo caminho. Music for couch, music for food. Fico feliz, pois ele é mais livre do que todo mundo que eu conheço.

- Achados da última ida a Cascais, em dia de feira de velharias: duas Magalis, duas Mônicas, oito bilhetes pré-comprados de carrossel.

- Tinha uma resolução antiga de cumprimentar todo mundo que se cruzasse comigo com um bom dia ou boa tarde, mas comecei a parecer maluquinha. Então, há umas semanas, fiz uma adaptação e passei a cumprimentar apenas as pessoas que normalmente são invisíveis: senhoras das limpezas, o homem que varre a rua, os condutores dos transportes. Agora tenho menos gente a achar-me maluquinha.

- quarta coisa boa: o meu Buchas Bucholadas faz hoje três anos e sete meses. Tenho saudades do bebé, mas estou apaixonada pelo moleque. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Uma curtíssima verdade sobre mim e o meu irmão

Nós estragamos livros. Temos esmeril (???), como dizia a nossa mãe.

O padrinho de casamento Pedro disse-me, há uns valentes anos, que quando acabo de ler um livro, parece que ele foi lido por 15 pessoas. Conseguiu enfiar-me a peta de que um livro meu (os Pilares da Terra, julgo), foi-lhe confiscado pela alfândega no aeroporto por conter demasiada matéria orgânica.

O meu irmão é bastante pior. Tenho a certeza que amarrou a minha bíblia a uma quadriga e a arrastou por toda Roma antes de ma entregar de volta, indigna, humilhada, em farrapos. Levou-me dois livros para as suas extensas férias, dois livros que eu ainda não tinha lido, mas já os chorei.

Lembrei-me disto porque a Casaca ofereceu-me um livro emprestado.

A sério, não me emprestem livros. Não sou de confiança. E o meu irmão tira-os da minha estante sem me dizer nada.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Avós

Uma trá-lo penteadinho e com meias e sapatos, leva-o ao padeiro, ao peixe e à fruta em Moscavide e gaba-o pelas vizinhas. São doidos um pelo outro, e ele sabe exatamente o que fazer para a manter derretida: porta-se muito bem, come melhor ainda e é bebezão. Ela manda-o de volta aos pais com um pequeno enorme farnel das comidinhas preferidas do seu menino, nada de marcas brancas, tudo do bom e do melhor.

A outra despe-o e mete-o a chapinhar na água, ele suja-se, persegue as gatas, não tem hora para nada, come o que lhe apetece, faz o que bem entende, brinca muito e tudo muito alto, dorme de madrugada. São doidos um pelo outro, e ele sabe exatamente o que fazer para a manter derretida - ser selvagem, falador e engraçado.

E a minha mãe protege-o ferozmente lá de cima, assim como o resto de nós. É a única certeza que tenho na vida.

Tenho uma sorte descomunal.

domingo, 16 de setembro de 2012

Crónicas do Encolhimento - está alguém aí?

Estou estacionadona nos - 18 (ahamm, - 17, porque engordei um quilo) há muitos meses. Está na hora de retomar fôlego - ler o blog da Larissa ainda há pouco foi uma inspiração.

Cinco quilos até o fim do ano parece-me realista e exequível (oito seriam o paraíso, mas não gosto de pensar alto).

Vamos a isto, que eu mereço tudo e mais o céu.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Adoro o blog desta miúda*

Porque é dos raros, raríssimos blogs que por aí andam sem egos e vaidades. É o diário de uma amiga e ela escreve com o coração, todas as vezes (que são poucas). E o último post dela tem mais coração do que os outros.
Adoro blogs como o da Pekala e o da Manue. Ganham Melissinhas de Ouro todos os anos pela sua sinceridade, realismo, simplicidade e tudo que falta nos outros blogs, este incluído.

*e adoro a miúda também.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cara Manue,

Ia comentar no teu blog, mas como este sítio anda tão paradinho e desanimado, resolvi responder por aqui - odeio passar muitos dias sem postar nada, e assim faço um apanhado dos últimos tempos.

Adoraria ter tido um verão magnífico como tu, mas não foi. Houve - e está a haver - tempo de qualidade com o meu buchas, que teve pela primeira vez a noção do que são férias (três semanas sem ir à creche). Todos os dias ele acorda e pergunta-me: mãe, não vou à escola, pois não? E eu: sossega, filho, ainda não é hoje. Ele podia voltar a dormir, mas, caramba, férias são uma cena boa de mais para se passar a dormir, pelo que os dias nesta casa começam aí às sete.

O verão foi angustiante para mim porque foi angustiante para algumas amigas. A minha doce Silvine!!! está em plena quimioterapia e cá estamos nós todos a torcer por ela, que é uma tipa do tamanho do mundo inteiro que me ensina coisas maravilhosas. No Brasil, a filha de uma amiga de infância teve uma recidiva de um linfoma que veio leucemizada, e estamos à procura de um dador compatível. Fora isso, uma criança que conheço há dois anos, bebé, colega de creche do Gabriel, foi retirada aos pais e está num abrigo, e isso também me angustia muito. Há dias que me pergunto se uma enorme cagada no nosso percurso de pais deve ditar todo o nosso futuro. Portanto, como vês... Bom, tem sido angustiante. E houve mais coisas tristes também. Mas cá estou, de cabeça erguida e a seguir em frente.

Nunca tive tanta preguiça na vida. Acho que é da amiga Mono, que ainda deve por aqui pairar. Somos uns gajos passeadores e desbravadores, eu e o Hugo. Mas, nestas "staycation", acordamos, vamos para o parque e lá ficamos a vegetar enquanto o Gabriel brinca. Eu, claro, morta de culpa por não estar a fazer mil e uma coisas interessantíssimas, quase tanta culpa quanto sonolência. É difícil ser-se um culpossauro quando se está molenga.

O melhor do verão é o meu pai, que está cá há duas semanas e fez-me ganhar um quilo. Sim, foi ele, não vale a pena analisar muito. O mais chato do verão é o meu irmão Nando estar longe há tanto tempo, em digressão com bandas italianas, pelo que sei. Morro de medo que ele, numa dessas idas, decida que não vale a pena voltar. É que não precisa de muito para se chegar a esta conclusão, estes dias. E eu iria ficar de coração partido. Espero que ele não leia este post para não se pôr com ideias. Por outro lado, gosto que não esteja por cá quando as coisas estão prestes a ferver - no dia da manifestação não vou ter o coração na mão por ele, que tem o coração na boca. Sim, vai haver outras e a coisa vai escalar porque tem de escalar, porque está na hora desta gente mostrar o seu valor. Penso isso para todo mundo, menos para o meu irmão. Queria que o meu irmão ficasse em casa em dia de manifestação, aliás, já planeei trancá-lo cá. Sim, não faz sentido. Depois de ser um culpossauro, sou um incoerentossauro. Mas ele é um dos amores da minha vida, e quando a gente gosta é claro que a gente cuida.

Tenho um novo desafio profissional à minha espera quando voltar a trabalhar, e isso também me angustia. Quero que corra bem, porque é algo que me faz mesmo muito feliz e me realiza quase tanto quanto escrever guiões (que é coisa difícil, neste momento). E já que falamos disso, aproveito aqui para desejar a todas as minhas amigas professoras um volte-face para esta história toda. E não só às professoras. Desejo-nos a todos a melhor das sortes para sobreviver a esta rentrée (é assim?). Sorte para sobreviver e coragem para lutar (menos ao meu irmão; para ele, peço menos coragem). Já chega de depressão económica. Quero posts felizes pela blogosfera, mas felizes com o pé no chão, e não felizes-alienados.

(Por falar nisso, estranho o silêncio de alguns blogs que tanto berraram o "VAMOS MAS É TRABALHAR!!!" a cada nova machadada que levávamos. Acho, e espero, que tenhamos todos chegado ao nosso limite de esforço e passemos a tocar pelo mesmo diapasão, agora).

E pronto, assim termino esta missiva de fim de temporada. Ainda tenho quatro dias de férias pela frente, que pretendo gozar ali no parque, a vegetar enquanto leio Zafón e respondo ao Hugo e ao Gabriel com monossílabos. A culpa é da Mono. Monossílabos. Haha. Eles sabem.

Com os melhores cumprimentos,

Melissa



sábado, 8 de setembro de 2012

Este Verão

Está a ser angustiante por vários motivos.
Já me apetece outono e mudanças, a sério.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Parte das férias

Deixar o carro à porta de casa e irmos em ziguezague pelo bairro fora, descobrindo novos relvados e cafés e pessoas, e ir brincando e nas calmas até chegar ao parque que quase ninguém vai (agora abriu lá um café jeitoso, pode ser que melhore), estar ali a procurar rãs e a brincar na areia, venha o diabo e escolha o que detesto mais, curtir o calor de fim de dia, ir ao Lidl comprar o jantar, voltar a casa por outros caminhos.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Serviço Público

Custa pouco mais de um euro no Leclerc e tem um cheirinho divino, meio achocolatado/amendoado/abaunilhado mas nada enjoativo, e deixa a pele muuuuuito macia.