sábado, 26 de abril de 2014

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sonhos

- Ó mãe, mas quando nós acordamos, para onde é que vão os sonhos?
- Ficam aí guardados dentro da cabeça.
- E quando o sonho é muito grande e não cabe? Sai por aqui? (cucuruto)
- Os sonhos cabem todos dentro da cabeça.
- Todos apertados?
- Todos apertados, muito apertados.


segunda-feira, 21 de abril de 2014

humbled

Há uns dias, discutíamos num grupo de tradutores a melhor tradução para humbled, e é difícil. Concordámos todos mais ou menos com "honrado", ou com "mal podia acreditar", em paráfrase.

Seja qual for a tradução, foi como me senti hoje. Infelizmente já perdi a ingenuidade de achar que posso falar de tudo no blog, porque, enfim, não posso mesmo - isto é um transporte público - e não posso falar-vos concretamente nos eventos das últimas semanas que culminaram no dia de hoje. Até podia dizer que foi bom, que foi muito bom, se não tivesse doído também.

Para acalmar a crise de choro-e-de-tudo, ainda tive a sorte de ter o meu grilo falante a citar-me Cesar Millan, o encantador de cães, aplicado à minha vida. Fez-me uma alegoria em cães. Gaja brilhante, pá. Se um dia tiverem a oportunidade de a conhecerem, não a deixem fugir, conquistem-na. É uma amiga ímpar. 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Gabriel


O meu filho não tem nome de anjo. Tem nome de escritor.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Rita, moça bonita

Há quem ache parvinho falar com os mortos, Rita, como se vocês não ouvissem. Que grunhos.

Não vou fazer um apanhado de tudo de bom e de ruim que se passou este ano, porque acho que tens acompanhado de perto aí de onde estás. Acho que a clarividência vem com as asas e o fim da dor. Espero que sim, porque tanta coisa boa tem acontecido, não queria que perdesses pitada. Espero que estejas contente com o rumo que as nossas vidas têm tomado. Aos trancos e barrancos, vamos seguindo em frente, celebrando a vida. A tua vida também, claro.  

E como esta é uma das minhas canções preferidas de todos os tempos e tu a elegeste para o teu fantástico top "músicas que me trazem de volta à vida", ela agora é tua, daqui para sempre. 

Dança, menina. 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ecos indesejados

Uma pessoa fez-me mal há oito anos - vai fazer oito anos no dia 25 de abril. Esta pessoa fez-me mal ao ponto de eu ter deixado de acreditar prestar para varrer um vão de escadas, quanto mais exercer a minha profissão. Por conta disso, passei vários meses parada. Foi um período negro.

(Nota para outro post: quando despertei, decidi que não era mais aquilo que eu queria fazer da  vida, profissionalizei-me noutra área e corri atrás. Acabou por ter sido a melhor coisa que podia ter feito: descobri uma nova paixão, um novo talento, um novo valor. E, uns dois anos depois, fui capaz de voltar a exercer a primeira também. Portanto, nada na vida são perdas ou ganhos exclusivos. Mas isto é outro post.)

O que importa para este post é que a tal pessoa me disse coisas escabrosas. Coisas que vocês provavelmente nunca ouviram na vida e que não vou "escrever em voz alta" aqui, mas que repeti hoje para uma amiga chegada e que foi bom, porque é sempre bom olhar para os demónios de frente de vez em quando.

Tanta água passou por baixo da ponte. Fiz tanta coisa interessante, arranjei novos clientes e amigos. Aprendi a relacionar-me melhor com as pessoas, a defender-me melhor. Tive períodos bons, períodos excelentes, períodos maus. Tanto que cresci nos últimos oito anos - todo mundo cresce em oito anos, certo? E gosto mesmo da profissional em que me tornei, com todos os meus pontos fortes e pontos fracos. E tenho tido um bom feedback por parte dos meus parceiros.

Mas...

Não é raro acordar depois de ter sonhado que um cliente ou PM atual me diz as mesmas palavras. Ou que o telefone toque e eu pense: é desta que vou ouvir a mesma coisa. É desta que descobrem que era aquela pessoa que estava certa o tempo todo. É desta que fraude acaba. É desta que descobrem que não pesco nada disto. Sempre que começo qualquer coisa nova, então, tudo piora. Sei que é assim para toda a gente, mas imaginem já terem um guião prontinho de desaforos já ditos por alguém a que recorrer sempre que a insegurança bruxa precisa de falas.

São pensamentos curtos, mas muito tóxicos. O amargo de boca dura séculos. E claro que já não posso culpar a tal pessoa que me fez mal, não oito anos depois. O problema é meu. Demoro demasiado tempo a enterrar os meus defuntos.

Demoro demasiado tempo a enterrar os meus defuntos.

Lembro-me de há uns anos ter escrito que esta coisa que aconteceu tinha ficado para trás. Não, não ficou. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Melhor resposta de sempre

Eu - Oh meu Deus, porque tudo ao mesmo tempo, tudo a exigir resposta imediata para ontem, tudo a exigir exclusividade e entusiasmo e ao mesmo tempo nada certo? 

Amiga - Porque Murphy adora emoção. 


Caravana



Corra não pare, não pense demais
Repare essas velas no cais
Que a vida é cigana
É caravana
É pedra de gelo ao sol
Degelou teus olhos tão sós
Num mar de água clara.