Sonhei com o lugar perfeito! Ao pormenor!!!
O lugar perfeito era um palácio em Belém, muito pouco utilizado pelos cidadãos mas com manutenção da câmara, e tem um grande pátio ao ar livre e, descendo umas escadas, dois salões enormes. Famílias encontram-se lá às sextas-feiras depois do trabalho. Algumas mães, segundo a escala da semana, vão para um dos salões, onde há muitos carrocéis, almofadas e muitos brinquedos. Vão para lá todas as crianças e lá ficam a brincar. Esse salão é ligado ao primeiro por uma porta. No primeiro salão estão puffs, revistas, máquinas de café e uma aparelhagem, onde os adultos podem ter um tempinho de adultos. Há tapetes vermelhos por toda a parte. Cada casal leva um CD da sua preferência e põem-se a ouvir música e a falar de várias coisas com os outros. Todos falam baixinho (mas isso se calhar, era por ser um sonho). As crianças entram e saem da sala dos adultos quando lhes apetece.
A conversa é animada e as pessoas são diversas. O Pedro e Carla, que não têm filhos, estão lá e adoram também. :)
Há uma parte da sala de adultos que parece uma loja de roupa em 2a mão, mas não é loja, é para troca. As pessoas trocam as coisas. E trocam também receitas e comidinhas.
É assim, o lugar perfeito. Uma tribo de gente da cidade. Adorei o sonho. Espero voltar lá todas as sextas.
sábado, 30 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Tudo é uma questão de leitura
Acho que até já escrevi isto por aqui, que "tudo é uma questão de leitura" é a minha frase de eleição, aquela que respondo quando me perguntam, nas inúmeras entrevistas que dou, qual é a minha frase preferida.
Foi-me dita pelo meu pai - que é autor de muitas das minhas frases preferidas - quando eu disse que andava a ver fantasmas. Ele disse: podem ser fantasmas e pode ser por quereres que sejam fantasmas. Pode ser uma leitura. Se eu estiver virada para uma determinada interpretação dos acontecimentos, é essa a interpretação que o acontecimento vai ter.
"Tudo é uma questão de leitura" voltou-me à memória durante os aproximadamente 30 minutos que passei a ler "O Segredo", porque a tal "força da atracção" não é mais do que isso, uma questão de leitura. Se eu estiver a pensar em penas brancas, verei penas brancas (é o exercício que o livro dá para provar que temos um magnetismo XPTO para desejos: pensar numa pena branca e dar uma semana para a pena branca aparecer).
Mas adiante.
Estou a passar por dias difíceis, de muitas incertezas. No meio destes dias, há momentos excelentes, como se tudo corresse lindamente, como se o futuro brilhasse. E há momentos sombrios, sem energia nem fé, em que mal consigo levantar-me, em que não vejo nada de nada à minha frente.
Ora bem, a minha vida não muda todos os dias. Os dias são bastante parecidos uns com os outros desde que o Gabriel nasceu. Portanto, o que muda é a leitura de dia para dia. E é isso o que queria lembrar-me nos momentos sombrios: que é tudo uma questão de leitura. E essa leitura quem tem sou eu, está nas minhas mãos. Nos meus olhos.
(Terminei de ler Pássaros Feridos e trouxe para casa Alta Fidelidade, do Nick Hornby)
Foi-me dita pelo meu pai - que é autor de muitas das minhas frases preferidas - quando eu disse que andava a ver fantasmas. Ele disse: podem ser fantasmas e pode ser por quereres que sejam fantasmas. Pode ser uma leitura. Se eu estiver virada para uma determinada interpretação dos acontecimentos, é essa a interpretação que o acontecimento vai ter.
"Tudo é uma questão de leitura" voltou-me à memória durante os aproximadamente 30 minutos que passei a ler "O Segredo", porque a tal "força da atracção" não é mais do que isso, uma questão de leitura. Se eu estiver a pensar em penas brancas, verei penas brancas (é o exercício que o livro dá para provar que temos um magnetismo XPTO para desejos: pensar numa pena branca e dar uma semana para a pena branca aparecer).
Mas adiante.
Estou a passar por dias difíceis, de muitas incertezas. No meio destes dias, há momentos excelentes, como se tudo corresse lindamente, como se o futuro brilhasse. E há momentos sombrios, sem energia nem fé, em que mal consigo levantar-me, em que não vejo nada de nada à minha frente.
Ora bem, a minha vida não muda todos os dias. Os dias são bastante parecidos uns com os outros desde que o Gabriel nasceu. Portanto, o que muda é a leitura de dia para dia. E é isso o que queria lembrar-me nos momentos sombrios: que é tudo uma questão de leitura. E essa leitura quem tem sou eu, está nas minhas mãos. Nos meus olhos.
(Terminei de ler Pássaros Feridos e trouxe para casa Alta Fidelidade, do Nick Hornby)
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Um meio problema que chegou
Naturalmente.
O Gabriel está a medir forças connosco. Dizemos não, e ele olha-nos nos olhos e repete a asneira, a desafiar-nos, testando o espaço (claro que estamos a falar de um bebé de menos de dois anos, não atribuo emoções adultas a crianças, acho parvinho). Voltamos a dizer que não, afastamo-lo do sítio, e ele repete. E repete. E repete. Até vir o grito e o choro, que o faz virar para outra coisa qualquer.
Pronto, queria saber das mães que passaram pelo mesmo como conseguiram impor a autoridade sem grito e sem palmada. Com grito e com palmada sei como se faz, e está fora de questão.
O Gabriel está a medir forças connosco. Dizemos não, e ele olha-nos nos olhos e repete a asneira, a desafiar-nos, testando o espaço (claro que estamos a falar de um bebé de menos de dois anos, não atribuo emoções adultas a crianças, acho parvinho). Voltamos a dizer que não, afastamo-lo do sítio, e ele repete. E repete. E repete. Até vir o grito e o choro, que o faz virar para outra coisa qualquer.
Pronto, queria saber das mães que passaram pelo mesmo como conseguiram impor a autoridade sem grito e sem palmada. Com grito e com palmada sei como se faz, e está fora de questão.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
26 de Outubro
Amanhã é o meu feriado pessoal, escolhido entre todos os dias do ano. O dia em que escolho que tudo dê certo.
Amanhã é o 6º aniversário da morte da mamãe e é um dia bom, como foi aquele dia de 2004. Dia do fim da dor dela, em primeiríssimo lugar, da nossa em segundo, sem más notícias, de alívio, de fome física, de sono físico e de tantas outras sensações físicas que tinham desaparecido, de descompressão, e, acima de tudo de verdade, sem engano, sem engodo, sem condescendência.
Tudo o que acontecer amanhã será para o meu bem, e para o bem do Fernando.
Amanhã é o 6º aniversário da morte da mamãe e é um dia bom, como foi aquele dia de 2004. Dia do fim da dor dela, em primeiríssimo lugar, da nossa em segundo, sem más notícias, de alívio, de fome física, de sono físico e de tantas outras sensações físicas que tinham desaparecido, de descompressão, e, acima de tudo de verdade, sem engano, sem engodo, sem condescendência.
Tudo o que acontecer amanhã será para o meu bem, e para o bem do Fernando.
domingo, 24 de outubro de 2010
Confúcio não disse
Quando se está a passar por um momento difícil, quer a nível pessoal ou profissional (divisão parvinha, porque profissional é pessoal), quer a noutros níveis, quer a todos os níveis possíveis e imagináveis, às vezes o melhor a fazer é deixar-se estar quietinho, gastando o mínimo de energia possível.
sábado, 23 de outubro de 2010
Nova rubrica: alimente quatro por (às vezes muito menos de) cinco euros, em (às vezes muito menos de) 20 minutos
Cuscus à (o que a Melissa julga ser) marroquina.
Pegue numa caixa de cuscus (99 cêntimos, dá para bué), meça um copo de cuscus, ponha numa panelinha ou algo que o valha e deite a mesma medida de água fervente. Tampe e esqueça.
Pegue numa embalagem de strogonoff (ou bifes, mas neste caso tem de picar) de frango (cerca de 3 eur), ponha numa frigideira com azeite, tchooo, tchooo até a cena ficar branca, junte um potinho de knorr natura (1,50 4 unidades), mexe, mexe, tchoo, tchoo, salpique caril e canela, junte o cuscus, que depois de cinco a sete minutos já estará hidratado, cuscus para dentro da frigideira, mais caril, mais canela, quem gosta/quem não tem crianças pode pôr picante.
E pronto, é comer.
(As seguintes terão sempre fotos, o problema desta é que só me lembrei de criar a rubrica depois de termos comido).
Pegue numa caixa de cuscus (99 cêntimos, dá para bué), meça um copo de cuscus, ponha numa panelinha ou algo que o valha e deite a mesma medida de água fervente. Tampe e esqueça.
Pegue numa embalagem de strogonoff (ou bifes, mas neste caso tem de picar) de frango (cerca de 3 eur), ponha numa frigideira com azeite, tchooo, tchooo até a cena ficar branca, junte um potinho de knorr natura (1,50 4 unidades), mexe, mexe, tchoo, tchoo, salpique caril e canela, junte o cuscus, que depois de cinco a sete minutos já estará hidratado, cuscus para dentro da frigideira, mais caril, mais canela, quem gosta/quem não tem crianças pode pôr picante.
E pronto, é comer.
(As seguintes terão sempre fotos, o problema desta é que só me lembrei de criar a rubrica depois de termos comido).
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
terça-feira, 12 de outubro de 2010
O que é ser macho?
Sem me querer armar ao pingarelho, recentemente num artigo da Newsweek, escrevia-se sobre o papel do homem na sociedade e a necessidade da sua redefinição enquanto pai e marido.
Não é novidade para ninguém, mas se olharmos para o mundo de hoje, a mulher não é a mesma dos anos 50, que se limitava a cuidar do lar, dos filhos e ter o jantar pronto à hora do marido chegar.
De facto eram tempos de fartura para os machos, como aliás a personagem Don Draper muito bem sintetiza na multi-premiada série Mad Men.
Não é novidade para ninguém, mas se olharmos para o mundo de hoje, a mulher não é a mesma dos anos 50, que se limitava a cuidar do lar, dos filhos e ter o jantar pronto à hora do marido chegar.
De facto eram tempos de fartura para os machos, como aliás a personagem Don Draper muito bem sintetiza na multi-premiada série Mad Men.
O que é importante ressalvar é que o mundo mudou e a mulher pega na enxada e vai para a labuta, conseguindo amiúde ordenados superiores e tendo um papel determinante nas economias familiares. O que ainda parece não ter mudado é a partilha das lides domésticas e a assistência aos filhos. Mesmo em tempos de crise, onde em situações extremas em que os maridos estão desempregados e portanto com mais tempo livre, nada se altera. A mulher é que, depois do trabalho, continua a varrer o chão da cozinha, a cozinhar e a mudar as fraldas aos putos.
Para se ter uma ideia, a minha mãe numa recente conversa que teve comigo ficou bastante admirada de eu passar a minha roupa a ferro e aspirar a casa. A ideia do seu filho macho, criado para não mexer uma palha, ter uma esfregona na mão desiludiu-a bastante e julgo que lhe tirou alguns anos de vida. No final da partilha de opiniões que o assunto suscitou, fico na dúvida de quem ficou mais chocado com a opinião do outro, se eu, se ela.
Mas isso não é novo, de facto em qualquer conversa entre mulheres é normal que a referência ao trabalho macho seja uma ajuda. A frase “o meu marido ajuda-me imenso” é ouvida com bastante frequência. Nada pode estar mais desacertado que a utilização do verbo “ajudar”.
As mentalidades continuam iguais e por parte das mulheres é esperado muito pouco dos homens. Os pais presentes são confrontados muitas vezes com essa baixa fasquia, como reparou o escritor Michael Chabon no artigo. Por exemplo, quando vou com o Gabriel ao jardim ou ao médico, sou considerado um bom pai apenas porque estou a brincar com ele ou informar-me sobre a saúde da cria. O que realmente é estranho é o mesmo sentido de avaliação não ser feito à mulher. Ninguém diz a uma mãe que ela é diligente apenas porque tem o filho ao colo. Parte-se do princípio que é a obrigação dela.
Felizmente algumas coisas mudaram. Os próprios governos começam a legislar para dar mais regalias aos pais. Portugal até foi um dos pioneiros nessa matéria e já é possível haver partilha nos 6 meses de licença. Mas uma coisa é a legislação e outra completamente diferente é a vontade patronal em aceitar a repartição de responsabilidades. E nestas coisas já se sabe, e ainda por cima em tempo de crise, o homem trabalha a mulher cuida do recém-nascido. Podíamos até discutir o exemplo Sueco mas, sinceramente, não me apetece ficar deprimido!
O artigo, no entanto, acaba com uma pergunta extraordinária:
Afinal que é o mais macho? O pai ausente que fica sentado no sofá a ver televisão ou o aquele que cumpre com as suas obrigações em casa e cuida dos filhos?
Afinal que é o mais macho? O pai ausente que fica sentado no sofá a ver televisão ou o aquele que cumpre com as suas obrigações em casa e cuida dos filhos?
O artigo pode ser lido aqui
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
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