Para quem já esteve à espera de que alguém morresse, e que, por misericórdia, morresse o mais depressa possível, a procura por Brian Speer não tem nada que ver com resolver assuntos pendentes, descobrir verdades, nem nada disso.
Tem que ver com fugir dum quarto que cheira a morte, com estar o máximo de tempo possível distraído do que vai acontecer, o máximo de tempo possível numa realidade paralela, nem que para isso se tenha de trocar todas as prioridades do mundo.
O Brian Speer foi uma verdadeira bênção na vida daquela família.
("Ah, que não leste o livro, nhém nhém nhém, o filme é bem pior, como sempre". Ora, isto é das coisas mais enjoativazinhas de se ouvir (ou ler, como anda aí pelos blogos da moda). Um filme e um livro são dois produtos completamente diferentes e, amigos, um filme não pode nunca, não DEVE ser a ilustração dum livro. Um filme tem de ter ponto de vista, tem de acrescentar qualquer coisa, tem de nos ajudar a ver outros ângulos e a fixar a nossa atenção no que o realizador/argumentista quer que vejamos. Odeio mesmo a lenga-lenga de o livro ser melhor do que o filme. Coisa mais bimba e redutora).
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Porque casei com ele
No Colombo, por baixo da cúpula, dezenas e dezenas e dezenas de poltrona formam um círculo à volta da praceta. A cada dez ou doze poltronas, há um cluster de outras poltronas e sofás por trás. Musiquinha New Age e vídeos da ilha da Páscoa nos painéis à volta da cúpula, por cima das poltronas.
Em cada poltrona e sofá estava um velho a dormir. Em CADA UMA delas. Todos os velhos do mundo vão para aquelas poltronas cochilar. Uns de boca aberta, outros com um jornal gratuito na cara, outros com a cabeça a pender sobre o peito, outros completamente a pender sobre o velho adormecido ao lado. Estavam alguns 80 velhos a dormir sob a cúpula do Colombo.
Tive de lhe telefonar a dizer-lhe isso.
E ele entendeu perfeitamente a urgência.
Em cada poltrona e sofá estava um velho a dormir. Em CADA UMA delas. Todos os velhos do mundo vão para aquelas poltronas cochilar. Uns de boca aberta, outros com um jornal gratuito na cara, outros com a cabeça a pender sobre o peito, outros completamente a pender sobre o velho adormecido ao lado. Estavam alguns 80 velhos a dormir sob a cúpula do Colombo.
Tive de lhe telefonar a dizer-lhe isso.
E ele entendeu perfeitamente a urgência.
A terapeuta e o meu irmão
- Acredita nas pessoas?
- Não. Acho que somos um poço de boas intenções, mas de natureza má. Passamos a vida a tentar parecer melhores do que somos, mas, no fundo, somos mesquinhos, todos nós, e tudo o que fazemos é apenas a pensar em nós próprios, por mais que disfarcemos.
- Repare, pensar assim poupa-lhe imenso trabalho. Está sempre preparada para o pior, não se deixa atingir. Tente acreditar que, apesar do gene do egoísmo, há a hipótese de transformação pelo bem. Tente ter fé nisso.
______
- Tu acreditas nas pessoas. És diferente de mim. És capaz de pedir um hamburguer sem pão no McDonalds porque tens a certeza de que to vão dar. Eu tenho sempre a certeza que não.
- Claro que mo vão dar. É assim que estamos programados, para ajudar o próximo. O nosso sistema sabe que não sobreviveríamos sozinhos numa ilha. Somos cooperativos. Podemos lutar pela sobrevivência se for o caso. Mas em circunstâncias normais, somos bons: não é moral, é natureza. A sério, irmã. Pensa no teu próprio comportamento. Não me davas um hamburguer sem pão?
- Não. Acho que somos um poço de boas intenções, mas de natureza má. Passamos a vida a tentar parecer melhores do que somos, mas, no fundo, somos mesquinhos, todos nós, e tudo o que fazemos é apenas a pensar em nós próprios, por mais que disfarcemos.
- Repare, pensar assim poupa-lhe imenso trabalho. Está sempre preparada para o pior, não se deixa atingir. Tente acreditar que, apesar do gene do egoísmo, há a hipótese de transformação pelo bem. Tente ter fé nisso.
______
- Tu acreditas nas pessoas. És diferente de mim. És capaz de pedir um hamburguer sem pão no McDonalds porque tens a certeza de que to vão dar. Eu tenho sempre a certeza que não.
- Claro que mo vão dar. É assim que estamos programados, para ajudar o próximo. O nosso sistema sabe que não sobreviveríamos sozinhos numa ilha. Somos cooperativos. Podemos lutar pela sobrevivência se for o caso. Mas em circunstâncias normais, somos bons: não é moral, é natureza. A sério, irmã. Pensa no teu próprio comportamento. Não me davas um hamburguer sem pão?
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Isolada no primeiro lugar, sem competição à altura
Não há ninguém no mundo que procrastine como eu. Nem perto. Nem um cheirinho de perto.
Eu procrastino TUDO.
Escrever.
Guardar compras.
limpar a casa.
Ir buscar filho ao infantário.
Desligar o computador.
Entrar no duche.
Sair do duche.
E o campeão: arrumar o meu armário.
Não importa o que digam, procrastinação é como a cor dos olhos, não se muda. Não se muda! Quem nasce procrastinador, depois de uma vida de boas intenções e tentativas, morre procrastinador. E quem disser que não é simplesmente por estar no meio de uma dessas tentativas. Existem ex-fumadores, ex-gordos, mas não existem ex-procrastinadores.
Eu procrastino TUDO.
Escrever.
Guardar compras.
limpar a casa.
Ir buscar filho ao infantário.
Desligar o computador.
Entrar no duche.
Sair do duche.
E o campeão: arrumar o meu armário.
Não importa o que digam, procrastinação é como a cor dos olhos, não se muda. Não se muda! Quem nasce procrastinador, depois de uma vida de boas intenções e tentativas, morre procrastinador. E quem disser que não é simplesmente por estar no meio de uma dessas tentativas. Existem ex-fumadores, ex-gordos, mas não existem ex-procrastinadores.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Das pessoas e os seus baldes de caca
Estou sempre a dizer que que só confiava nas pessoas em que/quando via o seu dark side - nem que seja o dark side mais patético do planeta -, porque acho que é no dark side que se define a humanidade de uma pessoa, é lá que a encontramos verdadeiramente.
Mas não é bem assim, afinal tenho exceções.
Conheço duas pessoas, um homem e uma mulher, que não têm dark side. Conheço-os há muitos anos, de perto e de longe, e digo aqui, de peito aberto: aqueles dois (que não se conhecem) não têm sentimentos feios na alma. A humanidade deles é diferente, é pura generosidade e empatia. Não são auto-referentes, não conhecem a inveja (vá, talvez a branca), vibram genuinamente com as vitórias de quem gostam, têm o peito limpo. Podem não ser as pessoas mais engraçadas, divertidas e coloridas deste universo, mas não é disto que estou a falar.
E sobre a confiança... Fora da minha família-núcleo, seriam estas as pessoas às quais entregaria os meus sonhos e medos numa bandeja, sem qualquer tipo de reserva, independentemente do nosso grau de amizade.
Mas não é bem assim, afinal tenho exceções.
Conheço duas pessoas, um homem e uma mulher, que não têm dark side. Conheço-os há muitos anos, de perto e de longe, e digo aqui, de peito aberto: aqueles dois (que não se conhecem) não têm sentimentos feios na alma. A humanidade deles é diferente, é pura generosidade e empatia. Não são auto-referentes, não conhecem a inveja (vá, talvez a branca), vibram genuinamente com as vitórias de quem gostam, têm o peito limpo. Podem não ser as pessoas mais engraçadas, divertidas e coloridas deste universo, mas não é disto que estou a falar.
E sobre a confiança... Fora da minha família-núcleo, seriam estas as pessoas às quais entregaria os meus sonhos e medos numa bandeja, sem qualquer tipo de reserva, independentemente do nosso grau de amizade.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
"Tens de procurar outros prazeres na vida, Melissa"*
Chegar à CUF Cascais cega de dor (tenho uma tendinite eternamente adormecida mas que, quando acorda, é uma besta do oitavo Inferno), não perceber que tinha de tirar senha e pôr-me logo ao balcão, a rececionista pede-me a senha, gemo-lhe que não tirei, viro-me para a máquina das senhas para ir buscar a dita cuja, e lá estava, acabadinha de chegar, uma louraça cascaence de gema, já de senha na mão. Penso, obviamente, que a louraça me vai dar a senha, mas não, dá a volta ao meu rotundo e dorido corpinho e tungas, é atendida antes de mim. Tiro a senha a seguir, estupefacta, a destilar veneno e a desejar que a tossezinha da puta fosse uma cena totalmente beyond repair. Ela, senha 47. Eu, senha 48.
No painel, aparece: senha 48 ao gabinete. Olhei para a minha, olhei para a rececionista, sim, dona Melissa, gabinete nº 2.
A médica enganou-se nas senhas e chamou a minha primeiro. Quando saí, houve um problema informático qualquer e a senha 47 levou mais uma boa meia hora a ser chamada.
* Recomendação da nutricionista, plenamente seguida esta noite na CUF de Cascais.
No painel, aparece: senha 48 ao gabinete. Olhei para a minha, olhei para a rececionista, sim, dona Melissa, gabinete nº 2.
A médica enganou-se nas senhas e chamou a minha primeiro. Quando saí, houve um problema informático qualquer e a senha 47 levou mais uma boa meia hora a ser chamada.
* Recomendação da nutricionista, plenamente seguida esta noite na CUF de Cascais.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
A minha caderneta de cromos parte 3
Enquanto vocês tinham... *não faço ideia, Wham?*, nós tínhamos os Menudo.
Meu Deus, os Menudo.
Cinco miúdos de 13 anos a vestir collants de corres berrantes que me arrastaram aí aos 8, 9 anos de idade para uma adolescência tão precoce quanto fulminante. Estávamos todas, TODAS, na 3a classe, apaixonadas por um menudo ou outro. E sabíamos o seu signo, cor preferida, prato preferido, de que localidade minúscula de Porto Rico eram.
Tornámo-nos especialistas em Porto Rico.
Tornámo-nos especialistas em amor.
Falávamos espanhol.
Íamos casar com o nosso Menudo preferido.
Claro que, na altura, não fazíamos ideia - e nem nos interessava tampouco - que fosse uma banda completamente artificial, que trocava sem apelo nem agravo os seus componentes mal começavam a mudar a voz. Para nós, eram simplesmente a melhor coisa do mundo e mexiam com os dois dedos de hormonas que podíamos ter naquela idade. Sonhávamos acordadas, tínhamos as lancheiras e a caderneta de cromos. As poucas que já tinham vídeo em casa, gravavam as aparições em programas de auditório.
Passaram-se quase 30 anos e continuo ouvindo aquilo no youtube com muito gosto - e confesso que gosto muito de algumas canções, especialmente das letras. Eh, pá, gosto mesmo das letras. Vejam lá esta descrição do primeiro amor, como é spot-on:
No tiene cuerpo ni se puede tocar
y la vieron cruzando el cielo
Llega de pronto, llega sin avisar
como flecha de buen arquero
Cuando te toca, quema toda tu piel
como rayo que funde el hielo
No tiene cuerpo ni se puede tocar
y la vieron cruzando por mi calle
E agora, para acabar de lixar qualquer réstia de reputação que ainda pudesse ter, o vídeo que me tirava o fôlego:
E não perdoo nunca, NUNCA, papai não me ter deixado ir vê-los ao Castelão. Mamãe já tinha dito que sim e os oito mil cruzeiros iam sair da minha mesada (sair, como quem diz: seriam uns três meses de mesada).
UPDATE ESPECIALÍSSIMO:
Foi quando ouvi Rayo de Luna pela primeira vez que tive a certeza de que eu seria a futura Mrs. Martin. Topem lá a carinha. Quem diria, meu Deus. Suspiros.
"Cuando besa dice primero:
-Beso tus labios porque te quiero".
é MUITO romântico.
Meu Deus, os Menudo.
Cinco miúdos de 13 anos a vestir collants de corres berrantes que me arrastaram aí aos 8, 9 anos de idade para uma adolescência tão precoce quanto fulminante. Estávamos todas, TODAS, na 3a classe, apaixonadas por um menudo ou outro. E sabíamos o seu signo, cor preferida, prato preferido, de que localidade minúscula de Porto Rico eram.
Tornámo-nos especialistas em Porto Rico.
Tornámo-nos especialistas em amor.
Falávamos espanhol.
Íamos casar com o nosso Menudo preferido.
Claro que, na altura, não fazíamos ideia - e nem nos interessava tampouco - que fosse uma banda completamente artificial, que trocava sem apelo nem agravo os seus componentes mal começavam a mudar a voz. Para nós, eram simplesmente a melhor coisa do mundo e mexiam com os dois dedos de hormonas que podíamos ter naquela idade. Sonhávamos acordadas, tínhamos as lancheiras e a caderneta de cromos. As poucas que já tinham vídeo em casa, gravavam as aparições em programas de auditório.
Passaram-se quase 30 anos e continuo ouvindo aquilo no youtube com muito gosto - e confesso que gosto muito de algumas canções, especialmente das letras. Eh, pá, gosto mesmo das letras. Vejam lá esta descrição do primeiro amor, como é spot-on:
No tiene cuerpo ni se puede tocar
y la vieron cruzando el cielo
Llega de pronto, llega sin avisar
como flecha de buen arquero
Cuando te toca, quema toda tu piel
como rayo que funde el hielo
No tiene cuerpo ni se puede tocar
y la vieron cruzando por mi calle
E agora, para acabar de lixar qualquer réstia de reputação que ainda pudesse ter, o vídeo que me tirava o fôlego:
E não perdoo nunca, NUNCA, papai não me ter deixado ir vê-los ao Castelão. Mamãe já tinha dito que sim e os oito mil cruzeiros iam sair da minha mesada (sair, como quem diz: seriam uns três meses de mesada).
UPDATE ESPECIALÍSSIMO:
Foi quando ouvi Rayo de Luna pela primeira vez que tive a certeza de que eu seria a futura Mrs. Martin. Topem lá a carinha. Quem diria, meu Deus. Suspiros.
"Cuando besa dice primero:
-Beso tus labios porque te quiero".
é MUITO romântico.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Mais uma mini-partilha inconsequente
Quando o Hugo se afastou um bocadinho, olhei para cima e me veio o velho e inexplicável nó na garganta e os olhos a encherem-se. Senti-me avassalada. Um momento surpreendente, pois nem era algo por que estivesse especialmente ansiosa.
Não entendo, mesmo. Foi como os tambores dos Toca a Rufar.
De longe, a coisa mais linda que já vi na vida.
Coisas que ninam a Melissinha
Canta, canta passarinho, canta, canta miudinho
Na palma da minha mão
Quero ver você voando, quero ouvir você cantando
Quero paz no coração
Quero ver você voando, quero ouvir você cantando
Na palma da minha mão
Na palma da minha mão tem os dedos tem as linhas
Que olhar cigano caminha procurando alcançar
A nau perdida, o trem que chega, a nova dança
Mata verde esperança, em suas tranças vou voar
Passarinho... eu vou voar
Quero paz no coração
Meu alegre coração é triste como um camelo
É frágil que nem brinquedo, é forte como um leão
É todo zelo, é todo amor, é desmantelo
É querubim, é cão de fogo, é Jesus Cristo, é Lampião
Passarinho... eu vou voar
Passarinho... eu vou voar
Passarinho... eu vou voar
Na palma da minha mão
Quero ver você voando, quero ouvir você cantando
Quero paz no coração
Quero ver você voando, quero ouvir você cantando
Na palma da minha mão
Na palma da minha mão tem os dedos tem as linhas
Que olhar cigano caminha procurando alcançar
A nau perdida, o trem que chega, a nova dança
Mata verde esperança, em suas tranças vou voar
Passarinho... eu vou voar
Quero paz no coração
Meu alegre coração é triste como um camelo
É frágil que nem brinquedo, é forte como um leão
É todo zelo, é todo amor, é desmantelo
É querubim, é cão de fogo, é Jesus Cristo, é Lampião
Passarinho... eu vou voar
Passarinho... eu vou voar
Passarinho... eu vou voar
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
É muito raro surpreender-me com uma pessoa, porque é muito raro que as minhas primeiras impressões estejam erradas. E também é raro não aceitar o lado negro das pessoas, porque só confio em quem tem um lado negro. E também já disse imensas vezes que aceito as pessoas na minha vida com os seus baldes de merda - porque o balde de merda existe mesmo, todo mundo tem, e fingir que ele não existe é a maneira mais fácil de levar com ele em cima.
Não é pensar que são bonzinhos e tê-los num pedestal aconteça o que acontecer. Não é não ver o lado mau, é absorver o lado mau. Não é ingenuidade, é o contrário de ingenuidade.
E, mesmo estando antenada para as canalhices de que todos nós somos capazes quando postos à prova, às vezes ainda fico boquiaberta com o tamanho do balde de merda de algumas pessoas.
Caramba, às vezes nem eu consigo absorver tamanho balde de merda.
Não é pensar que são bonzinhos e tê-los num pedestal aconteça o que acontecer. Não é não ver o lado mau, é absorver o lado mau. Não é ingenuidade, é o contrário de ingenuidade.
E, mesmo estando antenada para as canalhices de que todos nós somos capazes quando postos à prova, às vezes ainda fico boquiaberta com o tamanho do balde de merda de algumas pessoas.
Caramba, às vezes nem eu consigo absorver tamanho balde de merda.
domingo, 15 de janeiro de 2012
Bem-vindos de volta!
Via de regra, não acumulo blogs que não são atualizados ali no fundo da lista. Começo a ver que os blogs não andam e penso: bem, morreram. E faz-me peninha ver o link ali a fazer bad feng shui.
Mas é sempre com grande alegria que vejo alguns a voltar!
Ainda para mais quando é de malta fixe e que escreve bem.
Ora, então, welcome back blog do intrépido NAF, da minha querida Anamê e do caro helvético Coutas.
Vejam lá se não deixam a chama apagar outra vez, que vocês fazem falta.
Mas é sempre com grande alegria que vejo alguns a voltar!
Ainda para mais quando é de malta fixe e que escreve bem.
Ora, então, welcome back blog do intrépido NAF, da minha querida Anamê e do caro helvético Coutas.
Vejam lá se não deixam a chama apagar outra vez, que vocês fazem falta.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
momentos de desamparo
Quando leio notícias assim pergunto-me quão mais criativos, resilientes e positivos teremos de ser para continuar de pé.
Sabem aquelas simulações de subida de juros que fazem nos créditos? "Isto é a prestação atual, esta é com uma subida de 1% nos juros, esta, de 2..." Estou a compor uma tabela de tópicos para um cenário de crise 1, 2 e 3. Onde cortar, como substituir, para onde fugir no caso de as opções anteriores falharem.
Sou corajosa na maioria das vezes, mas há outras, menos, sim, em que bate a cagunfa. E quando bate a cagunfa, bate forte e feio.
Sabem aquelas simulações de subida de juros que fazem nos créditos? "Isto é a prestação atual, esta é com uma subida de 1% nos juros, esta, de 2..." Estou a compor uma tabela de tópicos para um cenário de crise 1, 2 e 3. Onde cortar, como substituir, para onde fugir no caso de as opções anteriores falharem.
Sou corajosa na maioria das vezes, mas há outras, menos, sim, em que bate a cagunfa. E quando bate a cagunfa, bate forte e feio.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
historinha inconsequente
Há uns anos, no comboio, vinha ao meu lado uma miúda a tagarelar com o namorado ao telefone. Blablablablabla, extremamente entusiasmada. Vai daí que puff! A chamada cai, ficou sem bateria. Ela suspira e pergunta-me se eu tinha 93. Não, não tinha. Ela vira-se para o banco de trás e pergunta se o senhor tem 93. Por acaso, tinha. Então, por favor, empreste-me lá o seu telemóvel para eu pôr o meu cartão, porque estava a meio de uma conversa importantíssima, tenho mesmo de a acabar, não se importa?
O homem, boquiaberto, lá tirou o telemóvel do bolso do blazer e deu-lhe, que, ávida, procedeu à cirurgia de cartões, voltou a telefonar ao namorado e blablablablablabla.
(eu avisei).
O homem, boquiaberto, lá tirou o telemóvel do bolso do blazer e deu-lhe, que, ávida, procedeu à cirurgia de cartões, voltou a telefonar ao namorado e blablablablablabla.
(eu avisei).
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Instinto e educação
Desde que me entendo por gente que tenho medo de dormir sozinha. Quando era criança, estava sempre a escapulir-me para o quarto da minha mãe até me instalar lá definitivamente. Papai vivia fora, vinha de quando em quando e, quando vinha, lá era eu despachada para o meu quarto. Passava a noite a cantar aos berros e a rezar ave-marias para espantar os bichos todos. Das sensações boas que melhor me lembro da minha infância é quando eles finalmente cediam e eu podia ir para a minha rede no quarto deles. Lembro-me que os medos iam calando, um a um, impotentes. O corpo relaxava, cedia, e eu adormecia cansadíssima.
(Passou, naturalmente. Mas quando o Hugo, por um motivo ou por outro, chega mais tarde, o meu sono ressente-se).
Hoje, o meu filho adormece na sua cama e, lá para as três da manhã, acorda e vem para o meio da nossa. Recebemo-lo sem resistência. E nós três dormimos, assim, o melhor sono da noite, o sono dos protegidos. Mesmo com encontrões, pontapés, tosse. E acordamos mais ou menos juntos, a família toda.
Não há pediatra ou psicólogo no mundo que me consiga convencer de que o relaxamento que sinto ao dormir a dois ou a três seja errado. É o meu corpo que me diz que está certo. Disse-mo desde sempre.
E o do meu filho diz-lhe o mesmo.
(Passou, naturalmente. Mas quando o Hugo, por um motivo ou por outro, chega mais tarde, o meu sono ressente-se).
Hoje, o meu filho adormece na sua cama e, lá para as três da manhã, acorda e vem para o meio da nossa. Recebemo-lo sem resistência. E nós três dormimos, assim, o melhor sono da noite, o sono dos protegidos. Mesmo com encontrões, pontapés, tosse. E acordamos mais ou menos juntos, a família toda.
Não há pediatra ou psicólogo no mundo que me consiga convencer de que o relaxamento que sinto ao dormir a dois ou a três seja errado. É o meu corpo que me diz que está certo. Disse-mo desde sempre.
E o do meu filho diz-lhe o mesmo.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Duas despedidas (e um olá)
- O meu filho fala cada vez melhor e, nesta nova capacidade, já se vislumbra as entoações portuguesas. Não diz "moli", como eu, mas "mol". Estala o R em "flor". E muitas outras coisinhas. Nada que não soubesse, é claro, mas enquanto ele não falava, era igual a mim, igualzinho a mim, parte de mim, bicultural, híbrido, nem-cá-nem-lá. Agora, está mais distante. Mais separado. Mais pai.
- Amanhã é o dia internacional de desmontar a árvore de Natal, ou seja, até agora, estávamos com um pé no ano passado. Amanhã é Ano Novo. Assim o sinto eu, pelo menos. Ano Novo, vida nova. Espero que, desta vez, não seja mais uma promessa (e cá estou eu a fazer futurismo mais uma vez).
Também é o dia em que a minha avó Lourdes, ruiva de olhos verdes e voz estridente, maior crocheteira e noveleira da Aldeota, faria... 88 anos. Oi, vó!
- Amanhã é o dia internacional de desmontar a árvore de Natal, ou seja, até agora, estávamos com um pé no ano passado. Amanhã é Ano Novo. Assim o sinto eu, pelo menos. Ano Novo, vida nova. Espero que, desta vez, não seja mais uma promessa (e cá estou eu a fazer futurismo mais uma vez).
Também é o dia em que a minha avó Lourdes, ruiva de olhos verdes e voz estridente, maior crocheteira e noveleira da Aldeota, faria... 88 anos. Oi, vó!
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
A Grande Resolução
Fazer em vez de falar.
Falar e não fazer enfraquece-nos mais do que qualquer coisa - a mim, pelo menos.
Doravante, este será um blog que relatará coisas feitas, e não planos.
(As divagações permanecem, é claro).
************
COISAS QUE QUERO RELATAR EM 2012:
- ESCREVI O OSCARIZÁVEL E O EMMYZÁVEL
- PERDI 30 KGS
- FIZ IMENSO DESPORTO.
- ORGANIZEI A CASA DEFINITIVAMENTE
- GASTEI MENOS DINHEIRO DO QUE EM 2011.
Falar e não fazer enfraquece-nos mais do que qualquer coisa - a mim, pelo menos.
Doravante, este será um blog que relatará coisas feitas, e não planos.
(As divagações permanecem, é claro).
************
COISAS QUE QUERO RELATAR EM 2012:
- ESCREVI O OSCARIZÁVEL E O EMMYZÁVEL
- PERDI 30 KGS
- FIZ IMENSO DESPORTO.
- ORGANIZEI A CASA DEFINITIVAMENTE
- GASTEI MENOS DINHEIRO DO QUE EM 2011.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
2012 começa amanhã
E não mais esperarei que as soluções para os meus problemas caiam do céu. Vou deixar de contar com a sorte. E, PRINCIPALMENTE, vou deixar de ser tão indulgente comigo mesma.
Estas são as metas vagas. Depois colocarei as concretas.
Estas são as metas vagas. Depois colocarei as concretas.
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