Isto já parece o meu diário, né? É. É bom, porque se tiver uma amnésia galopante, posso vir aqui lembrar-me de quem era.
Sou uma pessoa muito diferente do que era, vá, em 2006. E o que mudou? Bem, a primeira coisa foi ter lido A História de B., seguido dos outros dois livros do mesmo autor sobre o mesmo tema. Foi, como diz a capa, uma aventura da mente e do espírito. Abriu-me os olhos. Vi que havia alternativas, que não tínhamos de viver confinados a um só modelo. Foi maravilhoso, e agradeço profundamente à Sara ter-me apresentado ao livro. Graças a ele, vivo agora, eu e a minha família, de uma maneira muito mais satisfatória - e satisfeita, mesmo. Por causa desses livros resolvi perseguir um sonho, e tive bons resultados - espero que continue a ter, embora esteja a faltar-me a tal ousadia que a sorte gosta.
O segundo facto foi no final de 2007, ainda, quando um grande amigo, daqueles da vida toda, adoeceu. Bateu-me no meio da noite. Acordei o Hugo e disse-lhe algo que mudou tudo para mim: os maus momentos chegam sempre. Sempre. Os bons, temos de os criar. A festa, somos nós a criar.
Vamos ter um filho.
E o Hugo entendeu, porque o Hugo me conhece tão bem. Conversámos durante uns tempos e, quando decidimos de facto, em 15 dias eu tinha o meu positivo. Para mim, é um sinal de que estou no caminho certo. E devo estar, porque arranca-rabos, falta de trabalho e de dinheiro à parte, esta é uma casa que cheira a felicidade em cada cantinho desarrumado. Não foi só o filho que veio: veio também o hábito de fazer a festa a cada hora, seja a fazer uma viagem a Londres ou a olhar um limoeiro, ou a fazer cócegas ao Gabriel, a comer uma coisa que se goste sem culpa, a dançar com a família toda, o diabo a quatro. Tem é de ser uma festa.
Recomendo tudo: os livros e o filho.
E a festa.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Significado de kh
"kh", com o dedo em riste e muita atenção, é:
- Cão;
- Quero;
- Shiva (sempre que vê a capa do livro que estou a ler, diz um empolgado KH!!!)
- Várias outras coisas que lhe atraiam a atenção e sejam dignas dessa designação.
- Cão;
- Quero;
- Shiva (sempre que vê a capa do livro que estou a ler, diz um empolgado KH!!!)
- Várias outras coisas que lhe atraiam a atenção e sejam dignas dessa designação.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Coisas que me dão prazer
Hoje fui almoçar com o meu irmão e demos por nós a falar de coisas que gostávamos imenso mas que reprimíamos, por serem parvinhas. Eu tenho várias coisas dessas, e decidi, há uns dias, que ia sim assumir esses pequenos prazeres, porque a vida é curta, é cara e eles não têm de ter uma explicação lógica, gosto porque gosto e pronto.
Portanto, aqui ficam duas taras: plantações de abóboras e limoeiros.
As plantações de abóboras foi algo adquirido no Verão passado, no Oeste. Adorava ficar a olhar para aquilo, um chão verde com grande bolas laranjas. É lindo. Parecia que a qualquer momento iam para ali explodir em carruagens.
Mas a minha cena mesmo é olhar para limoeiros carregados de limões. Acho o máximo, passo-me a olhar para aquela profusão, aquela abundância. Adoro os mais carregados, e adoro ver aqueles limões absolutamente mutantes, que parecem narizes de velhotes. Adoro ver muita fruta juntinha. Se não me reprimir, fico mesmo ali a dissecar aquilo. É lindo.
Pronto, e assim devo ter perdido os poucos amigos que me restavam. Bem que o meu irmão disse hoje, também: o que lixa o teu blog são as confissões.
Portanto, aqui ficam duas taras: plantações de abóboras e limoeiros.
As plantações de abóboras foi algo adquirido no Verão passado, no Oeste. Adorava ficar a olhar para aquilo, um chão verde com grande bolas laranjas. É lindo. Parecia que a qualquer momento iam para ali explodir em carruagens.
Mas a minha cena mesmo é olhar para limoeiros carregados de limões. Acho o máximo, passo-me a olhar para aquela profusão, aquela abundância. Adoro os mais carregados, e adoro ver aqueles limões absolutamente mutantes, que parecem narizes de velhotes. Adoro ver muita fruta juntinha. Se não me reprimir, fico mesmo ali a dissecar aquilo. É lindo.
Pronto, e assim devo ter perdido os poucos amigos que me restavam. Bem que o meu irmão disse hoje, também: o que lixa o teu blog são as confissões.

segunda-feira, 26 de abril de 2010
Momento Malucos do Riso nos patos
No parque com o Gabriel, a ver patos. Gabriel chega-se para um miúdo de uns dois anos que lá estava com uma tiazorra emproada e faz-lhe uma festinha. O menino encolhe-se como se o tivessem barrado de merda. O Gabriel, alheio, abre-lhe um grande sorriso, daqueles sorrisos arrasa-quarteirão que só ele dá. O Tomás - CLARO que era Tomás - faz beicinho e vai ter com a tiazorra, que nos olha um bocado horrorizada, algo que não entendi, pois fora algum ranho fundamental no nariz do meu bebé, estávamos normalíssimos. A tiazorra lá sai a passo apertado, mas o Tomás, por algum motivo, já engraçou com o Gabriel. E quer brincar com o Gabriel. A tiazorra lá chama Tomás, Tomás, Tomás, Tomás, até eu dar uma ajudinha:
- Tomás, a avó está-te a chamar! Vai lá!
A tiazorra olha para a câmara, indignada e com boca de boneca insuflável.
- Tomás, a avó está-te a chamar! Vai lá!
A tiazorra olha para a câmara, indignada e com boca de boneca insuflável.
Curtinha sobre uniformes escolares
No meu tempo, as únicas escolas - colégios - com uniforme eram os emperdernidíssimos colégios ingleses, com as suas meias pelo joelho e saiinhas pedófilas. Mas agora, pelo menos aqui na zona, qualquer escolinha pé-de-chinelo instituiu uniforme, e justamente aquele trajezinho que abomino e jurei nunca vestir ao Gabriel: calções de linho, camisa com golinha rija, pulover com brasão e sapatos de vela.
BIG NO NO!
É mais um critério para a escolha do novo infantário do nosso bebé: só aceitamos bibes, somente bibes, nada além de bibes.
BIG NO NO!
É mais um critério para a escolha do novo infantário do nosso bebé: só aceitamos bibes, somente bibes, nada além de bibes.
sábado, 24 de abril de 2010
Dois sonhos maravilhosos, um tenebroso e um medinho
Primeiro sonho maravilhoso: sonhei que escrevia uma novela sozinha, tipo Manoel Carlos, e era loira e magra, famosíssima e genial. O que tirei de bom do sonho: uma cena maravilhosa que vou usar de certezinha no futuro, seja no que for.
Segundo sonho maravilhoso: sonhei que estávamos de férias em Fortaleza, eu, Hugo, o amigo do Hugo - Cabão - e o meu bebé, e íamos para a praia de táxi e a água estava divinal, e senti umas saudades enormes de casa. O que tirei de bom do sonho: nada, acordei meio depressiva.
Um sonho tenebroso: Totalmente cinematográfico: sonhei que tinha uma família ardilosa que queria fazer-me acreditar que a minha mãe estava viva e queria conhecer o Gabriel. Na verdade, era tudo um plano para revelar quem andava a roubar coisas no seio da família. O que tirei de bom do sonho: várias coisas, cenas espectaculares e boas opções de narrativa. Dois pormenores: o sonho foi rodado em Super 8 e a Oprah Winfrey fazia um cameo. Juro pela hóstia.
Um medinho: este eu estava acordada: Se/quando a madrinha e a Moura tiverem filhos, não quero que mergulhem na maternidade e se tornem mãezocas de babyblog. Não aconteceu com muitas amigas minhas, aliás, a bem dizer não aconteceu com quase nenhuma, mas tenho muitas saudades daquelas que foram engolidas irremediavelmente pelos seus filhos. É egoísta, não é? É. Mas gosto tanto delas. Quero que mudem o mínimo possível. Depois pus-me a pensar em mim mesma, sem saber se eu também me tinha roubado a pessoas que me queriam bem, mas espero que não. Pelo menos, ainda as faço rir feito parvas, o que me sabe pela vida. Pensando nisso, voltei a adormecer e tive outro sonho em Fortaleza, mas esse de menor importância.
Segundo sonho maravilhoso: sonhei que estávamos de férias em Fortaleza, eu, Hugo, o amigo do Hugo - Cabão - e o meu bebé, e íamos para a praia de táxi e a água estava divinal, e senti umas saudades enormes de casa. O que tirei de bom do sonho: nada, acordei meio depressiva.
Um sonho tenebroso: Totalmente cinematográfico: sonhei que tinha uma família ardilosa que queria fazer-me acreditar que a minha mãe estava viva e queria conhecer o Gabriel. Na verdade, era tudo um plano para revelar quem andava a roubar coisas no seio da família. O que tirei de bom do sonho: várias coisas, cenas espectaculares e boas opções de narrativa. Dois pormenores: o sonho foi rodado em Super 8 e a Oprah Winfrey fazia um cameo. Juro pela hóstia.
Um medinho: este eu estava acordada: Se/quando a madrinha e a Moura tiverem filhos, não quero que mergulhem na maternidade e se tornem mãezocas de babyblog. Não aconteceu com muitas amigas minhas, aliás, a bem dizer não aconteceu com quase nenhuma, mas tenho muitas saudades daquelas que foram engolidas irremediavelmente pelos seus filhos. É egoísta, não é? É. Mas gosto tanto delas. Quero que mudem o mínimo possível. Depois pus-me a pensar em mim mesma, sem saber se eu também me tinha roubado a pessoas que me queriam bem, mas espero que não. Pelo menos, ainda as faço rir feito parvas, o que me sabe pela vida. Pensando nisso, voltei a adormecer e tive outro sonho em Fortaleza, mas esse de menor importância.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Serviço de utilidade pública: patos
Melissa diz:
ontem demos comida aos patos na alagoa
vieram atrás de nós bués decididos
figura silvestre diz:
o vasco fica histerico com isso
Melissa diz:
qua
qua
qua
que MEDO
o gabriel adorou
figura silvestre diz:
eu so atiro para a agua
nunca ao pe deles
Melissa diz:
pois, pá
aprendi
qua qua qua
parecem uns zombies
lentos mas firmes
qua
figura silvestre diz:
aprendi isso
ainda andava o vasco de carrinho
eu e a mae da bia a correr por ali fora
a empurrar os carrinhus
os miudos a rirem-se
Melissa diz:
yaaa
figura silvestre diz:
nos todas nerbiosas
Melissa diz:
o gabriel achou q fosse brincadeira
cagou-se a rir
figura silvestre diz:
pois
mas agora imagina lá
os patos em pé sao do tamanho do vasco
aquilo até é perigoso
nos sentamo-nos ali num banquinhu perto do muro e atiramos lá para baixo
Melissa diz:
acho que o Gabriel pensava que eram carrinhos
vou publicar este diálogo
pode ser útil para outras mães
ontem demos comida aos patos na alagoa
vieram atrás de nós bués decididos
figura silvestre diz:
o vasco fica histerico com isso
Melissa diz:
qua
qua
qua
que MEDO
o gabriel adorou
figura silvestre diz:
eu so atiro para a agua
nunca ao pe deles
Melissa diz:
pois, pá
aprendi
qua qua qua
parecem uns zombies
lentos mas firmes
qua
figura silvestre diz:
aprendi isso
ainda andava o vasco de carrinho
eu e a mae da bia a correr por ali fora
a empurrar os carrinhus
os miudos a rirem-se
Melissa diz:
yaaa
figura silvestre diz:
nos todas nerbiosas
Melissa diz:
o gabriel achou q fosse brincadeira
cagou-se a rir
figura silvestre diz:
pois
mas agora imagina lá
os patos em pé sao do tamanho do vasco
aquilo até é perigoso
nos sentamo-nos ali num banquinhu perto do muro e atiramos lá para baixo
Melissa diz:
acho que o Gabriel pensava que eram carrinhos
vou publicar este diálogo
pode ser útil para outras mães
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