sexta-feira, 30 de abril de 2010

Coisas que mudaram a minha vida ultimamente

Isto já parece o meu diário, né? É. É bom, porque se tiver uma amnésia galopante, posso vir aqui lembrar-me de quem era.

Sou uma pessoa muito diferente do que era, vá, em 2006. E o que mudou? Bem, a primeira coisa foi ter lido A História de B., seguido dos outros dois livros do mesmo autor sobre o mesmo tema. Foi, como diz a capa, uma aventura da mente e do espírito. Abriu-me os olhos. Vi que havia alternativas, que não tínhamos de viver confinados a um só modelo. Foi maravilhoso, e agradeço profundamente à Sara ter-me apresentado ao livro. Graças a ele, vivo agora, eu e a minha família, de uma maneira muito mais satisfatória - e satisfeita, mesmo. Por causa desses livros resolvi perseguir um sonho, e tive bons resultados - espero que continue a ter, embora esteja a faltar-me a tal ousadia que a sorte gosta.

O segundo facto foi no final de 2007, ainda, quando um grande amigo, daqueles da vida toda, adoeceu. Bateu-me no meio da noite. Acordei o Hugo e disse-lhe algo que mudou tudo para mim: os maus momentos chegam sempre. Sempre. Os bons, temos de os criar. A festa, somos nós a criar.

Vamos ter um filho.

E o Hugo entendeu, porque o Hugo me conhece tão bem. Conversámos durante uns tempos e, quando decidimos de facto, em 15 dias eu tinha o meu positivo. Para mim, é um sinal de que estou no caminho certo. E devo estar, porque arranca-rabos, falta de trabalho e de dinheiro à parte, esta é uma casa que cheira a felicidade em cada cantinho desarrumado. Não foi só o filho que veio: veio também o hábito de fazer a festa a cada hora, seja a fazer uma viagem a Londres ou a olhar um limoeiro, ou a fazer cócegas ao Gabriel, a comer uma coisa que se goste sem culpa, a dançar com a família toda, o diabo a quatro. Tem é de ser uma festa.

Recomendo tudo: os livros e o filho.
E a festa.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Significado de kh

"kh", com o dedo em riste e muita atenção, é:

- Cão;
- Quero;
- Shiva (sempre que vê a capa do livro que estou a ler, diz um empolgado KH!!!)
- Várias outras coisas que lhe atraiam a atenção e sejam dignas dessa designação.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Coisas que me dão prazer

Hoje fui almoçar com o meu irmão e demos por nós a falar de coisas que gostávamos imenso mas que reprimíamos, por serem parvinhas. Eu tenho várias coisas dessas, e decidi, há uns dias, que ia sim assumir esses pequenos prazeres, porque a vida é curta, é cara e eles não têm de ter uma explicação lógica, gosto porque gosto e pronto.

Portanto, aqui ficam duas taras: plantações de abóboras e limoeiros.

As plantações de abóboras foi algo adquirido no Verão passado, no Oeste. Adorava ficar a olhar para aquilo, um chão verde com grande bolas laranjas. É lindo. Parecia que a qualquer momento iam para ali explodir em carruagens.

Mas a minha cena mesmo é olhar para limoeiros carregados de limões. Acho o máximo, passo-me a olhar para aquela profusão, aquela abundância. Adoro os mais carregados, e adoro ver aqueles limões absolutamente mutantes, que parecem narizes de velhotes. Adoro ver muita fruta juntinha. Se não me reprimir, fico mesmo ali a dissecar aquilo. É lindo.

Pronto, e assim devo ter perdido os poucos amigos que me restavam. Bem que o meu irmão disse hoje, também: o que lixa o teu blog são as confissões.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Momento Malucos do Riso nos patos

No parque com o Gabriel, a ver patos. Gabriel chega-se para um miúdo de uns dois anos que lá estava com uma tiazorra emproada e faz-lhe uma festinha. O menino encolhe-se como se o tivessem barrado de merda. O Gabriel, alheio, abre-lhe um grande sorriso, daqueles sorrisos arrasa-quarteirão que só ele dá. O Tomás - CLARO que era Tomás - faz beicinho e vai ter com a tiazorra, que nos olha um bocado horrorizada, algo que não entendi, pois fora algum ranho fundamental no nariz do meu bebé, estávamos normalíssimos. A tiazorra lá sai a passo apertado, mas o Tomás, por algum motivo, já engraçou com o Gabriel. E quer brincar com o Gabriel. A tiazorra lá chama Tomás, Tomás, Tomás, Tomás, até eu dar uma ajudinha:

- Tomás, a avó está-te a chamar! Vai lá!

A tiazorra olha para a câmara, indignada e com boca de boneca insuflável.

Curtinha sobre uniformes escolares

No meu tempo, as únicas escolas - colégios - com uniforme eram os emperdernidíssimos colégios ingleses, com as suas meias pelo joelho e saiinhas pedófilas. Mas agora, pelo menos aqui na zona, qualquer escolinha pé-de-chinelo instituiu uniforme, e justamente aquele trajezinho que abomino e jurei nunca vestir ao Gabriel: calções de linho, camisa com golinha rija, pulover com brasão e sapatos de vela.
BIG NO NO!
É mais um critério para a escolha do novo infantário do nosso bebé: só aceitamos bibes, somente bibes, nada além de bibes.

sábado, 24 de abril de 2010

Dois sonhos maravilhosos, um tenebroso e um medinho

Primeiro sonho maravilhoso: sonhei que escrevia uma novela sozinha, tipo Manoel Carlos, e era loira e magra, famosíssima e genial. O que tirei de bom do sonho: uma cena maravilhosa que vou usar de certezinha no futuro, seja no que for.

Segundo sonho maravilhoso: sonhei que estávamos de férias em Fortaleza, eu, Hugo, o amigo do Hugo - Cabão - e o meu bebé, e íamos para a praia de táxi e a água estava divinal, e senti umas saudades enormes de casa. O que tirei de bom do sonho: nada, acordei meio depressiva.

Um sonho tenebroso: Totalmente cinematográfico: sonhei que tinha uma família ardilosa que queria fazer-me acreditar que a minha mãe estava viva e queria conhecer o Gabriel. Na verdade, era tudo um plano para revelar quem andava a roubar coisas no seio da família. O que tirei de bom do sonho: várias coisas, cenas espectaculares e boas opções de narrativa. Dois pormenores: o sonho foi rodado em Super 8 e a Oprah Winfrey fazia um cameo. Juro pela hóstia.

Um medinho: este eu estava acordada: Se/quando a madrinha e a Moura tiverem filhos, não quero que mergulhem na maternidade e se tornem mãezocas de babyblog. Não aconteceu com muitas amigas minhas, aliás, a bem dizer não aconteceu com quase nenhuma, mas tenho muitas saudades daquelas que foram engolidas irremediavelmente pelos seus filhos. É egoísta, não é? É. Mas gosto tanto delas. Quero que mudem o mínimo possível. Depois pus-me a pensar em mim mesma, sem saber se eu também me tinha roubado a pessoas que me queriam bem, mas espero que não. Pelo menos, ainda as faço rir feito parvas, o que me sabe pela vida. Pensando nisso, voltei a adormecer e tive outro sonho em Fortaleza, mas esse de menor importância.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Serviço de utilidade pública: patos

Melissa diz:
ontem demos comida aos patos na alagoa
vieram atrás de nós bués decididos
figura silvestre diz:
o vasco fica histerico com isso
Melissa diz:
qua
qua
qua
que MEDO
o gabriel adorou
figura silvestre diz:
eu so atiro para a agua
nunca ao pe deles
Melissa diz:
pois, pá
aprendi
qua qua qua
parecem uns zombies
lentos mas firmes
qua
figura silvestre diz:
aprendi isso
ainda andava o vasco de carrinho
eu e a mae da bia a correr por ali fora
a empurrar os carrinhus
os miudos a rirem-se
Melissa diz:
yaaa
figura silvestre diz:
nos todas nerbiosas
Melissa diz:
o gabriel achou q fosse brincadeira
cagou-se a rir
figura silvestre diz:
pois
mas agora imagina lá
os patos em pé sao do tamanho do vasco
aquilo até é perigoso
nos sentamo-nos ali num banquinhu perto do muro e atiramos lá para baixo
Melissa diz:
acho que o Gabriel pensava que eram carrinhos
vou publicar este diálogo
pode ser útil para outras mães