sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Amor a várias vistas

Sempre fantasiei sobre a minha gravidez, desde muito cedo. Achava que a partir do momento em que visse o teste positivo, toda a minha vida ia ficar iluminada e ia conhecer a única forma de amor pura, visceral.

Não foi bem assim, pequeno. Deu-me as duas riscas e, ao contrário de planear uma maneira absolutamente criativa e brilhante de contar ao teu pai, mandei-lhe um sms assustado. Fiz mais três testes no mesmo dia e um BHCG no dia seguinte, mas nada disso fez o click. Nem a vida estava mais iluminada e nem eu sentia que ia ser mãe.

O dia em que ouvi o teu coração deu um estalo, sim. Chorei na sala de ecografia, sem entender bem nada daquilo. Mas ali tornaste-te um nadinha mais concreto, um nadinha mais perto de mim.

Às doze semanas, vi as tuas patinhas todas e percebi que estava grávida... senti-me grávida pela primeira vez. Qual não foi a minha surpresa ao perceber que a gravidez começava para o teu pai ali também, e ele a partir de então escreve tudo em crónicas muito bonitas.

A dose seguinte de arrebatamento veio na última ecografia que revelou coisinhas sobre ti, e que agora nos permite chamar-te pelo nome. A esta altura, eu e o teu pai estamos uns parvos. Somos mesmos doidos por ti. Tens o tamanho duma lata de red bull e pesas menos de meio quilo, e somos absolutamente doidos por ti.

Pelo que temos experimentado, achamos que será assim sempre... em vez da paixão ao primeiro contacto como imaginei, é um apaixonamento dia após dia, uma coisa boa e nova, diferente de tudo que já sentimos. Já posso dizer, sem medo de ser lamechas e já sendo, que foste a melhor coisa que já nos aconteceu. É tudo tão bom que quase me atrevo a dizer que eu e o teu pai acontecemos para que tu acontecesses.

Que belíssima aventura, esta. Estamos a adorar cada segundo dela.

1 comentário:

Um pedaço de azul... um BloGui diferente disse...

Ora aí está um dos textos mais belos que já li, sobe a maternidade / paternidade... e como é real... e como descreves com essas palavras aquilo que me atrevi a dizer apenas algumas vezes, exactamente como tu o dizes aí...
Tinha de estar assim a minha vida para o meu filho existir. Se assim não fosse já nada faria sentido e eu nunca saberia porquê... seria, afinal, porque o Gui não exestia.

Existimos por ele, para ele e agora com ele.

Atrevo-me ainda a dizer que esse (este, estes...)amor é de tal forma grandioso e infinito que chega até a doer... por vezes quer-se exprimir o sentimento e causa até dor por estar sempre a crescer, embora pareça impossível crescer mais...

Atrevimento nrº2 - acredito que o Gabriel, nome de anjo, escolheu muito bem os pais... está num bom colinho, espera-o uma vida bela, com certeza!
Bjs pequenino ;-)