terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Off-Gabriel: Cel. Silvino Silvério

Fui beber café à rua com papai, e eis que me deparo com isto ao pé do ecoponto:








Claro que a mediocridade da máquina e da fotógrafa não permitem ir muito longe, mas são baús com etiquetas de viagens de navio de 1a classe, vindas não sei de onde para o Porto de Lisboa. Papai, dramatissíssimo, disse logo que os baús eram do século XVIII, mas a mim fizeram-me logo lembrar dos retornados da telenovela. E acho que tinha eu razão.

Os baús pertenceram a um tal Cel. Silvino Silvério Marques - aí está, um pouco menos de mediocridade e teria aqui as etiquetas a atestar. Uma googlada rápida diz deste senhor:

Silvino Silvério Marques (Nazaré, 23 de Março de 1918) foi um militar e alto funcionário ultramarino.

Concluiu os estudos secundários em Lisboa, tendo frequentado os preparatórios de Engenharia na Universidade desta cidade e o curso de engenharia militar na Escola do Exército. Seguiu a carreira militar, sendo promovido a general.

Foi Governador de Cabo Verde de 1958­ a 1962, Governador de Angola de 1962 a 1966, administrador da Siderurgia Nacional de 1967 a 1970, Director interino da Arma de Engenharia, e 2° Comandante da Região Militar de Moçambique de 1971 a Janeiro de 1973. Foi vogal do Conselho Su­perior Ultramarino até 1973, mas não foi re­conduzido por desavenças com Marcelo Caetano àcerca da política ultramarina, posta em prática por este, cuja finalidade era a autonomia progressiva das Provincias Ultramarinas. Em Dezembro de 1973 foi colocado na Direcção de Instrução do Es­tado Maior do Exército. Em Maio de 1974, foi convidado pelo general António de Spínola para o cargo de Governador de Angola, cargo que ocupou até finais de Julho, por não dar garan­tias de cumprir as instruções da Junta de Salvação Nacional. Passou à reserva em 1975.


E pronto, depois de tudo isso, os baús foram parar ao ecoponto.

2 comentários:

Ana C. disse...

Absolutamente incrivel...
Ainda dizem que a realidade não supera a ficção.

Pati disse...

Devias ter guardado os baús.. Não sei bem onde, mas são o máximo, que descoberta fantástica!!
Como é que a família deita fora tal tesouro?
Quem tem espaço, davam óptimos objectos decorativos e de arrumação!! e a história que emanam? É quase titanic!!!