quinta-feira, 14 de março de 2013

Habemus Papam Caretum

Mas agora a sério, vocês queriam que o Papa fosse a favor do casamento gay, da igualdade de géneros, do aborto e mais o quê? Ora francamente. É O PAPA. Líder de um grupo de pessoas que a ele se associa por livre e espontânea vontade. Não gostam, dissociem-se (foi o que eu fiz), mas não podem exigir de uma religião a imparcialidade que podemos exigir do Estado.

O que temos de tentar refrear, como cidadãos, é a influência do nível de caretabilidade do Papa em todos os outros grupos - e entre os membros mais frágeis do seu próprio grupo - além, claro, da influência do senhor Papa na vida laica.  De resto, é assunto de católicos praticantes. Eu não me meto. Odeio quando se metem nas minhas manias.

8 comentários:

Anónimo disse...

"não podem exigir de uma religião a imparcialidade que podemos exigir do Estado", pode ser verdade. Mas não achas que a própria Igreja, pelo poder que tem, a nível mundial, por tudo o que pode/devia fazer, porque tudo lhe está à mão, devia fazer mais, MUITO MAIS Pelas pessoas? Qual Estado, o que eles podem fazer pelo mundo pode ser superior aos governos, pode ir muito mais além... Isto soa quase a "eles que governem o mundo", pelo que não me estou a explicar bem...
Ó Melissa, a Igreja não é uma mania que se adopta, é a representação de algo em que se acredita e que está na base do que é o mundo e do que é ser-se humano... é a filosofia que habita cada um de nós, um poder imenso no mundo e na vida das pessoas. Deveria ser a maior referência na luta contra a pobreza, o mal, a guerra, enfim, todos os males provocados pelo humanos. A Igreja deveria ser A Referência do ser humano... e não é...

Anónimo disse...

Hoje estou a explicar-me tão mal, caneco.

Ora bem: eu acho que todas as pessoas acreditam em deus, porque respiram, sentem, sonham, constroem, amam... há uma energia entre as pessoas que todos sentimos, ainda que não pensemos muito nisso... há algo que nos une, uns aos outros. E no fundo, todos sabemos isso porque o sentimos...
Posto isto que, para mim, é uma certeza, todos são crentes, ainda que não o saibam.
Se a Igreja fosse genuina, mas genuina mesmo, que fosse uma referência para os humanos, que puxasse pelo bem, pelo melhor de cada um, pela força que os faz andar, trabalhar, sonhar...
É como se esrivesse a atropelar o seu maior dever, que é o moral...

Ana. disse...

Here, here!

Melissa disse...

Eu acho que temos de refrear o poder da igreja e a sua promiscuidade nas outras esferas da sociedade. Nao deviam ser tao poderosos,eh este o problema, e nao os seus valores enquanto grupo orgsnizado. Cheio de erros de telefone esperto.

Melissa disse...

PS - eu não acho que a nossa humanidade e espiritualidade dependa de igreja nenhuma. E também não acho que está na base do que é o mundo e o ser humano, dear Vera :) Isso, para mim, são os valores, que podem ou não ser religiosos.

Quando eu digo "mania", não é para substituir "igreja", é para substituir "valores". Se uma pessoa consegue achar um ponto de contacto entre os seus valores pessoais e os do grupo, impecável. Se achar que vale a pena tentar mudar o grupo, força nisso - eu acho que não vale.

Mas gente de fora a dar demasiado valor aos valores de um grupo, aí acho que é mesmo meter o nariz onde não deve, seja os da igreja católica ou os adoradores de gatos do Egito.

Ana C. disse...

Apesar de estar amuada, deixo aqui o meu contributo profundamente importante nesta matéria:
Acho que pedir da Igreja que abra mão certos valores, como o da vida humana e passe, subitamente a defender o aborto, é estúpido, estúpido e estúpido.
Acho que deve existir um compromisso e não julgar como pecadoras e desvios da natureza, pessoas que sentem inclinação por outras do mesmo sexo, até porque isso prolifera dentro da cúria (EHEHEHE), mas exigir-lhes que realizem casamentos entre pessoas do mesmo sexo já é querer demasiado.
Acho que as mulheres deveriam ter um papel dentro do Vaticano, sim.
E por aí fora.
Há que refazer e reconstruir, sim. E é salutar que as pessoas o sintam e o peçam, pois é um sinal de que não estão estáticas e embrutecidas, como certas e determinadas religiões que conduzem ao fanatismo.
Se a Igreja não tivesse evoluído nem um bocadinho, ainda estaríamos na Santa Inquisição (aliás, ainda temos traumas genéticos disso).
Igrejas estáticas, surdas e autistas são as mais perigosas, pois têm seguidores na mesma linha.
Um credo conduzido por homens será sempre, mas sempre falível. Mas, por outro lado, um credo que se afaste totalmente da humanidade é um credo de merda.
Isto não é fácil, nem linear.

Ana C. disse...

Isto tudo, partindo do princípio que os Católicos, eles próprios, têm estas dúvidas e questões.

gralha disse...

Tenho andado com o meu achómetro desligado (pondero vendê-lo no Custo Justo) mas digo apenas que Sôdona Melissa é sensata por deixar a César o que é de César.