quinta-feira, 9 de abril de 2015
Casa mortuária de Tires
Não é numa igreja, ou por outra, ao que parece, é numa capela pequenina, de portas abertas para o largo mais movimentado do bairro. Às cinco da tarde, crianças são levadas pela mão por pais de fato apressados, ai a natação, ai o ATL, taxistas bebem uma mini ao balcão do café, senhoras vêm do mercado com sacos e carrinhos carregados de folhagem, a camioneta para e vomita as gentes dos comboios cá para fora, e ali o caixão virado para a rua, uma velha de luto à porta a ser amparada por outras velhas, não posso com isto, vou com ele, deixem-me ir com ele, cadeiras de que vela na rua, alguém tropeça nelas, um carrinho de bebé. A morte e a vida de mãos dadas, sem tempo uma para a outra.
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3 comentários:
Espero que andes a juntar isso em qualquer coisa que um dia seja do proveito da comunidade não blogosférica, como a minha mãe, por exemplo.
Oh! Coro, Ms. G.
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