Mais uma reflexão excelente que buscar ao blog da Cátia.
Todos os anos, pela altura das festas, selecciono frutas e/ou legumes da  horta e distribuo pelos vizinhos em Lisboa. Este ano foram as  tangerinas que estão mais saborosas do que nunca. 
 
 Há quem retribua a lembrança com comiditas, quem agradeça em palavras e  sorrisos e quem nunca se pronuncie. Eu sei que toda a gente esboça um  sorriso ao abrir a porta e encontrar os cartuchos de fruta. O simples  facto de os preparar e distribuir me enchem de energia e alegria.
 
 Presentear a vizinhança com fruta no inverno e flores na primavera, é a  forma que encontro de chegar mais perto do meu ideal de "comunidade  vertical" em que os habitantes de um ou vários edifícios partilham  actividades do dia-a-dia, se entre-ajudam, tornando a vida mais simples e  agradável.
 
 O meu sonho é que todos os prédios se assemelhem mais a um que conheci  em Copenhaga, no qual os vizinhos partilhavam uma área no rés-do-chão  onde se situavam:
 - o bengaleiro - já imaginaram deixar os sapatos, casacos, guarda-chuvas  à entrada do prédio em vez do hall de entrada do apartamento?
 - a dispensa - onde ficavam carrinhos de bebé, bicicletas, patins, carrinhos de compras...
 - uma zona de banhos, aquecida onde cada família tina um cacifo.  Para as crianças era uma alegria brincar e pular na água;
 - um jardim com churrasqueira e baloiços.
 
 Claro que o dois primeiros já seriam um must :)
 
 Para além dos espaços conjuntos os vizinhos distribuíam entre si tarefas  como a compra do pão, legumes frescos, carne etc... desta forma, cada  família se preocupava em encontrar o melhor fornecedor de cada um dos  produtos e distribuir pelas estantes. Todos os dias  havia na nossa  porta pão fresco, todas as semanas encontrava uma cesta com frutas e  legumes. Depois de vazias, as cestas de vime para as frutas e os sacos  de pano para o pão iam para a dispensa no rés-do-chão. 
 
 No meu sonho, de forma rotativa, os vizinhos fazem uma refeição para  toda a vizinhança. Vivi numa casa comunitária onde isto acontecia e cada  um se esforçava por fazer a melhor refeição do mundo. Desta forma,  todos os dias, havia comida deliciosa para todos sendo que cada 1 apenas  necessitava de cozinhar 1 grande refeição a cada X dias. Foi assim que  aprendi a fazer frango do Suriname, feijoada à brasileira, goulash,  pizza e várias massas italianas.
 
 A propósito de tudo isto, encontrei na net a iniciativa Prédios que Falam  
 (http://prediosquefalam.marar.eu/).
 
 Em 2011 estou a planear as comemorações do Dia do Vizinho (http://blog.vizinhos.eu/?m=201005)
 
 Por enquanto, ficamos pelas tangerinas, flores, sorrisos e  entretenimento do petiz quando necessito de uuns minutos para  concretizar alguma tarefa. Passo a passo, caminhamos para uma vizinhança  mais consciente e solidária.
 
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