Sonhei que a hora tinha mudado tanto, mas tanto, que ainda passávamos uma boa parte da manhã às escuras. Já toda a gente estava na rua a fazer a sua vida e ainda era noite. Desci a Parede toda em direção à praia de mãos dadas com o meu filho, e reparo que o sol está ali, pálido, pálido, parado, e de repente sei que o sol não está posto, mas sim, por trás de uma nuvem e que a nuvem vai dissipar-se em pouco tempo. Desato a correr em direção à praia a puxar o Gabriel pela mão, ciente da urgência do momento. Ao chegarmos lá, todos olhavam para o horizonte à espera que o sol nascesse, mas eu sabia que o sol não ia nascer, estava só escondido atrás de umas nuvens, e o lugar certo a estar era a praia, mas a olhar para o outro lado.
Tal como a Cássia Eller tentou dizer, eu bem tentei gritar a boa nova, mas ninguém quis acreditar.
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