Donna Tartt, The Goldfinch.
Em Paris não foi um quadro, foi uma escultura. Em Madrid, foram duas atrizes numa varanda que me fizeram sentar no banquinho a respirar fundo e a dar-me tempo de as conhecer. Uma confia mais do que a outra. Uma está mais cansada do que a outra. Uma é mais amada do que a outra. Uma protege a outra, que é mais ingénua. Uma já passou por mais coisas que a outra, ou talvez tenham passado por merdas igualmente ruins mas só uma ficou com cicatrizes.
O Hugo volta de alguns corredores à frente com o Gabriel e eu ainda estou ali a topá-las, a elas, a que já cheguei emocionada pelo Hopper da mesma sala. O Hugo senta-se e eu tento disfarçar o choro, porque foda-se, já choro, choro por milhões de motivos que a Maria e a Annuciata me evocam. Ele não olha para mim, porque sabe que eu tenho vergonha desses acessos imbecis vindos do nada.
- Queres que as desenhe?
Este é o original, não é a versão do Hugo. :) |
3 comentários:
ó pá, precisamos da versão do Hugo!
<3
(e adoro a tua noção de "curtíssima")
Que bom emocionarmo-nos assim.
Acontece-me muitas vezes, mas ja nem tenho pudor, deixo as lagrimas ficarem ali a correr na cara.
Que luxo ainda se ter sentimentos.
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