O meu pai e o meu marido dizem-me, às vezes, que gosto de sofrer. Odeio quando dizem isso, ainda para mais porque não o fazem em conjunto, vão dizendo de várias formas.
Por causa do tinnitus (já vos disse que ando mal dos ouvidos? :)), não posso sofrer, não posso. Daí odiar que eles digam isso. Porque estou completamente investida em não sofrer desde que os ouvidos começaram a zumbir.
Ando a comer muito melhor, a emagrecer.
Ando a fazer exercícios respiratórios, meditação.
Ando mais paciente e tolerante.
Ando a rir-me mais e a dar mais carinho aos meus.
Hoje escrevi a uma amiga: caramba, que isto de ser feliz é o meu emprego, agora.
1 comentário:
oiço imenso isso "que gosto de sofrer" das pessoas que me são próximas (mãe, marido) e isso deixa-me ainda mais angustiada, como se não me percebessem as dores, como se não vissem que essa minha tendência para prever tudo, para sofrer por antecipação e ansiedade não fosse uma demonstração de como me preocupo com tudo, por demais. Tenho pensado muito nisso, tenho tentado e feito um esforço enorme para não passar essa imagem... porque constato que me vêem como uma "drama queen". Também constatei que não adianta partilhar com as pessoas as nossas angústias ou problemas, que mais facilmente nos julgam e nos acham "negativas" do que se prontificam para dar uma palavra amiga. Por isso, uma das minhas resoluções para 2016 passa por sentir mas não exteriorizar, pelo menos em voz alta, os dramas que me assolam. Assim, parece-me, fica toda a gente feliz, mesmo que eu por dentro esteja um caco.
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