segunda-feira, 5 de março de 2012

A felicidade que rejeito

Sim, fui uma das que me desmanchei ao ver o anúncio da Coca-cola a dar motivos para sermos felizes. Aí depois (ou ao mesmo tempo, sei lá), veio o All Together Now e mais uma data de campanhas parecidas. E começa a cheirar-me mal.

Há uns dias, vinha a pensar mais ou menos nisso no comboio quando vejo as tais fotografias de pessoas a sorrir para o vento ali em Alcântara. Pouco depois, o mupi da fabulástica revista Happy Woman a dizer "Ser Happy Está dentro de Si".

Não, foda-se. Não está. A felicidade está dentro de nós quando as necessidades básicas estão minimamente satisfeitas. A vida é digna, as contas estão pagas, há trabalho? Ok, ser happy está dentro de ti, all together now. Se não está, se o gato comeu a base da pirâmide, não há felicidade. Há entorpecimento. Há negação. Há sobrevivência e não é forçando um sorriso que a felicidade chega.

Só espero que a malta deste país que agora chamo meu não adote as piores características do país que ainda chamo meu.

Samba nunca encheu barriga de ninguém.
All together, now.

3 comentários:

gralha disse...

Tanto bitaite que já mandei a defender isso mesmo. Felicidade com fome é unicórnio.

Ana C. disse...

Não sejas piegas. Sê feliz, mesmo quando és violado em ondas sucessivas pelo próprio estado e não tens dinheiro para pagar a hipoteca, nem para pagar o médico, nem para pagar a comida. Sorri e canta e dança.
A pressão para ser feliz, é mais uma que faz as pessoas normais, sentirem-se aberrações da natureza por ficarem neuróticas quando lhes falta o básico.

Mafalda disse...

bravo melissa.