sábado, 6 de dezembro de 2014

Das noites perfeitas

No Campo das Cebolas, com o Gabriel a correr à nossa frente, disse-me o Hugo: não há nada que eu goste mais do que passear em Lisboa contigo. Sorri. Não há nada que eu goste mais do que passear em Paris com ele, seguido de em Roma com ele, seguido de em Praga com ele. Mas Lisboa enche-me as medidas também. E andar devagarinho à noite, a olhar para dentro dos restaurantes fashion e bares, ver os pormenores das portas das igrejas sem pressa, os artistas de rua (cada vez há mais, benzadeus), os navios, os tuk tuks... Sabe a novidade, e eu relaxo na novidade, no barulho (assunto para outro post).

Estavam nove graus mas não os sentíamos, por algum motivo. Fomos ver a árvore do Terreiro do Paço, que deslumbrou o Gabriel. Bebi ginginha, que o Hugo acha brega a menos que seja no Rossio. Fomos ver o estúdio do Toca a Todos, demos dinheiro à Cáritas. Vimos o ensaio do Boss AC. Percorremos as paralelas da Rua Augusta para o Gabriel escolher as melhores luzes (Escolheu as da rua Garrett, super xoxas), apanhámos o atalho do metro para irmos jantar comida dos deuses e surtar com a conta no fim. Fomos à Bertrand Chiado porque é inevitável passar por aquela maravilha às dez da noite e não entrar. Saímos de lá com dois livros para o Gabriel e uma BD para mim, coisa obscura nacional que já me rendeu duas boas ideias para o filme.

Ir andando devagar, apanhar o concerto do Boss AC - é sexta-feira, yeah! -, castanhas para o meu filho de barriga rota. Fotografar os pormenores da Nossa Senhora da Conceição enquanto o Gabriel bebe água sentadinho num degrau. Adormeceu antes de o carro chegar ao Cais do Sodré. Perdemo-nos. Chegámos a casa tarde, muito tarde, já com muito frio, já a espirrar.

2 comentários:

Bailarina disse...

Que lindo texto minha querida! que retrato lindo de felicidade
beijo

Want Lisbon House disse...

:)