quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Natal vs. Natal

Há coisas que adoro no Natal. Sou absolutamente fanática por prendas. Não é pelo que está dentro do embrulho, mas pelo desembrulhar. Prefiro várias prendas pequeninas e inúteis do que uma melhorzita que dê jeito, mas sem graça nenhuma. Giro, giro, é abrir pacotes. E fazer pacotes. E ter pacotes em baixo da árvore. Sou mesmo doida por prendas.

Detesto o Pai Natal. E não é uma birrinha anti-americana adolescente, é visceral. Acho uma mitologia nociva, perversa, imoral, deslocada, incorrecta. Penso que os meus pais - vou precisar de confirmação para o que vou dizer - achavam o mesmo, embora não me lembre de ouvir nada da boca deles. A verdade é que tive Natais felicíssimos durante toda a minha infância, cheios de primos, comida, vovó, e uma prenda para cada um, que em famílias grandes é assim mesmo. Mas sem Pai Natal. Nunca fez falta nenhuma.

Dizem que temos de dar uma educação coerente aos nossos filhos. Portanto, sem qualquer pena minha, o Pai Natal não vai entrar cá em casa. Não sei bem como vou fazer isso, embora já tenha ideia: vou fazer com o Pai Natal o que pretendo fazer com toda a mitologia cristã, ou seja, dizer que não é mentira, não senhor, é apenas uma historinha para fazer os meninos pequenos entenderem coisas importantes (se ele for um geniozinho uso logo o termo "metáfora"). Vou dizer-lhe que o Pai Natal não é um obeso vestido de coca-cola a rir-se como nos filmes americanos, mas sim, o espírito bom que nasce em nós uma vez por ano de dar coisas a todos os meninos do mundo. Claro que não conseguiremos dar coisas a todos os meninos do mundo, mas podemos tentar. Damos a alguns. Se ele chegar à conclusão, como eu cheguei, de que o Pai Natal é ele próprio, serei a mãe mais feliz do mundo.

1 comentário:

Ana C. disse...

Eu sempre disse o mesmo daquele anafado vestido com as cores da coca cola. Para mim era o Menino Jesus que deixava os presentes no sapatinho, mas eu já sou do século passado.
Sempre disse que os meus filhos não iam acreditar no pai Natal, tal como tu.
O problema é que não podemos enfiá-los numa redoma à nossa medida e à medida das nossas convicções e eu não fui capaz de negar a existência do homem à Alice, pois é criança e as crianças apreendem tudo à sua volta. Não conseguimos evitá-lo.
Um tio nosso mascarou-se o ano passado e veio a tocar o sino pela rua fora com um saco às costas cheio de prendas. Quando vi a expressão na cara da Alice, senti que não podia evitar nada disso...E deixei-a acreditar no que quisesse acreditar.
Sabes como é que ela chama ao pai Natal teimosamente?
Mãe Natal. Assim as coisas ficaram melhores :)