segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Reset


Um 2013 de boas lutas para todo mundo!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Eu e a Vera em 2013

Agora não paro de pensar nesta canção :D hahahah, só me rio.


(com dez quilos a menos em dezembro, o mais tardar).

E os vossos planos para o ano novo, hein? Não fiz nenhum para 2012, mas resolvi ser uma mulher resoluta desta vez. Sei lá. Descobri que fazer com que a minha vida corra melhor é não menos do que uma obrigação minha, e exige empenho.

Mais do que me faz feliz

Para 2013, além de distribuir o meu charme pelo mundo, quero:

- Terminar o O., sem medo e sem sustos. Ele não vai deixar de existir por eu o ter terminado.
- Ir ao máximo de aulas de dança que conseguir, porque adoro.
 - Comprar roupinhas giras para ir às aulas de dança, porque não basta ser a bolota da turma, quero ser a bolota fashion.
 - Aprender a fazer duas coisas novas: estou a pensar em velas e sabonetes.
 - Aprender tarot. Desejo antigo, quero tratar disso (é mais do que me faz feliz).
- ORGANIZAR MELHOR A MINHA SEMANA para ter mais tempo para o Hugo, o Gabriel e sobretudo para mim. Posso e vou fazer melhor nisso.
 - Deixar de trabalhar às sextas de manhã ou à tarde (difícil prá caramba). Tem que ver diretamente com o ponto anterior. Quero esse tempinho para ir ao mercado e ao ginásio. Ou para arranjar as unhas e peruar. Não sei. Mas quero.
 - ACABAR COM O NÃO-PLANEADO. Não dá certo. Não-planeado = emergência, e só.
 - Continuar, como estive durante todo o o ano de 2012 (com grandes frutos) atenta ao que me faz feliz.

  Vou pôr uma tag nisto, porque quero ir ticando à medida que coiso.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Memórias que mudaram de valor

Num carnaval em Olinda, numa kombi com o rádio a dar esta canção (que até hoje adoro) um único passageiro só de calções, sem chinelo, sem carteira, t-shirt, sem nada - a única coisa que ele tinha era o diabo da canção, que cantava a plenos pulmões e dançava como ninguém conseguiria num banco duma kombi. Caramba, era talento. 

Guardei a imagem até há pouco tempo como uma coisa boa - o homem não tinha só talento para dançar sentado, tinha talento para ser feliz sem nada. Os brasileiros pobres são conhecidos por serem felizes sem nada, e reconheço essa capacidade. "Com uma caixinha de fósforos, fazem samba". Achava essa capacidade a coisa mais linda do mundo. Mas deixei de gostar dela. 

Talvez hoje fosse tudo diferente se ela não existisse. 

Mil vezes a capacidade de se enfurecer e se indignar por só ter o Sai da Frente aos berros na kombi de 1981 aos peidos do que transformar aquilo numa festa. 

Expressões da minha infância que ainda uso: tchovê

Tchovê se há o livro que ando à procura.
Tchovê se chegou mail.
Tchovê o Gabriel.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Grinchice básica

Odeio o ho ho ho. Odeio. Usei agora e dei-me conta de o odeio. Já não basta importarmos todo o conceito Pai-Natal-Coca-Cola como ainda temos de ter a gargalhada de gordos americanos? Porque diabo não traduzimos o ho ho ho por um hahahahahahah, ou um kkkkkkk como no Brasil? Não vale. É muito.

Mais patético ainda é o hemisfério Sul a importar todo o conceito de Christmas Wonderland e neve artificial em shoppings. Mas acho que está a mudar, felizmente. Na minha cidade, a árvore de Natal da praça central é feita de redes. E é a mais linda do mundo.


Isto tudo para vos desejar um Feliz Natal à portuguesa, ou à vossa medida. Personalizem o que acham que devem. Eu, por exemplo, jamais comeria a comida de doente que vocês comem na Consoada: cá é bacalhau gratinado com muitos pirlimpimpins e a sobremesa um bolo de brigadeiro com recheio de leite condensado e coco. Também não há a chegada do Pai Natal, porque o Gabriel não liga e nós também não alimentamos: há pessoas que se amam a trocar prendas. As gargalhadas são um misto de hahaha com kkkk. Mais tradicional, impossível. 

sábado, 22 de dezembro de 2012

Egotrip de Natal (Alta Definição)

Gosto: do cheiro do pescoço do meu filho ao acordar, do riso do meu marido, de brigadeiro, de Saramago e García Marquez, de música velha, de barulho de infantário, de sushi, de jantar fora às sextas, de maçarocas de milho, de que me limpem a casa, de uma hora de concentração seguida, de cemitérios e mementos mori vitorianos, do macabro de um modo geral, de trocar mails com amigas, de escrever no blog, de malas, de unhas, da minha capacidade de ver chifre em cabeça de cavalo, do Facebook, Nanni Moretti, Miguel Gomes, botija de água quente, analisar as pessoas até ao tutano, analisar filmes até ao tutano, analisar a vida até ao tutano, analisar a mim própria até ao tutano.

Não gosto: de perder o controlo com comida, de perder o controlo do trabalho, de perder o controlo da casa, das saudades da minha mãe, dos meus recalcamentos, de o meu pai viver longe, de o meu irmão viver longe, de não ter primos e tios por perto, de concorrentes de reality shows, da máquina de lavar do vizinho de cima, de gente que "escreve bem" (= gente que sente coisas), de escuteiros, de ser tão precipitada e ansiosa, de aipo, de maçãs moles, de qualquer fruta mole, de cozido à portuguesa, de oportunismo (pior defeito do mundo).

You had me at hello: arrancar-me uma gargalhada, toneladas de cultura inútil, leveza.

Deal breaker: Mentiras cosméticas (com as necessárias posso eu muito bem) e sangue-suguismo variado.


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Os melhores de 2012


Este ano, o meu Google Memory demorou cerca de 0.08 segundos a dar-me os resultados da pesquisa.
E os vossos, hein?

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Mais uma daquelas "lido não sei onde"

Fé:
você põe o pé primeiro,
Deus põe o chão depois.

Cá vamos nós outra vez

Criei o ticker de 2013. E todo mundo sabe que, quando se cria um ticker, o ticker tem de andar.
11 quilos em 12 meses parece-me bastante razoável.

Estratégia: procrastinar o mínimo possível. Durante o ano que passou, descobri que a coisa que mais me engorda é a ansiedade, e a coisa que mais me causa ansiedade é o não fazer o que tenho de fazer.

Se calhar crio um selinho com isto para pôr algures aqui no blog. Algo como: MELISSA, SAI DO BLOG E VAI TRABALHAR.

Vamos a isto.
E boa sorte para os vossos planos para 2013. Em 2011, decidi que 2012 seria o meu último ano de obesa. Não foi, porque eu decidi que o meu caminho não era o da dieta, mas sim, o da mudança de comportamento e mentalidade - o que complica mesmo tudo. De qualquer forma, já estou pertíssimo do sobrepeso, só a dois pontinhos de BMI. Vai acontecer. Sei que vai.


sábado, 15 de dezembro de 2012

Prendas de Natal - a inversão

Não é com prendas com hora marcada que mostramos que amamos quem amamos.

Mas pode ser com prendas com hora marcada que mostramos o apreço por pessoas mais distantes que facilitam ou melhoram o nosso quotidiano. Sendo assim, tirámos os amigos e alguns familiares da lista, mas pusemos o professor de natação e a senhora da receção da piscina, o amigo cabeleireiro com quem o Gabriel conversa ao fim do dia... Gente importante, tudo gente muito importante para o Gabriel e, por conseguinte, para nós também.

Acho que vai ser uma surpresa boa.

Oscilações das más

Ganho um quilinho aqui... perco meio ali... ganho 300g aqui... 

Já várias vezes que a coisa que eu menos quero nesta vida é "micromanage" o meu peso. Quero liberdade. Mas liberdade da boa, claro, e não liberdade para desbundar e comer metade do mundo. 

Dito isto, sinto que, nas pequenas oscilações, estou a engordar - estou, entre microvariações, um quilo mais gorda do que há dois meses. Parece pouco, mas não é. Não POSSO engordar, não posso. Dá-me cabo do moral e da moral. Por mais que tente definir-me fora do peso e gritar a plenos pulmões que o amor está aqui dentro e não nas coxas, ainda não cheguei lá. Estou cada vez mais perto em termos teóricos (o que já é um enorme avanço face ao passado), mas a prática vai bem atrasadinha. É muito difícil desconstruir o que passamos toda uma vida a erigir: a própria noção de nós mesmas. A parte da desconstrução é mais simples, o problema é o que pomos no vazio que fica; e, enquanto a nova noção não chega, a velha e bolorentas vem atormentar-me. A quenga. 

Mas tudo bem, eu disse que ia simplificar e vou simplificar. Tenho tudo que é preciso. Basta voltar por onde ia, o caminho do tapar o buraco com a areia certa. 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Estritamente ao Ponto

A minha vodrasta tem muitos, muitos anos e tem muitos grupos e interesses, como apanha de cana em Cuba, ornitologia no Algarve e coisas do estilo. Um dos grupos de que faz parte tem um nome parecido com Amigos dos Jardins, e viajam pelo mundo todo só para verem jardins. Não veem mais nada. Imaginem saírem do avião, irem partir um choquinho no hotel só para curar o jet lag e depois zungas, ir ver topiarias e banquinhos e coisas. Nada de lugares emblemáticos nem autocarros hop-in/hop-off. Se são amigos dos jardins, verão jardins. Um luxo.

Se eu tivesse dinheiro, gostaria de fazer parte do grupo Amigos dos Cemitérios para fazer o mesmo.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Como me fazer rebolar de rir no meio da biblioteca (para depois chorar)

Eu empolgadíssima com a leitura de Getting Things Done, porque 2013 vai ser o ano de todas as realizações, de colher tudo que passei anos a plantar, o meu ano de awesomeness e, claro, vou precisar de tempo para tudo. A Eliana, que já leu e ouviu o livro mas não viu a luz no fim do túnel que eu vi, manda-me este diagrama incrivelmente simplificado do método GTD:
PS - ler o livro e ler resumos do método em blogues não é a mesma coisa. 
PS2 - Mesmo com o diagrama do demo, continuo cheia de fé, Eliana!





domingo, 9 de dezembro de 2012

Coisas que leio por aí

"The words you speak become the house you live in"  - Hafiz


(Do Facebook da Cátia).

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Mais uma urgência de feng shui

Tenho a casa ATULHADA de comida. Se houvesse um hecatombe nuclear, acho que a minha família duraria mais do que as coupon ladies do TLC. Não sei como cheguei a este ponto - provavelmente por andar mais em restaurantes do que devia.

Enfim, sou uma tipa que gosta de espaço, e espaço nos armários e congelador também contam. Como já devem ter reparado, não preciso de espaço para pôr lá mais coisas, preciso de espaço para respirar melhor.  E ter comida a mais em casa dá-me crises de asma e problemas de consciência também.

Por mim, daria tudo a alguma instituição, mas não conheço nenhuma que receba congelados, por isso, só me resta ir comendo tudo aos poucos e não comprar mais nada até ter feito a digestão a tudo.

A partir daí, compro algumas latas de feijão para a despensa (nunca se sabe quando teremos um hecatombe nuclear) e, de resto, acabou-se a mania dos stocks. CABÔ. Vou comprar o estritamente necessário para a semana, como fazia dantes.

Assim será.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ando cheias de saudades da minha mãe.

As minhas saudades não são bonitas nem compreensivas nem resignadas nem cheias de boas lembranças. São exigentes, urgentes, sufocantes, autoritárias, espaçosas. Se as minhas saudades fossem uma figura histórica, seriam Maria Antonieta.

E não, não é do Natal. Culpo antes o stresse. Quando estou muito cheia de coisas, as minhas defesas caem. Constipo-me a sério e lembro-me de que não tenho mãe há muitos anos e de que não faço a mais pálida ideia de como seria a minha vida hoje com ela presente.

Tenho andado num processo - muito, muito tardio - de perceber que esta dor não é só minha. Não fui só eu a perdê-la. Tenho andado a tentar compreender a dor do meu pai, por exemplo, que perdeu um dos maiores amores da vida dele e a melhor e mais antiga amiga, além de mãe dos dois filhos, no mesmo dia. Não pode ter sido fácil. Tenho tentado compreendê-lo e dar espaço à saudade dele também, coisa que não fiz durante todos estes anos. Mas hoje não. Como diz a Marisa Monte, se ela me deixou a dor é minha só, não é de mais ninguém.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Pois é

"Há dias em que Deus caminha ao meu lado, eu sei.
Há dias em que Deus me leva ao colo, eu sinto".

Sendo que substituo Deus pelos meus anjos da guarda. É a mesma coisa, na verdade.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

cheiro e memória

Não há memória como a olfactiva.

Às vezes, guardamos o sabor de um prato ou doce da infância e, ao revisitá-lo eras depois, vemos que a nossa memória o romantizou e que afinal aquilo nem é assim grande coisa - aconteceu este fim de semana comigo, estava com desejo de comer pamonha há sete anos. Acho que a  cada ano que passava eu ia dando mais uma camada de magia à pamonha, até transformá-la no maior manjar do mundo, um deleite.

Papai trouxe-me pamonha. Comi. Não era a mesma coisa que era na infância. Ou pelo menos, o que teria sido há sete anos. A simplicidade do sabor do milho, só milho e mais nada, já não me chegava. Que pena.

O mesmo se passa com gente e lugares bonitos, a memória visual - às vezes não resiste ao teste do tempo e ao nosso cada vez maior grau de exigência. E o humor de amigos, ou o amor de e por amigos. Acho que, no reencontro, tudo envelhece. Tudo se desencanta.

Mas os cheiros, não. Talvez por estarem condenados a permanecer eternamente no reino do imaterial, podemos romantizá-los à vontade, sem perigo de revisitações. O cheiro da cozinha da minha avó. Do perfume Seiva de Alfazema dentro do armário, do sabonete Phebo, de Omo, de pão, de farofa, de maracujá, de feijão verde, de caju, de bolo de milho e de pamonha, do cabelo da mãe da gente, do pescoço do bebê da gente, de talco no pescoço. Pinho Sol, trouxa que vinha da lavadeira. Cheiro de boneca nova.

Nada tão imaterial, nada tão concreto.