Fui beber café à rua com papai, e eis que me deparo com isto ao pé do ecoponto:
Claro que a mediocridade da máquina e da fotógrafa não permitem ir muito longe, mas são baús com etiquetas de viagens de navio de 1a classe, vindas não sei de onde para o Porto de Lisboa. Papai, dramatissíssimo, disse logo que os baús eram do século XVIII, mas a mim fizeram-me logo lembrar dos retornados da telenovela. E acho que tinha eu razão.
Os baús pertenceram a um tal Cel. Silvino Silvério Marques - aí está, um pouco menos de mediocridade e teria aqui as etiquetas a atestar. Uma googlada rápida diz deste senhor:
Silvino Silvério Marques (Nazaré, 23 de Março de 1918) foi um militar e alto funcionário ultramarino.
Concluiu os estudos secundários em Lisboa, tendo frequentado os preparatórios de Engenharia na Universidade desta cidade e o curso de engenharia militar na Escola do Exército. Seguiu a carreira militar, sendo promovido a general.
Foi Governador de Cabo Verde de 1958 a 1962, Governador de Angola de 1962 a 1966, administrador da Siderurgia Nacional de 1967 a 1970, Director interino da Arma de Engenharia, e 2° Comandante da Região Militar de Moçambique de 1971 a Janeiro de 1973. Foi vogal do Conselho Superior Ultramarino até 1973, mas não foi reconduzido por desavenças com Marcelo Caetano àcerca da política ultramarina, posta em prática por este, cuja finalidade era a autonomia progressiva das Provincias Ultramarinas. Em Dezembro de 1973 foi colocado na Direcção de Instrução do Estado Maior do Exército. Em Maio de 1974, foi convidado pelo general António de Spínola para o cargo de Governador de Angola, cargo que ocupou até finais de Julho, por não dar garantias de cumprir as instruções da Junta de Salvação Nacional. Passou à reserva em 1975.
E pronto, depois de tudo isso, os baús foram parar ao ecoponto.
2 comentários:
Absolutamente incrivel...
Ainda dizem que a realidade não supera a ficção.
Devias ter guardado os baús.. Não sei bem onde, mas são o máximo, que descoberta fantástica!!
Como é que a família deita fora tal tesouro?
Quem tem espaço, davam óptimos objectos decorativos e de arrumação!! e a história que emanam? É quase titanic!!!
Enviar um comentário