E depois há dias de merda, como hoje, em que dez anos parecem dez dias, em que sinto a falta dela a rasgar-me, um paredão intransponível de tristeza e de ausência, a avó que não chegou a sê-lo, a mãe do homem que o meu irmão se tornou, a senhora de 60 anos que se tornaria amanhã. Perguntei naquele dia na cozinha: onde é que ela vai estar, S., quando a vida começar a acontecer? Vai ser energia, Melissa.
Mas eu não queria que a minha mãe fosse energia. Mãe não é para ser energia.
4 comentários:
Acabei de chegar da rua. Na rua encontrei uma senhora que me emprestou um livro sobre... energia. Que fala no nosso grupo de almas e é muito, muito interessante. Estivemos a falar agora mesmo sobre essa energia. Eu quero acreditar mesmo que existe. Tudo é energia.
Embora nada substitua a falta do toque, do olhar. Quando nos resta a energia é senti-la, Melissa. É senti-la! Um beijo grande carregado de energia para ti! Um beijo enorme!
Um abraço, Melissa.
(Tenho a certeza que é uma boa energia).
Um grande abraço, Melissa.
E não é só energia, é muita memória (que também não chega, mas aconchega um bocadinho).
Dez anos no mundo das saudades é muito, muito pouco tempo.
E ao mesmo tempo aposto que parece muito porque já não a vês há tanto...
Dizem que melhora, mas não sei quando...
Um beijo grande na bochecha e um abraço apertadinho.
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