sábado, 25 de abril de 2015

25 de abril

Normalmente temos a noção do peso que as coisas têm na nossa vida mais tarde, quando tudo assenta, obviamente porque na altura precisamos de força e objetividade para agir.

No verão passado, os meus exames de rotina deixaram uma pequena dúvida. Havia uma pequena possibilidade de ter cancro da mama e sabemos que não há pequenas possibilidades, se houver uma pequena possíbilidade ela vai torturar-nos como as grandes, pelo menos para os neuróticos. Foi muito duro. Não sei pôr em palavras tudo que se passou na minha cabeça naquele mês de agosto, durante a ecografia e o resultado da biópsia.

Mas houve uma canção que me ajudou a passar por tudo, esta:

que ouvia em repeat várias vezes por dia a armar-me, a criar coragem para o que podia estar pela frente. Conversava com a minha mãe como se a visse enquanto ouvia Voo, num tipo de transe.

Hoje voltei a ouvi-la e chorei como não chorava há anos.




1 comentário:

Naná disse...

Essa pequena possibilidade, por mais pequena que seja, destrói o ânimo de qualquer um, neurótico ou não!
O importante foi que tudo não passou disso mesmo e agora há que celebrar!
E se é preciso chorar, chora!!

Ter essa espada de ínfima possibilidade sobre a cabeça é algo que compreendo como ninguém!