sábado, 6 de fevereiro de 2010

Gerindo a vida

Este será um post muito chato - aliás, depois de ler o meu mês de Fevereiro do ano passado, em que estava inspiradíssima pelo fim da gravidez, qualquer post é chato. Mas apetece-me escrever sobre essas coisas.

Para nós, tempo uns com os outros é mais importante do que ter a casa em ordem. E não digo impecável, daquelas de se poder comer no chão. Digo em ordem, mesmo. Muitas vezes está tudo de pernas para o ar e sujo à brava enquanto passamos o dia a rebolar alegres e contentes, só porque é sábado, só porque é uma casa cheia de amor e sem nenhuma disciplina.
A lei do menor esforço rege-nos.
Sendo assim:

Faço uma lista do que vou fazer para os jantares durante a semana e compro o necessário no sábado. O Hugo leva sopa e sandes para o trabalho, eu almoço o que houver. Anoto o que gasto, porque não somos mesmo nada ricos. Eu cozinho, o Hugo lava.

Faço três panelas de sopa, uma com carne, uma com frango e uma com peixe para o bebé. Congelo tudo separadamente.

Não passamos a roupa. Vai directo da máquina de secar para as gavetas. Todas. Não compramos roupa que precise de passar e as quatro camisas que temos entre os três vai para a engomadoria. Achamos que passar roupa é a coisa mais horrorosa e inconcebível no mundo.

Não dobramos roupa íntima. Temos cada qual a sua gaveta com as ditas lá dentro, lavadinhas e enroladinhas em bolas.

Não fazemos a cama. Às vezes, quando me baixa um certo espírito de governanta suíça, jogo o edredon por cima de tudo.

Temos uns cestos espalhados pela casa cheios de objectos que não pertencem àquele local, que supostamente deveríamos esvaziar de vez em quando - guardando as coisas nos seus lugares. Supostamente. Neste momento, funcionam como baú do tesouro para o bebé, que adora revirá-los, descobrindo coisas que julgávamos perdidas há anos.

Temos uma empregada uma vez por semana, e tem mesmo de ser, porque se não viveríamos ou soterrados em porcaria ou sem tempo uns para os outros, e o tempo já é tão pouco e é tão sem preço. Às vezes estou numa fase mais organizada e dispensamos a empregada essa semana, poupando assim dinheirinho bom e indo jantar fora.

Temos coisas provisoriamente coladas com fita-cola desde que nos mudámos.

Temos um enfeite do Natal de 2007 pendurado na porta de entrada.

Não temos máquina de lavar loiça. Quando vêm cá pessoas almoçar, comemos em pratos de plástico e acho que ninguém se incomoda, ou pelo menos ninguém parece incomodado - só eu, que me dá sempre a vergonha na cara na altura. Faço SEMPRE lentilhas guisadas. Sei cozinhar outras coisas, mas as lentilhas são um êxito perene.

(ADORAMOS, ADORAMOS, ADORAMOS ter cá os amigos a almoçar nos fins de semana. Imagina se íamos usar esse rico tempo para limpar a casa. Haha.)

Não acumulamos objectos. O que não é usado há seis meses é convidado a sair desta casa. Seria mais uma coisa para limpar, caso limpássemos.

Adoro comprar detergente para a roupa e amaciador. É um prazer incrível para mim. Sempre que vou ao supermercado cheiro vários. Adoro quando estão a acabar e tenho de comprar mais. Também tenho um prazer parecido com os champôs, mas nada que se compare.

O Hugo é cem mil vezes mais organizado do que eu, o que não é dizer muito.

Ainda não dá para saber a quem sai o bebé.

24 comentários:

Pekala disse...

epá,eu não consigo!não saio de casa sem puxar as orelhas às camas e dou uma geral ou na sexta à noite ou no domingo de manhã.passar a ferro tem mesmo que ser que a malta daqui amarrota bué.mas sou desleixada com outras coisas,não sou minimamente obcecada por nada e só limpo a cozinha a fundo e as janelas quando me dá a vergonha na cara....
e o Gabi seguirá o vosso exemplo,simples.

Maria João disse...

Tens razão no que dizes, mas eu não consigo! Detesto ter a casa desarrumada se bem que agora não tenho outro remédio pois com uma bébe é impossivel as coisas estarem como gosto. No entanto já mudei bastante e gasto o tempo que é pouco em coisas mais prazerosas do que arrumar.
Mas tens razão sim senhora.

Melissa disse...

Eu não defendo o nosso método, até porque de vez em quando puxo os cabelos ao olhar o estado da casa.

Há coisas que eu gostaria de mudar. Queria, por exemplo, incomodar-me com merdinhas como as juntas dos azulejos estarem pretas, coisas assim. Não me incomodo, e o resultado é que quando tenho cá visitas, via de regra, morro de vergonha.

Por outro lado, nunca na minha vida passarei roupa ou dobrarei roupa íntima. É altamente libertador não fazê-lo, isso, garanto. Também cago nas nódoas da roupa do bebé, não fico ali para morrer por uma peça que ele vai usar cinco vezes e depois deixa de lhe servir. As nódoas não me incomodam, a não ser que sejam gigantescas.

JustMe disse...

Oi..

Admiro-te...tb queria ser assim, mas ñ consigo. Ás vezes ñ limpo como deveria, mas na semana a seguir limpo melhor..

Deve ser dos genes...

bjinhos

Supertatas disse...

uma vez, durante umas lentilhas, e já nem sei a que propósito, comentava com o pedro algo sobre o novo ariel que tinha passado a usar, que era realmente bom, salta-nos a melissa para o meio da conversa: mas mesmo bom??? :O, sim, respondi eu: pah, mesmo a 30º consigo tirar as nodoas do bibe do minúsculo... oh que importam as nódoas!!, dizia ela, a que cheira?

lembrei-me disto e achei que devia partilhar.

Melissa disse...

Tudo que não seja sujo de facto acho acessório, pronto.

Ginguba disse...

Whatever works!
Eu por exemplo, não consigo organizar as refeições da semana e depois ando sempre a improvisar. Mas não consigo deixar de passar a roupa. E não tenho empregada.
Mas Melissa, se eu fosse tua amiga não gostaria de comer em pratos de plástico...preferia lavar a louça!
:)

Melissa disse...

Nós fingimos que estamos no Avante, Ginguba!

Maria João disse...

E para continuar a "conversa", tb adoro detergentes e amaciadores de roupa!! Lol. Ando sempre a experimentar novos, mas ainda não encontrei "aquele". Para mim tem que lavar bem, mas tem que deixar bom cheiro na roupa e cheiro que dure muito tempo! Qual usas, já agora??
( Mas de pratos de plástico não gosto)

Ginguba disse...

AhAhAh
Eu sou a camarada que lava a louça!

Melissa disse...

Somos sempre muitos a comer, nunca mais saíamos da cozinha se fôssemos lavar coisas. São almoços mesmo muito informais. Ponho uma panela gigantesca de lentilhas no meio da mesa e as pessoas vão-se servindo e sentando-se onde dá.

Se a coisa for mais para o chique com menos gente, tiramos o pó às porcelanas, polimos a prata e sacudimos o persa.

Eu, maníaca dos cheiros, vou mudando de produtos. Neste momento estou com o Skip Poderoso, porque estava em promoção (Mas deixo aqui a dica de que o concentrado do Continente é FABULOSO. E custa menos de 4 eur.) e o amaciador Azul do Céu Extra.
Mmmmmfff vou ali snifar.

Melissa disse...

UPDATE BOM:

O Hugo limpou os pretos dos azulejos da casa de banho e sinto-me uma princesa.

Miguel disse...

Depois disto vou começar a sentir-me muito melhor quando olhar para a minha casa...

mãe disse...

hum... um post cheio de boas ideias... a blogosfera continua a revelar-se extremamente útil...

Melissa disse...

Obrigada, mãe. :)

Pekala disse...

eu apanhei o Tide normal em promoção no Minipreço e fiquei hiper-fã!adoro o cheirinho a fresco e as nódoas vão-se!

mm disse...

Acho muito bem não perder tempo a arrumar a casa e concordo plenamente com a não passagem de roupa a ferro. Força!
Temos de ser cada vez mais e tentar fazer ver aos outros que a vida é mais fácil com menos electrodomésticos em casa.
Limpar é que é preciso, mais que não seja para a criançada não apanhar doenças.

c disse...

Eu sempre disse que em Portugal se limpa demais, se passa a ferro demais, conheço gente que passa a ferro a roupa interior (sim as cuecas, para matar as bactérias, como me foi dito).
E nunca vi gasto de lixívia semelhante. Parece que vivemos cercados de micróbios altamente perigosos que é preciso eliminar regularmente a todo o custo.
Na minha casa não há lixívia. Também há alguém que vem uma vez por semana, por razões semelhantes às tuas. Prefiro trabalhar mais umas horas e pagar uns euritos a alguém que precisa e ficar com a casa pronta para o fim-de-semana.
E tento não sentir vergonha da confusão quando temos visitas, porque quem gosta de nós gosta assim mesmo.

Melissa disse...

C., aí está uma coisa com a qual concordo totalmente: em Portugal limpa-se demais. Não me lembro de ver casas tão lambidas nem no Brasil nem em mais lado nenhum, e já viajei bastante.

c disse...

Nem eu! e o mais engraçado é que são as pessoas com as casas mais lambidas que depois atiram com as garrafas de água, lenços e demais lixo pela janela do carro em andamento. Já confirmei várias vezes esta teoria. Mas isso já é outro tema. Obrigada pela tua visita!

Anónimo disse...

Eu também não gosto de limpar, o que vale é que o marido ajuda. :) Em relação a passar a ferro já fui mais maníaca, agora já não passo camisolas interiores, nem pijamas, nem toalhas, nem lençóis. Depois de secos dobram-se bem dobradinhos e as rugas desaparecem.
Uma boa conjugação de detergentes: o novo ariel líquido + amaciador quanto azul. Deixa um cheirinho... :)

Pekala disse...

a minha avó passava as cuequinhas a ferro:D

Julia disse...

Sou bem assim também. Até gostaria de ser mais organizada, mas não dou conta.

Agora, um pitaco lateral: vejo sempre vocês dizendo que o Gabriel não quer comer...não será porque é sopa? Aqui não vemos cara de papinhas desde uns 7-8 meses, é tudo comida de gente grande picadinha para pegar com a mão. Raros são os dias que eu dou alguma colherada na boca delas, não aceitam mesmo, só querem comer sozinhas e para mim é ótimo, porque dava um serviço danado ficar enfiando colheradas em duas ao mesmo tempo. Agora elas já ensaiam com a colher às vezes (estão com 15 meses), mas a maior parte é com a mão mesmo.

Melissa disse...

Júlia, isso para nós seria a GLÓRIA. O gabriel rejeita todo e qualquer sólido. Já estão a tentar lá na creche, e já dizem: este vai ser dos difíceis. Como dizia a minha avó, ele fede de preguiça, hehe. Não mastiga nada, engole directo. Mesmo a fruta tem de estar num puré perfeito para a Alteza.

Continuamos tentando sem pressas...
(Ah, e ele agora come melhor, graças a Deus.)