Dizem os budistas - e sucedâneos de budistas - que, quando morremos, temos sempre algo a dizer sobre a nossa próxima encarnação, de modo a favorecer-nos o karma: pelo que entendi, o objectivo é ter o mínimo de encarnações possíveis e ficar a beber caipirões no Nirvana para sempre, e isso consegue-se com a aprendizagem da alma - que, em bom português, é mais ou menos sinónimo de sofrimento.
Vai daí que parece sempre ser uma boa opção pedir para encarnar leproso, feio, desgraçado. Esses leprosos, feios e desgraçados podem ser assim por escolha própria no limbo, segundo os budistas (ou algo do género). É, por assim dizer, um investimento cármico.
Sei que escrito assim parece ironia, mas na verdade gosto muito desse modo de pensar: acho que dá um consolo enorme pensar que tudo tem uma causa maior (e, melhor ainda, a culpa das nossas cagadas e infortúnios NÃO SER INTEIRAMENTE NOSSA).
Dito isso, e enquanto tenho ali a roupa a acabar de lavar, um estendal cheio por recolher, o chão enchiqueirado a precisar de lixívia e o bebé a tentar bebê-la, quero aqui declarar, pública e formalmente, que CAGUEI no karma e faço QUESTÃO de encarnar como um DONDOCÃO INÚTIL da próxima, nem que demore mais algumas eras galácticas a chegar ao chatíssimo Nirvana.
6 comentários:
Bom Karma era descobrir a maneira de conseguir isso nesta encarnação.
Quanto à culpa das nossas cagadas e infortúnios não ser inteiramente nossa é igualmente improvável...
Ó pá, então eu marimbo-me para o karma também e na próxima encarnação quero ser uma daquelas ricaças giras com casa nos Hamptons, que não fazem nenhum e ficam cansadas de fazer compras na 5ª Avenida!
Ai!! era tão boa para essa vida!
Quanto à reencarnação, vi um dia num filme uma pergunta muito engraçada:
O que é que um esquilo tem que fazer para encarnar num ser superior, apanhar mais bolotas do que os outros?
E tu, o que é que tens que fazer para atingires mais rapidamente o nirvana? Por exemplo, tiravas a líxivia da mão do Gabriel, já era uma ajudinha...
E meninas by the way, não vos imagino nem um bocadinho como dondocas.
Ahh essa do esquilo tá no livro que a anaponto traduziu.
Pois eu imagino-me a coçá-los lentamente, todo o dia, enquanto espreito ora o horizonte, ora o Discovery Travel & Living, durante toda uma existência carnal.
Ana C.: Eu também não me imagino nada com dondoca; Eu era mais assim uma multimilionária que até era muito interessada e interventiva nos assuntos mais importantes e tudo e tudo...
:D
LOOOOOOL
Tou contigo!
Bjos
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