Levei anos até conseguir não ter pena de mim por não ter mãe. E agora começa tudo de novo, ao pensar que o Gabriel teria mais uma avó, se a vida não tivesse tomado outro rumo. Consegui ignorar bem até recentemente, abafando a sensação cada vez que ela surgia, porque, caramba, já sofri muito neste luto todo. Mas, de uns dias para cá, foda-se, queria tanto, mas tanto, mas tanto que o meu filho a tivesse cá.
E com tudo que aprendi, já devia saber que o melhor é chorar tudo e mandar tudo à merda, porque é uma merda, mesmo. Não há maneira esotérica, religiosa, o diabo ao avesso, que traga nem um momento dela de volta. Ela acabou. Ela morreu. Ela não existe mais.
4 comentários:
Nos momentos em que cai a fé, as desculpas divinas, as respostas sábias, fica o vácuo no coração. Um espaço físico que nada preenche e que de vez em quando deve doer como tudo.
Não sei o que é isso e também não quero saber.
A vida é puta.
há dias em que dá para o dark side.
Depois passa e fica tudo ok outra vez.
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