domingo, 9 de janeiro de 2011

Fair is Foul

Farto-me de dizer que tenho os melhores amigos - especialmente amigas - do mundo aqui neste meu canto virtual, bem como em todo o lado, em voz alta ou em voz escrita. Sou doida pelos meus amigos. Inclusive, ao escrever sobre amizade, há uns largos meses, disse que só tinha tido um grande arrependimento, uma grande quebra de confiança na minha vida. E é verdade, só tive uma, e nunca fui gaja de poucos amigos (como também disse nesse mesmo post).

(Longe de mim, também, ser ingénua. Sou o oposto. Vejo, sim, as falhas dos meus amigos, mas aceito-as como parte da dor e da delícia que são, da sua humanidade. Não tenho amigos sobrehumanos).

Mas adiante: senti o tal gostinho da quebra de confiança apenas uma vez na vida, e, pelos vistos, mesmo não tendo feito de mim uma pessoa amarga, o tal gosto ficou-me na memória. Porque ando, de uns tempos para cá, a sentir coisas parecidas. Um cheirinho, uma coisinha.

O bicho da desconfiança. Desconfiança de falhas que deviam ser combatidas, e não assimiladas como parte da humanidade, da dor e da delícia. Falhas daquelas inexplicáveis.

E dá-me um nó na garganta, porque, por falta de experiência, não sei deixar de confiar.

11 comentários:

Precis Almana disse...

Não sei do que falas, portanto só posso dizer que me solidarizo contigo. Infelizmente já tive mais desilusões, como te disse já também.

Melissa disse...

Odeio escrever posts vagos, Precis, mas às vezes tem mesmo de ser...

Mas é isso mesmo, o haver dúvida razoável. O haver dúvida razoável já mina uma amizade, certo? Não é preciso certezas.

É lixado.

Se continuar a escrever, vai virar um post lamechérrimo e cheio de clichés, por isso, fico-me. :)

Melissa disse...

Odeio clichés, mas será que aquele que diz que só se conhece mesmo um amigo em tempos difíceis procede? Sempre achei que não.

Pekala disse...

tive há bem pouco tempo uma dúvida razoável que se revelou uma certeza absoluta.quando eles não estão nos bons momentos e se afastam declaradamente e só aparecem nos maus cm se retirássem algum gozo da situação,faz-me muita impressão.cortei.pronto.nada de perder tempo com quem não interessa(sou mais radical do que tu até porque já tive várias desilusões)

Melissa disse...

Outro cliché: será que uma pessoa "deixa" de ser amiga ou é tudo um erro de leitura nosso e ela nunca foi?

Pekala disse...

eu acredito que (no meu caso pelo menos) tenha sido sim,e acho que é por isso que nos custa tanto a apercebermo-nos das situações,tipo devemos estar agradecidas porque determinada pessoa nos ajudou muito numa altura das nossas vidas mas há sempre algo que fica por dizer ou fazer e quando não há clareza nas situações,quando começa a haver ressentimentos ou mal entendidos,quando as pessoas não são honestas com quem mais deviam ser é claro que há uma ruptura.é inevitavel...(isto fez algum sentido?)

Melissa disse...

Fez, sim senhora. Mas acho que, no meu caso - na verdade são dois casos - foi erro de leitura meu.

(A verdade é que sou o culpossauro e consigo sempre fazer com que a responsabilidade de tudo seja minha, quando não mais por não ser bruxa ou algo que o valha. E de qualquer forma, são dúvidas razoáveis, ainda. E nem sequer pretendo tirar a limpo, porque sempre que tento tirar alguma coisa a limpo saio da situação com ainda um pouco mais de culpa).

Precis Almana disse...

Fiquei a pensar no "será que deixou de ser amiga ou que nunca o foi" e acho que depende das nossas necessidades/fases/idades. Porque também precisamos dos amigos, não só de os ter. Eu preciso, admito. Mesmo que diga sempre que não preciso quando me oferecem ajuda :-). E, por vezes, há fases em que o que aqueles amigos são para nós, nos chega. E noutras em que precisamos de mais. Uma amiga que te acompanha horas a fio da tua vida de adolescente e assim é apelidada de amiga, nem que passe a vida a falar de si, quando chega a mais velha e passa a passar o tempo com o namorado, deixou de ser amiga. Foi-o numa altura em que não precisavas dela e que era suficiente o que ela dava. Talvez seja confuso mas eu teria de entrar em detalhes para se perceber uma das histórias que eu teria para contar.
Quanto ao escreveres vago, claro, percebo. Só esclareci que, ainda que não percebendo, me solidarizava.

Anónimo disse...

"Em qualquer momento que comece é o momento; a pessoa que chega é a pessoa certa;o que acontece é a única coisa que podia ter acontecido; quando algo termina, termina."

(Sai Baba - 4 Leis Espirituais)

Anónimo disse...

e

http://www.youtube.com/watch?v=bLltt5cPDOc

Melissa disse...

Adoro o "o que acontece é a única coisa que podia ter acontecido". Parece com a minha oraçãozinha antes de dormir: que o que me aconteça seja para o meu bem, mesmo que eu não entenda já.