Um prazer inesperado que tenho sentido de uns anos para cá, mais intensamente nos últimos meses, é o de fazer a revisão no meu trabalho. Que prazeiroso que é aquilo! Procurar a melhor colocação, repetir em voz alta para ver se bate bem, ver continuidade (quando é o caso)... Um gozo, mesmo, curtido com tempo e calma.
Acho que toda a feminilidade que não emprego em vestuário e decoração, direcciono para as minhas revisões. É uma actividade estética, para mim. Dá-me prazer artístico.
Não estou a dizer que saem primores, atenção. Claro que dou grandes argoladas. Não falo da qualidade do trabalho final (que espero sempre que seja bom, claro), mas da actividade decorativa. Se houvesse um Ikea de palavras, lá estaria eu, a passar horas, sem me sentir oprimida como no Ikea dos candeeiros e cortinas.
Tenho tanta pena que revisão, para muita gente, seja sinónimo de escrutínio, como alguém munido de algodão branco a passá-lo microscopicamente pelo texto. Tenho pena que, em muitos casos, revisores e escritores não estejam do mesmo lado - o do bom resultado final.
Em todo o caso, odeio rever posts dos blogues, por isso, yap, são sempre cheio de merdices e gralhitas.
1 comentário:
O meu orientador já passou pelo mundo da edição. Os meus textos vêm revistos à lupa e eu, de tantos anos habituada àquilo, acho que herdei um bocado daquela "mania" (boa mania, não me chateia nada).
E sim, no blogue é diferente porque não é papel, acho que é isso. Ou porque é exactamente um campo onde é suposto estarmos em relax.
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