sexta-feira, 9 de maio de 2014

As pausas

Não foram os cemitérios, nem os museus, nem as ruas e igrejas e vitrais e gente bonita e bistrôs e antiquários, nem o metro, nem a vista, nem a Torre. Nem Degas, nem Van Gogh.

O que mais me marcou nesta viagem cheia de chuva e feriado foram as horas boas passadas nos cafés, a beber vinho, cerveja, kirs, mojitos ou o que aparecesse. Foi a conversa sem pressa nem ter para onde ir, sem criança, sem telemóvel. O voltar a estar um com o outro e descobrirmos que ainda temos tanto assunto, tanto em comum. Intrigamos um ao outro, encantamo-nos.

Eu falo-lhe das três ou quatro ideias que tenho a brincar em simultâneo na minha cabeça. Ele fala-me do livro que está a ler, vai contando partes cheias de interesse e pormenor. Adoro, tenho de ler esse livro a seguir, Hugo, mas não vou ler, não leio nunca porque nunca é tão interessante quanto os teus relatos.

Cansamos de falar, ele desenha, eu fotografo e penso na vida, tento praticar a atenção plena (díficil!), inspiro, expiro, tento apreciar a companhia do meu pensamento. (difícil!).

Bebo mais. Ele também.



O Hugo está a ler sobre Dumas, mas a nossa Paris estava mais para Hemingway. 

2 comentários:

gralha disse...

Fazem tão bem, as pausas. Seja qual for o tipo de combustível a ser atestado.

Amigo Imaginário disse...

É lindo esse vosso amor, Mel!