segunda-feira, 15 de março de 2010

Invencíveis

Quando, à noite, depois do Gabriel banhado e apijamado, estamos os três na cama, pai e mãe com os pés colados, fazendo um círculo de protecção para o bebé que bola e rebola às gargalhadas e baba-nos, dando beijinhos e dentadas e puxando cabelos, penso nos meus bisavós que foram para a capital de jumento levando uma data de filhos, numa viagem que deve ter durado dias, e penso no meu pai, tão aventureiro, tão sempre pronto a deitar tudo para o alto e recomeçar, e penso na avó do Hugo que se levantava de madrugada na Madragoa para ir buscar peixe a Setúbal e voltar para a Madragoa vendê-lo (na década de 30), na Lurdes, que acartava com baldes de água dois dias depois de ter bebé, na minha avó paterna, que saltava pela janela para ir ao cinema fugida de um marido tirano, e em tanta gente que veio antes de nós e que nos trouxe até àquele lugar tão seguro que é a nossa cama, com o nosso filho, e penso que nada nos vencerá, nunca nem em tempo algum.

5 comentários:

Bailarina disse...

LInda a imagem, vou levá-la comigo, para as nossas noites! beijos

Pekala disse...

:) gosto!

Ana C. disse...

Mas porque é que adoro essas histórias de mulheres do passado que pulavam pela janela e trabalhavam de sol a sol? Porquê? ADOREI.

Melissa disse...

És uma gaja de gajas, anagaja.

Anónimo disse...

a honrar a família dessa forma vão alcançar tudo o que desejam :)