quinta-feira, 26 de março de 2009

Chamem-me o que quiserem

Mas isto não é trabalho para uma pessoa só. Dormir três a quatro horas durante dias a fio enquanto ele chora desalmadamente sem razão aparente não é para uma pessoa só. O raciocínio começa a falhar e dormita-se em qualquer lugar. Não se come, não se lava, não se nada.
Não entendo como só um dos pais tem direito a quatro meses de licença.

Das duas uma: ou as mulheres têm algum apoio da família quando a coisa fica preta ou, se não, eu realmente sou menos mulher do que todas.

Pela primeira vez desde que soube que estava grávida, sinto o que é não ter mãe.

(Tenho amigas lindas que me têm feito ofertas extremamente generosas. Obrigada, gente, em especial à Tatas, mas ainda vou tentar mais um bocado, sob pena de me sentir ainda pior no futuro por não ter conseguido. Podem ser só maus dias, quem não os tem.)

10 comentários:

Márcia disse...

Um récem-nascido é um trabalho duríssimo, esgotante e muitas vezes altamente stressante.

E depois como andamos sem dormir a coisa toma proporções mais complicadas.

E de facto no 1º mês, ter ajuda é fundamental, de familiares, de amigos, de vizinhos, qualquer ajuda é bem-vinda.

Se alguém se oferecer para passar a ferro, vai a correr buscar a roupa, se alguém se oferecer para fazer comida, aceita e por ai fora...

Depois as coisas entram na rotina e tudo melhora imenso!

Beijos grandes e força,
Márcia

manue disse...

pois é escrevi um post sobre exactamente a mesma coisa!

no meu caso foram três meses de berros non stop, mas de vez em quando a sogra ou minha mãe ficavam com ele à noite para podermos recuperar e dormir umas horas....

enfim, é duro isso ninguém pode dizer que não.
mas vai melhorando pouco a pouco como diz a Márcia

Ana C. disse...

Eu tive 3 meses de choradeira nocturna e muitas vezes diurna. partilhava o pesadelo com o pai dela, muito embora ele trabalhasse, pois eu também trabalhava. Ser mãe em casa é trabalho pesado a atirar para a escravatura. Não tens horas de almoço, nem intervalos para o cigarro e tive dias em que adoraria ter trocado de lugar com ele e ir trabalhar fora de casa só para poder "fugir" um bocadinho.
Os primeiros 3 meses são dose para cavalo. Apesar de a minha mãe ser uma avó presente, eu não tinha coragem de lhe largar uma encomenda chorona à noite, por isso não tive descanso mesmo.
o meu cérebro deixou de funcionar e mantinha apenas as funções vitais.
Por isso quando te digo que te entendo, acredita que é verdade.
Se quiseres vir passar pelas brasas aqui a casa vem, tenho um quarto extra. Eu tomo conta da encomenda.

Ana C. disse...

A propósito fala com o pediatra e expõe-lhe a tua desgraça. Ele muitas vezes sugere coisas nas quais ainda não tinhas pensado. Terá o puto calor? Terá o puto cólicas e precisa de trocar de leite? Será um puto chato como o caraças? Diz-lhe tudo Melissa.

Melissa disse...

Acho que a Grande Crise dos últimos dois dias acabou. O homem dorme exausto.

Márcia, ri-me imenso com o teu comentário por um motivo: passar a ferro, hehe. nós aqui estamos em absoluta contenção de esforços, tipo comemos, tomamos banho e o resto está em auto-gestão.

Ana, obrigada! mas se deus quiser o Hugo volta na 2a e a dois isto faz-se bem, porque o puto até agora alterna dias endiabrado com dias exausto das diabruras.

Mas é como a Manue diz no post dela, it takes a village...

Margarida disse...

Pos é, acho que a palvra mãe é mesmo um mar de sinónimos, até mesmo, pau pra toda a obra. Não é nada fácil. Eu tive a ajuda da minha mãe que meteu ferias nos 15 dias a seguir a licença de paternidade. Ajudou-me bastante durante 15 dias mas depois voltei a ficar sozinha. E eu acho que efectivamente o primeiro mês até se passa mais ou menos bem mas dai em diante quando tudo neles coemaç a funcionar a 100% vêm os choros, as impertinências, as crises.. ~
Porque é que há-de ser só um dos pais a suportar tudo? Acho que os legisladores deviam ter parido e cuidado de um filho sozinhos antes de fazerem tal lei..
Mas olha não neges ajuda. Ela faz muita falta até mesmo para o nosso bem estar "mental"..
Força!
bjs

Humildevaidade disse...

Entendo te bem... Eu vivi até aos 2 meses de vida do Zakul a mais de 200km de qq familiar, excepto o pai da criatura "electricus famintus", que estava comigo mas...a acabar o curso e a estagiar. Ou seja, era poupado e tinha o direito de dormir na sala, 1º pq acordava cedo, dp pq tinha exames e às tntas só pq sim...

Não sei como retribuir a ajuda que a minha mãe me deu, indo lá de vez em qd, trazia comida cozinhada, roupa lavada e eu podia estender-me + do que 1h tranquilamente. Ela trabalha 8h por dia...

Diziam-me "o 1º mês é que custa"; "até aos 4 meses é muito difícil"; "óh kerida até eles andarem, falarem e comerem de tudo, é complicado...". Será?

Pronto, é maravilhoso, é mágico mas esgotante, desesperante. Antigamente haviam sempre por perto tias, primas, avós, irmãs, vizinhas...e tudo se criava.

Eu chamo-te "par"... *

O zakul fez 10 meses e continua a dar muito muito trabalho... Eu dou aulas à noite, passo o dia todo com ele, conduzo uma hora para chegar ao trabalho e regresso muitas vezes depois da midnight... às 8h32m a criatura está no auge da sua energia. Duro, hã?! Mas tem de ser... De momento esta é a minha vida e está tudo bem :)

Felicidades!! Espreito-te sempre... com ele ao colo :P para comentar é que é mais complicado...

Supertatas disse...

ora, já cá ando, doentinha e sozinha, há dois anos, como tal, claro que vais conseguir :D

Melissa disse...

Mas tu és MACHA! :p
Eu sou um mariconço dependente.

Mãe das Marias disse...

É verdade, os primeiros 3 meses são de deitar uma pessoa abaixo. Tinha, e tenho, a minha mãe longe e só tinha o marido depois do trabalho. Por tudo isto e pelo que está por vir, só posso ter a certeza que somos o sexo forte!

Bjs