Passo a ter a "profissão" que jamais imaginei para estes sapatos: serei mãe/dona de casa profissional.
O plano para depois da licença paternal era retomar as traduções, mas a crise comeu o meu trabalho, e agora não vale a pena olhar mais para os lados à procura de uma saída: por uns tempos, será esse o meu papel: ser boa mãe para o Gabriel e manter a minha casa em ordem até que volte a haver trabalho. Não vou mais ficar neurótica com isso, pois consigo orçamentar as despesas dentro do salário do Hugo.
Dinheiros à parte, e cá entre nós e que ninguém nos oiça, estou APAVORADA. Trabalho sem interrupções desde os 19 anos e sempre fui péssima dentro de casa. Nunca pensei em dedicar-me em exclusivo a uma criança e a um marido. Para ser franca, esta realidade caiu-me agora em cima da cabeça e nem consigo elaborar bem ainda. Não sei, quem sabe até goste. Há quem goste, né?
Pode ser que eu encontre uma nova face de mim mesma que eu desconhecia, pode ser que me realize. Pode ser proveitoso para mim enquanto mulher poder afinar esse meu lado, pode ser bom para o Gabriel ter-me em exclusivo para ele durante uns meses.
E também pode ser uma catástrofe de dimensões apocalípticas que me meta por um buraco negro de desespero doméstico e falta de esperança.
Vamos ver. Façamos apostas.
9 comentários:
been there, still here! é uma treta, (a parte de não termos trabalho) e é muito bom para eles terem-nos em exclusivo, mas a verdade é que eu preciso de muito mais... e ao fim de 7 meses dedicada em exclusivo à Madalena, toda eu já anseio por ter a cabeça, o corpo e a mente, ocupados em outras coisas mais tangíveis do que apenas: casa, bebé, roupas, limpezas, comida, etc.
espero que tenhas melhor sorte! * bjs**
Pois, Mafalda, confesso que isso me assusta, é algo muito novo para mim.
Por outro lado, também pode ser uma boa oportunidade de aprender coisas novas e dar atenção àquilo que nunca dei, pois sempre fui uma lástima doméstica.
Não sei, talvez daqui a uns tempos olhe para isto com outros olhos.
Não sei, mesmo.
..reitero uma anterior proposta ao teu caro esposo, de forma actualizada:
"Hugo, tenho uma casa vazia pronta a usar stop
as chaves estão em moscavide stop
boa sorte stop"
...
Mas a oferta agora é para quem?
Para o Hugo, ainda?
Para mim?
Ou para o Gabriel, que começou esta confusão?
:D
Vamos mas é para Angola, mete-me aí uma aerobed na sala que cabemos todos.
Ou pode simplesmente acontecer tudo sem catástrofes, nem encantamentos diários. Uma vida normal.
Nós habituamo-nos, organizamo-nos, acostumamo-nos a praticamente tudo. Convosco não vai ser diferente :)
Os primeros dias sem o maridão/paizão vão doer um bocadinho ao princípio, mas depois tudo começa a fluir e a entrar na rotina.
Boa sorte!
eu estive nove meses mas por opção própria...gostei, quando já tinhamos as nossas rotinas e hábitos todas estabelecidos, pumba foi quando acabou...pessoalmente acho que no primeiro ano é muito para ambos estarem juntos sem o stresse levantar de manhã à pressa / ir trabalhar a correr /voltar sem fôlego para ir buscar / fazer o jantar etc etc e assim vais ser tu a assistir aos primeiros "gatinhar, andar, apontar" etc....:)
Agora entre nós acho muito mais estafante ficar em casa sozinha com um bebé do que ir trabalhar...tenho de escrever sobre isto, há tanta gente que acha que ficar em casa com o bebé é fácil e não se faz nada, fico fula!
Disso não tenho dúvidas, Manue.
Isto de ser dona de casa é cansativo e, pelo menos para mim até agora, pouco compensador.
Espero que o Gabriel venha mudar isto, porque pelo menos até dezembro acho que é assim que vai ser mesmo.
(Agora estou-me a lembrar que sempre que digo isto me cai trabalho em cima. Mas com ele em casa assim tão pequeno é difícil dar conta.)
Olá,
Já acompanho este blog há algum tempo. Li um post (penso que foi no blog do teu marido) que dizia que a novela "Podia Acabar o Mundo" foi escrita por ti. Depois de ler este post não resisti a comentar, e acho que nos intervalos de dona de casa deves continuar a escrever, pq a novela é interessante (e eu que não ligo muito a novelas, mas comecei a ver esta pq dava antes de Mentes Criminosas e estou a gostar).
Apesar de ainda não ser mãe, acho que só o ser dona de casa e mãe a tempo inteiro não nos realiza. O inicio é bonito, mas com o tempo vai faltando qq coisa. Isto na minha opinião, claro!
Bjs e boa sorte.
Olá, Anabela, que bom ler o teu comentário, volta sempre!
O problema da escrita é ser algo sazonal, quando há, há. A minha profissão de base (ainda) é tradução, mas está complicado neste momento... isto de ser dona de casa profissional é terreno bem desconhecido para mim.
Façamos apostas!
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