Lembro-me de o padrinho, há muitos anos, ter dito que odiava recomendações que viessem com um "tens de" antes: tens de ler o livro X, ou tens de ver o filme Y. Revestiam o acto de ler ou ver o dito produto de uma obrigação que ele não tinha e pronto, emburrava. E era só uma palavra, mas era a sua expressãozinha no-no.
Eu e o meu pai, numa conversa, descobrimos que temos a nossa própria no-no expressãozinha, o nosso próprio "pois é, bebé": é o "fazes bem", dito de forma enfática pelo interlocutor, depois de dizermos uma decisão ou outra coisa qualquer. É o equivalente genérico ao "gosto/não gosto" depois de uma grávida dizer o nome do bebé, como se precisasse urgentemente da aprovação de que perguntou.
Nós, Lyra filha e Lyra pai, achamos o "fazes bem" de uma condescendência chata, no mínimo, quase ofensiva - no caso apresentado pelo Lyra pai - no máximo.
E é assim, prontchis.
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