Há mais de um ano que lia duas, três, vinte páginas e, mesmo reconhecendo ser um livro do caneco, não continuava e lá ele voltava para a gaveta - não para a estante da sala, mas para a gaveta da mesa de cabeceira. Ia trocando por livros mais leves e mais ágeis e volta e meia, lá tentava outra vez, lá voltava esta história maravilhosa para a gaveta. E outra vez.
Mas, desta vez, tudo engrenou. Os nossos tempos estavam alinhados. Ele
conseguiu olhar-me nos olhos para me contar a sua história, sem dizer psssst, volta aqui. E está a
contar, e eu estou hipnotizada.
É Hemingway.
Tenho outro caso assim na gaveta - desta vez, na gaveta do Hugo. Estou à espera de que também este me segure pelos ombros e me diga que não vou a lado nenhum.
3 comentários:
Estou convicta que todos os livros têm o seu tempo na nossa vida.
É o que me sucedeu com o Rapaz dos Olhos Azuis... avancei a contra-gosto páginas mas agora recomecei e a história engrenou!
HEMINGWAY? Nãããããão! Devias ter-me avisado antes! E eu a contar com um Faulkeresco e sai-me disso?
É muito Hemingway. Dizem que é mais Steinbeck, mas só conheço Steinbeck de leituras da faculdade e nunca achei nada do outro mundo.
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