quinta-feira, 21 de março de 2013

Post recorrente

Se pudesse livrar-me de alguma coisa na minha vida, não seria dos 50 Kg que me separam da Eva Longoria. Seria da culpa. Sou um ser consumido pela culpa. Tenho grandes culpas crónicas e várias culpinhas agudas. Tenho culpas sazonais. Onde há um espaço em branco, enfia-se uma culpa.

Culpa por comer doces, culpa por procrastinar, por não ser suficientemente maternal, suficientemente romântica ou suficientemente disponível, culpa por ser distraída, culpa por ser desorganizada, culpa por estar ao computador e por não estar ao computador, por comer demasiada carne vermelha, por ter invejinhas de vez em quando, por dormir demasiado cedo, por demorar a sair de casa, pelas cáries do meu filho, pelas minhas cáries, pelos meus erros e os erros do resto do mundo. Ontem pediram-me para dizer três áreas da minha vida a alavancar, e as três eram motivadas pela culpa, e não pelo entusiasmo.

Uma merda, isto. Uma merda sem jeito a dar. O máximo que posso fazer é estar atenta.

Devo ter sido uma diva qualquer numa encarnação passada. Cleópatra ou Maria Antonieta. 

5 comentários:

Anónimo disse...

Podia ter escrito isto, aqui a menina...

Maria João disse...

POis, és tu e eu! E a culpa é nossa:) Mais vale rir...

gralha disse...

Tramadíssima, a culpa. E todas as coisas que fazes bem, em que te superas, em que não desistes? Era bom que pudessemos dizer às nossas culpas, na cara: vocês não me definem!

Beijinhos!

Naná disse...

Nunca tive tanta culpa como agora que sou adulta... raios parta!

Ando a ver se encontro o botão reset a ver se consigo ser um pouco menos medrosa destas culpazinhas...

Anónimo disse...

Tens um blog onde o escrever, um filho lindo, um marido que te ama mesmo com essas coisas todas. Celebra :)