quarta-feira, 19 de maio de 2010

Curtinha que vai parecer dor-de-cotovelo mas não é mesmo

Eu sabia que a Manue tinha falado disso quando eu ainda estava grávida e que me tinha marcado, porque nunca tinha pensado no assunto da maneira que ela punha. Mas ao estar cercada de bebés de um ano a dizerem a própria idade, a mostrar as várias partes do corpo à demanda e a fazer mil e uma macacadas*, penso o mesmo. O meu não faz nada disso, não faz rigorosamente nada que lhe pedem para fazer, aprende só o que acha útil ou divertido ou o raio que o parta segundo o seu próprio sistema de valores.
Ele lá deve saber o que vale a pena. E de alguma forma maravilhosamente inocente, já deve saber que palhaços é no circo, ó palhaços.

*Completando: por insistência dos adultos, não por vontade própria.

9 comentários:

gralha disse...

No seguimento do teu post anterior, e pegando neste, uma das grandes lições que tenho aprendido como mãe é que eles são mesmo seres com vontade própria desde o início. Vá-se lá imaginar semelhante ultrage à vontade de certos pais/educadores de "modelar" a criancinha segundo os seus ideiais...

Julia disse...

Ah, concordo com a essência, mas discordo de parte do conteúdo, do seu post e do dela. Acho sim que é uma questão de personalidade o teu não fazer as macacadas tradicionais, mas as minhas fazem todas elas e eu nunca pensei em ensinar. Simplesmente houve um momento em que se interessaram pelas partes do rosto e aí isso virou brincadeira, depois o resto do corpo, etc. A única macacada que me lembro que tentaram ensinar de propósito foi mostrar o dedinho para dizer "um aninho" na época do aniversário. Minha sogra passou o mês inteiro "treinando" as duas e até hoje elas não fazem, hahahaha! Ou seja: para mim as macacadas tradicionais têm razão de ser - seguem o desenvolvimento natural da média dos bebês. Acho que mesmo as que não fazem sentido (para eles), como esfregar os dedinhos para dizer dinheiro, não deixam de ter seu significado comunicativo, já que para eles o que importa em grande parte é a reação dos outros. Desde que não se saia a lhes ensinar pornografia, não me incomoda em nada que aprendam essas bobeiras.

Mas me incomoda, sim, quando ficam insistindo para que façam todas as macacadas para exibir em roda de família ou amigos, isso acho mesmo chato. E ainda acham ruim que a criança fica tímida e não faz como e quando querem. Que façam por brincadeira quando lhes interessa.

Melissa disse...

Foi o que faltou no meu post, Julia, bem apontado: estou a falar de ensinar isso insistentemente.
Bem, cá tentámos dizer onde estava o nariz, ele não aprendeu mesmo, cagámos.

Mas acho sim, parvinho, nos aniversários, uma roda de adultos a perguntar a enfraldados como faz o gatinho e cenas.

Bailarina disse...

ehehe! eu ri sempre ao vir aqui! o meu não faz nada! só faz parvoices e não sei se isso será normal para a idade!beijos

Miriam disse...

Olá Melissinha,

A verdade é que acho que podemos ajudar os nosso filhos da maneira como os ensinamos ou educamos, mas ele são seres únicos e não há matriz para criar um filho. Pode sim haver um punhado de opiniões que podemos tentar utilizar mas no fim só está certo o que é aceite por eles.
O meu filhote mais novo tem 2 anos e meio, fala bem ( não faz discursos, claro!) diz algumas palavras e com boa dicção ( para um rapaz da idade dele ). Em casa fala pelos cotovelos, até temos que o mandar calar. No Colégio não fala quase nada! Tive praticamente que convencer a educadora e a psicóloga que ele falava. E só uma vez é que o apanhei distraído de costas para a educadora e disse-me " Mãe, onde tá o Kiko" ( que é o irmão ), havias de ter visto a cara da Educadora ( de parva, surpreendida ) e do pequenito ( com cara de quem foi "apanhado"). O estranho é que ele gosta do Colégio, dos colegas, das auxiliares. Mas é um fulano que não dá "confiança" ;0D
Eles tem a sua personalidade e é importante respeitá-la. Tenho a certeza que na cabecita do Gabriel deve sair um balão tipo BD a dizer: " se quizesse ser palhaço ia para o Chapitô".

Anónimo disse...

Eu não vejo nada de mal em os cachopos aprenderem gracinhas, aliás, faz parte do desenvolvimento e da socialização. Beijo

Tella disse...

Concordo com tudo o que escreveu a Julia. O meu mais velho só mto mais tarde é que acertava com nariz, boca, etc...tb caguei...os avós é que ficavam horrorizado dele nunca mais acertar numa coisa tão óbvia.

bjs

Anónimo disse...

lindo! ou macacos... é isso mesmo puto! essa de serem lidos meninos porque sabem muitas coisas, não pega!
se te interessar procura coisas do John Holt
the human animal is a learning animal; we like to learn; we need to learn; we are good at it; we don't need to be shown how or made to do it. What kills the processes are the people interfering with it or trying to regulate it or control it.

Cati disse...

Meu Deus, concordo plenamente!!!

(e completando... irritam-me as mamãs, papás e afins que forçam os miúdos para "as palhaçadas"... e irrtamme aquelas que estão sempre a dizer "o meu já faz isto e aquilo"... odeio comparações, pressões e outras complicações!)

Desculpa ter entrado aqui de rompante...
Beijoca!