E quando conseguimos pôr finalmente em palavras o que nos tem afligido nos últimos tempos, mesmo que com muitas pausas e gaguez e alguma vergonha, e a parte de lá entende exactamente o que queremos dizer, completa as frases que não conseguimos completar e, de quebra, temos um feedback que nos conforta, tranquiliza, quase nina?
E se depois de nos tirar esse peso de cima ainda nos levam a fazer exactamente o que precisávamos (no caso, um mergulho no mar, coisa que faço, vá, três vezes a cada cinco anos) e não exige atenção nenhuma, deixa-nos confortavelmente entregues ao sol, ao nosso livrinho e aos nossos fantasmas, sem que nos deixe esquecer-nos nunca de que está ali, bem presente.
O casamento é uma maratona, ou, como diz a Cê, uma prova de remo a maior parte do tempo, mas tem dias que é uma valsa lenta de olhos fechados, em silêncio, sem ninguém a ver, inesperada e mágica como nos filmes bons, e põe tudo de volta ao sítio, põe tudo que estava espalhado nos devidos lugares.
2 comentários:
Arrumar com as aflições é das melhores coisas do mundo, faz-nos renascer.
O bom senso, a amizade e a cumplicidade, tornam problemas cabeludos em situações mais leves.
No caso foi mais "arrumar as aflições" do que "arrumar com", porque não resolvi nada, simplesmente organizei as coisas cá fora sem ter de explicar quase nada. É perfeito.
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