quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Ele

Diz asneiras, adora bonecos, é a minha cara embora digam que dá ares ao pai, não dá beijos mas dá abraços apertados, adora princesas, morangos, ver a estrela da maçã, camisolas do homem-aranha (desgraçadas pela mãe na última lavagem), zona dos cinemas dos shoppings, triciclo, coconete (trotinete), canta, canta muito, faz som com tudo que encontra qual Hermeto Pascoal, ao contrário da mãe, gosta de peixe, tem o formato de cabeça dos meus Carvalhos, o peso dos Carvalhos do Hugo, é pequenino, é esquilucho, às vezes faz-me lembrar o Luís Filipe Vieira, gosta de ouvir forró, canta os jingles dos supermercados, não é de doces mas ama chupa-chupas, sabe que o avô está em Angola e o tio em Lisboa mas moram mesmo é no skype, tem uns agudos soberbos, vê pianos em pegadas na areia e luas em maçãs mordidas, come o pão bolorento dos patos, e é lindo, lindo, cuca fresca, feliz, sem drama, sem manha, sem birra, lindo, lindo, lindo.

Se eu soubesse que ia ser tão bom, tê-lo-ia tido há mais tempo. Mas e daí... Não seria ele, pois não? E ele é perfeito para nós. É do nosso número, sem ajustes. Fica feliz com o que ficamos felizes. Ontem viu o primeiro filme connosco e aguentou uns valentes 30 minutos atento. E sei que o fez por amor e mimo (e porque era o Tintim).

Vejo muitas famílias a dizer que ainda não estão completas, que faz falta outra pessoa, ainda. Não sentimos nada disso. Não quer dizer que não venha a acontecer, mas caramba, quem chegar, chega numa família completa, plena, a que esta criança que chegou em 2009 mudou o sentido.

Como já disse uma vez, te amo com amor próprio, Gabriel José. Como parte de mim mesma, a melhor parte.

E estás a crescer sem pedir permissão.

5 comentários:

Unknown disse...

A coisa mais linda só poderia vir de uma das pessoas mais lindas que conheço.

JS disse...

Hoje estou delagrima fácil e ao ler isto desabo...é uma grande e belissima declaração de amor e o Gabriel José vai assim fazendo parte da nossa vida também.

Não há vez nenhuma que coma umas bolachinhas hungaras e me lembre, ó pá o Gabriel ia adorar estas...

Beijos, muitos

Ana C. disse...

Não há cartas de amor tão perfeitas como as das mães para os filhos. A sério que não há :)

Ana C. disse...

TIRA A VERIFICAÇÃO DE PALAVRAS, PLO AMOR DE DEUS. AGORA SÃO DUAS PALAVRAS?

Melissa disse...

gosto de ter-vos debaixo de olho.