Não, não na pinta horrorosa que eu tinha no pescoço e que foi à vida há uns anos.
Há muitos anos, mesmo muitos, tipo DEZENAS, li um artigo numa revista que me impressionou muito. Há coisa de um ano, resolvi voltar a ele a ver se saía alguma coisa, alguma ideia para escrever. Mas, caneco, não fazia ideia de que revista era, em que ano tinha sido, não fazia puto ideia de nada. Mesmo assim, cheia de fé, rumei à hemeroteca de Lisboa, que é algo assim meio biblioteca de Hogwarts mas mais arcaica, na certeza de que, com dois dias de pesquisa intensa, encontraria a matéria.
Encontrei-a em menos de uma hora.
Para mim, foi um sinal, e foi mesmo um sinal, porque estou a usá-la com carinho, amor e empenho como ponto de partida para um projeto meu.
Há sete anos, no dia seguinte ao funeral da minha mãe, fomos à praia. E estava lá uma rapariga a tocar uma canção que me ficou na cabeça como tatuagem, só a melodia, e sempre turva pela confusão mental. Só sabia de quem era a canção, mais absolutamente nada. E procurei-a estes anos todos, talvez até tropeçando nela algumas vezes, mas, caramba, eu MAL me lembrava. Só me lembrava de como me fez sentir: uma alegriazinha, um alívio, uma esperança no futuro.
Arrumando os meus ficheiros de música hoje, encontrei-a. Bastou-me olhar para o ícone do ficheiro para saber que era ela - e não sabia o nome da canção.
A canção do alívio estava no meu PC há pelo menos um ano e nem faço puto ideia de como foi lá parar.
Assim sendo, algo bom está por vir.
Porque não sei se acredito em Deus, mas acredito em anjos, e acho que estas merdas são anjos a falar comigo.
Só a título de curiosidade, a versão é esta, o original é de Gilberto Gil:
E por algum motivo, sabe a capítulo fechado.
7 comentários:
eu acredito muiiittooo em sinais e esses, não são por acaso :)
Isso são sinais sim senhora! Como é que eu sei? Quando era bem novinha eu tinha montes desses sinais e também achava que eram os meus anjos da guarda. E eram! Depois acho que perdi a antena para captar os sinais mas isso já é outra conversa!
Espero que tu continues bem antenada...é uma coisa tão boa e eu tenho muita pena de ter perdido!
(Espero estar a fazer sentido porque nunca falo sobre isto)
Faz todo o sentido do mundo, Ginguba, e eu mantenho-me humilde em relação a essas mensagens, sim :) Estou antenada.
Compartilho do mesmo pensamento mas refiro-me ele com a expreesão: Eu não acredito em coincidências.
Desde a época do diagnóstico da Cecília. Eu rezava muito e pedia para que Nossa Senhora de Fátima ficasse sempre ao lada dela.
Então, numa bela noite em que estávamos no quarto entre risos brincadeiras (ainda não tinhamos iniciado o tratamento), ela, olhando para parede lisa e completamente branca, disse:
- Olha a Mamãe do céu, Mamãe!
- ???????????????
Nessa hora fiquei da cor da parede.
Desde então passei a acreditar em sinais e perceber que coincidências não existem.
Bem-vinda ao cantinho, Ju. E tu apareceres aqui é mais um sinal. Devo uma Mamãe do Céu à Cecília e providenciarei o mais depressa possível :)
Podes passar pela vida com duas talas nos olhos, olhando sempre em frente, ou podes deter-te em cada pedaço de caminho que, por qualquer motivo, te chame a atenção.
Eu tento ter sempre os olhos abertos, para não perder estes pequenos rasgos que a vida nos dá. A interpretação desses pedacinhos é uma verdadeira aventura e, muitas vezes, só fará sentido muito mais à frente.
Os sinais são mesmo isso, pequenas janelas que nos vão dizendo que tudo se vai compor...
E que bom ir fechando capítulos através deles!
Enviar um comentário