quinta-feira, 14 de julho de 2011

De manhã cedinho

Vem a correr para a nossa cama, toc toc toc toc toc toc toc, trepa aquilo com a facilidade de um tipo da SWAT, mete-se ao meu lado. Eu durmo com as mãos cruzadas à frente do rosto, e ele agarra-as com força e descruza-as, e belisca-me as bochechas até eu acordar. Eu abro o olho e ele perde-se de riso.

Sempre quis ter um filho, desde que me entendo por gente. Nunca tive dúvidas, sempre foi uma questão de "quando", e não de "se". Não sabia era o porquê, e agora sei: é por isto. A Natureza brincou com a linearidade do tempo e plantou-me a noção de um momento assim antes de eu saber o que era: a ternura de ter uma criatura do bem, cheia de amor e boa onda, a beliscar-me as bochechas de manhã, e tudo que vem atrás e à frente de algo assim.

3 comentários:

gralha disse...

Criatura do bem??
Continuo a achar que eles são essencialmente malévolos mas uma pessoa vicia-se no cheirinho da pele e no brilho dos olhos, já não há nada a fazer ;)

Ana C. disse...

Quando tudo corre mal, a tua vida está um caos, a neura instalada, a desmotivação tatuada na tua mente (lindo), basta enterrares o nariz no pescoço deles, buscando aquele conforto que não existe em mais lugar nenhum, que o conforto aparece :)

Naná disse...

Melissa, adorei este post!
Também sempre disse que queria ser mãe e sabia que ia ser muito bom, nunca imaginei foi que fosse assim tão bom!
Sempre imaginei o que queria ser, para o que estaria destinada, nunca pensei foi que a maior e melhor realização pessoal fosse ser mãe!