A ideia de voltar à minha cidade natal, a qual não vou há sete anos e que, antes disso, não ia há cinco, não me causa excitação, por incrível que pareça. Não que não tenha saudades: morro de saudades daquelas mulheres sobre quem escrevo aqui. Mas a ideia de voltar à minha cidade natal causa-me sobretudo ansiedade, muita ansiedade.
Mais do que ansiedade, acho que a palavra que procuro é medo. Eu sou outra pessoa completamente diferente, agora, depois de luto engolido, casamento, maternidade, vida. Estou bastante mais velha. BASTANTE mais gorda. Eu não sou a mesma pessoa que saiu de lá. E é ridículo, mas tenho um medo infantil de... de esta pessoa que sou hoje não ser aceite.
Sei de onde este disparate pegado vem, graças a Deus. Está bastante identificado. Identificar, para mim, nunca foi um problema. Ultrapassar, sim.
Mas, quer dizer, se voltar às origens não fosse fonte de conflitos, não haveria tantos filmes sobre o tema, certo?
4 comentários:
Só se essa aceitação não estiver já dentro de ti. Não está? Mas por quê?
porque sou um poço freudiano sem fundo :)
E touché, é isso mesmo, gralha.
Poço de sabedoria, certamente.
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