sábado, 3 de dezembro de 2011

Retrospetiva 2011 parte I e Resolução de Ano Novo parte II, tudo assim meio confuso

É comum ver as pessoas, depois de uma doença grave ou algo assim, dizerem que aprenderam a apreciar o que havia de bom e verdadeiro na vida, e nada mais. Não se contentam com meias coisas.

Ora bem, eu contento-me com meias coisas desde que me entendo por gente, e isso é algo que quero trabalhar em 2012: distinguir o que há de bom e verdadeiro na vida e investir nessas coisas. Quero investir em qualidade, tanto do que consumo como do que ofereço.
Também quero parar de dar murros em pontas de faca e ser mais resignada em algumas áreas da minha vida. Como é que aquele senhor muito religioso* diz? Dai-me força para mudar o que posso, humildade para aceitar o que não posso mudar e sabedoria para distinguir uma da outra.

O que mais quero é sabedoria para distinguir uma da outra.

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Os últimos seis meses têm sido "groundbreaking" para mim de várias formas:

- tenho tido contato com experiências novas que exigem de mim atitudes para as quais não tinha pensado nunca, o que me dá oportunidade de me conhecer melhor;

- tenho tido contato com pessoas demasiado parecidas comigo, o que é meio assustador, porém enriquecedor. Descobri que acho meio difícil lidar "comigo", mas também acho que vale a pena tentar :) (usei um smiley, mas estamos em 2011)

- tenho percebido coisas sobre a minha relação com a minha mãe e o luto que muitas sessões de terapia não me tinham conseguido mostrar;

- essas coisas que percebi sobre mim e a minha mãe também me deram a oportunidade de entender melhor algumas características minhas;

- Saio de 2011 a gostar mais de mim do que quando entrei e queria começar a agir em conformidade com isso em 2012 ( o que nos leva ao começo do post).

- Saio de 2011 sem fugir aos meus fantasmas, graças à Gralha, que me espoletou uma epifania daquelas porreiras.

- No fim de 2010, sentia que 2011 ia ser mau. Acabou por se revelar um ano duro, mas com coisas excelentes, especialmente a nível profissional. Aprendi muitas coisas novas e empolgantes e tenho cada vez mais certeza de que a aposta feita em 2007 foi uma boa ideia. Dito isto, acho que 2012 vai ser bom para mim.

- 2011 também foi um ano de sedimentar novas amizades, e sou grata por elas. É muito bom descobrir e desvendar gente nova. Obrigada, amigas novas! Obrigada por gostarem de mim. Gosto muito de vocês também.

- 2011 foi o meu melhor ano de mãe até agora. O Gabriel é uma coisinha pequena, saudável, bonita, boa onda, tranquilo como o pai. Na verdade, ainda não sei o que, de feitio, ele herdou de mim. A ver se em 2012 aparece-me aqui uma pequena criatura dramática e com queda para a super-análise. Acho que não. De um modo geral, estou orgulhosa do trabalho que fizemos em
2011, embora tenhamos, como diz lindamente o Hugo, perdido o comboio do desfralde e desmame da chucha. Mas perdemos com classe, sem descer das tamancas.

- Ia escrever que 2011 foi o ano em que comecei a ver o meu irmão como irmão, e não como filho, mas seria incrivelmente precipitado. Mas é cada vez mais meu amigo e cada vez gosto mais dele com um gostar que não é instintivo - é mesmo por ele ser um amor: inteligente, batalhador, boa onda, descomplicado a maioria das vezes, engraçadíssimo. Quero ter mais tempo com ele em 2012, mas acho difícil. Temos 10 anos de diferença, demorou alguns 20 até sermos amigos de igual para igual e receio bem que demore outros 10 até termos o mesmo ritmo de vida (se é que alguma vez);

- Os timings de 2011 foram tão perfeitos como têm sido desde sempre - tudo aparece na hora em que é mais necessário - o que me faz continuar a acreditar em anjos da guarda em 2012. Não sei se é em Deus que acredito, mas o acaso na minha vida é inteligente de mais para não ser um pai ou uma mãe. Aconteceram coisas extraordinárias na vida do meu pai também, com timings duvidosos (no sentido de "demasiado duvidosos para serem acaso").

Isto já vai muito longo, mais retrospetiva e resoluções em futuros posts! Sim, porque há muito mais. Arre, como eu penso.


* Chama-se Niebuhr, e a frase não-adaptada-à-realidade-Melíssica é: "God, grant me the serenity to accept the things I cannot change, Courage to change the things I can, And wisdom to know the difference".

5 comentários:

Pekala disse...

uau:O

Melissa disse...

too much, né? Tava meio verborrágica.

gralha disse...

Xinapá mulher, que preciso de pelo menos um trimestre para interiorizar tanta sabedoria. E ainda eu acho que sou muito reflexiva, tu és a autêntica mulher-espelho, tinhas emprego garantido em discotecas dos anos 70.

Melissa disse...

Amo enfiar a cabeça no meu próprio umbigo :D

Melissa disse...

Mas é uma retrospetiva, atenção: é um ano de superanálise acumulada