Há filmes que não posso recomendar. E não é por não ter gostado deles, ou por ter gostado. É porque são filmes que, depois dos créditos iniciais das produtoras, estúdios e patrocinadores, puxam de uma cadeira, sentam-se, olham-me nos olhos e dizem-me: Melissa, eu nasci para ti. Porque tu, mais do que o mundo inteiro, mais do que o realizador e o guionista e o produtor e todo mundo junto, sabes e sentes o que eu quero dizer. Eu sou para ti. Agora observa.
São filmes que não consigo encontrar palavras para os descrever quando me perguntam o que eu achei deles, porque foram experiências místicas. Se é uma experiência mística, não me vou pôr com descrição de cenas, diálogos ou partes engraçadas, porque nunca vai bater da mesma forma noutra pessoa.
Entre alguns exemplos dessas minhas visitas ao céu, ponho um punhado de filmes do Moretti (Palombella Rossa, Querido Diário, Abril, e muito especialmente Habemus Papam), o Lola, do Brillante Mendoza, o Tabu e Aquele Querido Mês de Agosto do Miguel Gomes, Os Respigadores e a Respigadora da Agnés Varda. Atualização - lembrei-me de mais um: Tempo de Ciganos, do Kusturica.
Não me lembro de mais nenhum. Acho que, de momento, não há. Nenhum deles é o meu filme preferido (o meu filme preferido é Moulin Rouge, já agora), mas são os filmes que foram escritos com um motivo em mente, que era eu vê-los e mudarem um bocadinho a minha vida logo a seguir.
CLARO que vocês não vão sentir o mesmo se os virem ou se já os viram. Não foram feitos para vocês :)
O Hugo sente o mesmo em relação a algumas canções deprimentes - nunca chego lá. Deve ser frustrante.
3 comentários:
Destes filmes que falaste não vi nem unzinho. É mau? Mas gostei muito do teu conceito de "filme feito para ti". tão lindo.
Olha, Triss, nem de propósito, o Lola dá este sábado na RTP2 às 22h30. Programa a box!
Tentando ser o mais objetiva possível, são todos filmes premiados lá fora e cá dentro, sucessos de público (mesmo que específico) e de crítica. São bons filmes, portanto. Não há caca nessa lista.
Fixe, vou gravar:-)
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