Ir para o aeroporto a falar sobre as escolhas do passado e como condicionaram o nosso presente, sobre o Fernando, sobretudo, mas também sobre a minha mãe e sobre ele mesmo. Sinto que se sente culpado a cada nova partida, o melhor pai do mundo. Tento fazê-lo ver que tanto eu quanto o Fernando seremos para sempre gratos por casa escolha que ele e mamãe fizeram no passado.
Dou-lhe força, digo para se cuidar e se poupar, sempre. Para se pôr acima da empresa, do trabalho, de nós, de tudo. Ele diz que sim, como diz sempre, e sabemos que nada vai mudar, porque tudo que ele ama é mais importante para ele do que ele próprio.
Um abraço rápido, sem drama, sem choro, tchau, pai, até à próxima, filha, vemo-nos no skype amanhã.
E o regresso pela 2a circular feito em lágrimas, eu a maldizer tudo e todos que me separam do que mais valorizo na vida. E depois mais nada, só a M80.
Hoje as lágrimas pararam ali pelo estádio do Alvalade. Da última vez, creio que pararam no Colombo. Há seis anos, pararam dois ou três dias depois. E é isso que vai mudando no ritual pós-festas: vou ficando cada vez mais resignada.
7 comentários:
Adoro quando me fazes chorar logo pela manhã.
E agora há as expetativas do Gabriel para gerir, também.
Enfim.
Olá Melissa... tb eu lido com uma situação semelhante, a minha mãe morreu à quase 6 anos e o meu pai vive na Alemanha, e a cada ida tenho esse teu ritual...e tal como tu tb vou ficando cada vez mais resignada... mas dói, dó muito...
Olá Melissa... tb eu lido com uma situação semelhante, a minha mãe morreu à quase 6 anos e o meu pai vive na Alemanha, e a cada ida tenho esse teu ritual...e tal como tu tb vou ficando cada vez mais resignada... mas dói, dó muito...
Custa tanto, tanto, tanto. Abraço forte.
Ter um pai por quem vale a pena chorar é bom :)
Estou a ver o lado do copo meio cheio, o que é raro.
:) bendito skype, que nos poe à frente os que amamos em dois segundos...
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