É terrível quando não se acredita na escola (escola - sistema, nada que ver com público ou privado) e não se confia (nem se tem o que é necessário) no homeschooling.
Acho que o começo da vida académica do meu filho (que ainda está a alguns anos de distância) será o primeiro verdadeiro sapo borbulhento e com picos que terei de engolir.
18 comentários:
Certos sapos não sabem assim tão mal. É sinal de que somos flexíveis e não temos duas palas nos olhos.
Fala pela boca dum anjo, Casaca. Porque quando leio quadros de honra, TPC, excelência académica, atividades extracurriculares depois de um dia inteiro de curriculares e etc etc só me dá vontade de ir criar galinhas para o meio do mato.
Acho inacreditável termos chegado a um ponto civilizacional em que tudo, absolutamente tudo seja mais importante do que o lazer e o tempo em família. É perverso e demoníaco. Não falo só da escola, a escola é só o canteiro do sistema todo.
A escola da Alice não tem nada disso. Enfim, tens actividades extra-curriculares, sim, mas não são obrigatórias. Ela não está em nenhuma e mesmo a natação, eu quero ir com ela aos sábados e não mandá-la com a escola, a seguir às aulas, quando ela vem estoirada para casa.
Tu ainda tens algum poder no meio desta história toda.
A culpa é das próprias famílias. As escolas vão atrás daquilo que os pais procuram.....
Melissinha, estou com a Ana C.
Se bem que nos dias que correm, peca-se por excesso na busca dos TPC's e das honrarias por mérito.
Creio que aquilo que buscas é o meio termo entre os ensinamentos da escola e o ensino doméstico. Lembro-me que na infância a minha mãe fez um pouco disso comigo, e hoje em dia sei tanto graças a ela!
E não acredito que não tenhas o que é preciso para o ensino doméstico...
Eu que dei AECS (actividades extra curriculares) não recomenda ninguém a inscrever o seu filho nelas! Porquê? Ora bem as aulas acabam às 15h30. As AECs começam às 15h45. Eles têm 15 minutos para irem à casa de banho, brincarem e comerem. Chegavam à minha aula sempre com o lanche inacabado,alguns ainda não tinham começado. E eu tinha de começar a minha aula sem dó nem piedade pois só tinha 45 minutos.
Acho muito violento.
As AECs acabam às 17h30 e a maior parte ainda vai para o ATL. Que raio de sociedade (a culpa não é dos pais, claro)
Manue, é isso. Acho que é sistémico, a escola é só o começo. Na minha maneira de ver as coisas, está tudo errado.
Não confio no homeschooling porque acho que se a escola (sistema) é formatadora e privilegia apenas um tipo de talento e de maneira de aprender, o homeschooling cria pequenas cópias da família. Sim, devemos criá-los de acordo com o que acreditamos, mas não unicamente. Ponto de vista é importante.
Somos criados para a competição, feito cavalos e galgos. E se isso é triste em qualquer altura da vida, aos cinco, seis anos de idade é deplorável. Enfim, é algo que terei de resolver na alma, mesmo.
Não complica, Mel, não complica. Se ele tem a estrutura familiar e a cabeça no sítio, o resto virá com naturalidade.
Obrigada, menina gralha :)Eu sei que sim, mas acho tudo errado. É um sistema doente - mas e daí é uma sociedade doente, também. E o eles gostarem ou adaptarem-se bem para mim não é consolo, porque nós somos desenhados para a adaptação e para a aprendizagem e se nos dizem, ao princípio, que aquilo é bom para nós, queremos entrar em conformidade. Enfim, acho que devíamos ter mais liberdade para escolher aprender o que achamos importante para a nossa vida.
Vou procurar alguma escola que dê a volta à coisa assim com mais meiguice.
(Lembram-se da cena final de A Turma? A miúda calada e triste que chega ao professor no fim do ano letivo e diz ao professor que não aprendeu nada?)
Melissa, és tu quem decide e quem tem o verdadeiro poder na vida do teu filho. Não duvides disso nunca. És tu quem lhe dará os valores que importam. O grande problema veio com as famílias a quererem descartar a maior parte do tempo e educação dos putos, na escola. Se é certo que há pais que não conseguem mesmo ter tempo, também é certo que muitos querem encher os putos de actividades. Eu não delego na escola o meu tempo útil com a minha filha. Ela está lá apenas o que é obrigada a estar e já foi formatada, por mim, para dar sempre o seu melhor, sim, mas sem stress e sem preocupação com o melhor dos outros.
Vocês não estão bem a ver como é que ela chega da escola. Completamente estoirada.
Eu sei que sim, Casacón, mas queria que o tempo em que não estivesse conosco fosse diferente. E principalmente MENOS. Mas aí está, é sistémico.
O Gabriel ainda está no infantário e já chega cansado ao fim do dia, estica-se no sofá a ver o Panda deitado sem dar um pio, só falta pedir-me a mine.
Metade do tempo na escola, metade do tempo no trabalho anos depois. A outra metade, ou muito mais, era para o que realmente interessa na vida.
(Eu sei.)
Sou exigentíssima com os meus: exijo que aprendam a cumprir o que é de regra e exijo que questionem, duvidem, criem novas soluções. Porque ambas as posturas vão fazer falta ao longo da vida.
Eu tento questionar um pouco menos por ora, para lhe facilitar a vida.
Daí os sapos, grandes e gordos sapos, por antecipação.
Conversa aqui em casa há uns dias:
- Mãe, o P. tem tanta sorte...
- Então porquê?
- O pai dele vai buscá-lo para almoçar e não vai às AECs.
(O pai do P. é desempregado...)
Também engoli esse sapo, mas, como diz a Ana C., podes retirar-lhes bastantes picos jogando com as alternativas! Mas prepara-te para ser olhada de lado pela grande maioria das outras famílias :)
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